Na Inglaterra, o primeiro rei absolutista foi Henrique VII, que chegou ao poder em 1485 e submeteu os nobres a seu controle. Mas o grande fortalecimento do poder real ocorreu durante o reinado de seu filho, Henrique VIII, que em 1534 rompeu com a Igreja católica e fundou a Igreja anglicana. Com isso, as terras e outros bens da Igreja católica foram confiscados e se tornaram propriedades do rei.
O absolutismo inglês atingiu seu apogeu no reinado de Elizabeth I, de 1558 a 1603. A rainha governou sozinha, convocando o Parlamento apenas em casos extraordinários. Sucederam a Elizabeth I monarcas que acentuaram o caráter absolutista do Estado: Jaime I, que governou de 1603 a 1625, e Carlos I, soberano de 1625 a 1649.
Os constantes confrontos entre Carlos I e os membros do Parlamento inglês (cujos poderes vinham sendo constantemente restringidos) deu origem a uma guerra civil liderada pelo calvinista Oliver Cromwell. O conflito culminou na deposição do monarca e na proclamação da República, em 1649. Entretanto, esse período republicano durou pouco: em 1660 a monarquia foi restaurada na Inglaterra, com a ascensão de Carlos II ao trono.
Tanto Carlos II quanto seu sucessor Jaime II buscaram restabelecer o absolutismo, mas enfrentaram forte resistência do Parlamento. Em 1689 o rei Guilherme II, sucessor de Jaime II, assinou um documento no qual reconhecia que as leis inglesas deveriam ser feitas pelo Parlamento e se comprometendo a obedecer-lhes. Foi o fim do absolutismo na Inglaterra, que se transformou então em uma monarquia constitucional. Esse acontecimento ficou conhecido como Revolução Gloriosa.
O absolutismo francês
Na França, o absolutismo começou durante o reinado de Francisco I, que governou de 1515 a 1547. O fim das guerras entre os católicos e protestantes, na segunda metade do século XVI, contribuiu para o fortalecimento do poder real. Henrique IV, por exemplo, que reinou entre 1589 e 1610 acentuou a centralização do poder em torno do monarca, ao deixar de convocar os Estados Gerais – assembléia formada por representantes do clero, da nobreza e da burguesia francesa. Seu sucessor, Luís XIII, também centralizou o poder, mas foi no reinado de Luís XIV (1643-1715) que o absolutismo chegou ao apogeu na França.
Autor da frase “ O Estado sou eu”, Luís XIV considerava-se rei por direito divino. Assim, proibiu as comunas de escolher seus governantes e enfraqueceu o poder do Conselho Real, órgão encarregado de tomar decisões em conjunto com o monarca. Além disso, envolveu a França em vários conflitos contra outros países.
Foi Luís XIV quem ordenou a construção do luxuoso Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris. Em 1682, mudou-se para lá com toda a Corte formada por cerca de 6 mil pessoas.
ilustração: Interior do Palácio de Versalhes: Adaptado de Aventuras na História, São Paulo, dezembro 2003
O sucessor de Luís XIV foi seu bisneto, coroado rei da França aos 5 anos, após a morte do bisavô. Até que o rei atingisse a maioridade, o trono francês foi ocupado por regentes. A partir de 1743, Luís XV passou a governar sem primeiro-ministro, acentuando o caráter absolutista de seu reinado. Envolveu o país em diversas guerras, entre elas a Guerra dos Sete Anos 1756-1763), na qual a França perdeu para a Inglaterra quase todas as suas colônias.
A festa de Fouquet |