Carlos II (1660-1685) era adepto do absolutismo. Suas atitudes eram recebidas com desconfiança pelo Parlamento e pela população. As relações amistosas com Luís XIV, rei da França, aumentavam ainda mais a desconfiança. O Parlamento pressionava cada vez mais o rei, aprovando novos impostos sempre em troca de maior autonomia. Além disso, Carlos II era simpático ao catolicismo, e seu irmão, futuro rei, já havia publicamente se convertido a essa religião. Esse fato acirrava ainda mais as divergências entre o Parlamento e o monarca.
Com a morte de Carlos II e a ascensão de seu irmão, Jaime II, os problemas continuaram. A burguesia inglesa temia uma rebelião armada, como aquela que conhecera anteriormente. Esperava-se que o rei morresse deixasse o trono para uma de suas filhas protestantes. Mas o rei teve um filho homem, o que garantia a sucessão católica ao trono inglês.
A Revolução Gloriosa
Temerosa do absolutismo de Jaime II e da rebelião popular, a burguesia inglesa entrou em acordo com Guilherme de Orange, da Holanda, casado com a filha protestante de Jaime II. O plano consistia em destruir Jaime II, substituindo-o por Guilherme.
Guilherme de Orange desembarcou na Inglaterra, com seu exército, em 1688. Jaime II tentou resistir, mas os soldados passaram para o lado de Guilherme. Ao velho rei absolutista só restou fugir para a França.
Guilherme de Orange e sua mulher foram reconhecidos como soberanos da Inglaterra pelo Parlamento, que, temendo um novo absolutismo, promulgou um segundo Bill of Rights, em 1689. A partir daí, passou a prevalecer na Inglaterra o princípio de que o “rei reina, mas não governa”. O governo ficava sob a autoridade do Parlamento, que, a cada ano, limitava ainda mais o poder real. Esse movimento ficou conhecido como Revolução Gloriosa.
A Revolução Gloriosa foi inspirada nas teorias políticas de John Locke, o grande teórico do liberalismo político.
Significados da Revolução Gloriosa
O fim do absolutismo na Inglaterra significou a vitória de um importante segmento da sociedade e burguesia. Aos poucos, as restrições mercantilistas foram desaparecendo, atendendo assim ao grande anseio da burguesia manufatureira e individual. A instauração de um tipo de governo que precisava consultar o Parlamento, representante de setores importantes da sociedade, punha fim ao absolutismo dos reis da Inglaterra e sem dúvida deu condições para que a Inglaterra fosse o berço da Revolução Industrial.
PEDRO, Antonio. História de Civilização Ocidental. ensino médio. volume único.