História do Brasil e do Mundo
Primavera Árabe
A Primavera Árabe é o conjunto de protestos contra as ditaduras no chamado “mundo árabe”. O primeiro passo foi dado em dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Esse ato aparentemente isolado gerou protestos levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali, que estava no poder desde 1987, a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois.
Três ditadores já perderam o poder, através dos protestos que se multiplicaram: na Tunísia (O presidente Ben Ali, de 74 anos); no Egito, após 30 anos no poder, ditador Hosni Mubarak renuncia; na Líbia, o ditador Muamar Kadafi.
Tais acontecimentos levaram os governos da Jordânia, Bahrein, Iêmen e Síria, a anunciarem reformas, mesmo com a reação violenta do Estado às manifestações.
Tradicionalmente as nações árabes são governadas por monarquias absolutistas, ditaduras militares ou teocracias, que controlam algumas das maiores reservas de petróleo do planeta. Os protestos pró-democracia se espalharam pelo Norte da África e Oriente Médio, em razão da alta do preço dos alimentos, do desemprego e da insatisfação de uma geração jovem com a falta de liberdade.
A Tunísia deu o primeiro passo na onda de manifestações em 14 de janeiro. O presidente Zine El Abidine Ben Ali renunciou depois de 23 anos no cargo. Em 23 de outubro foi eleita a Assembleia Nacional Constituinte, na primeira eleição livre ocorrida no país.
Muammar Gaddafi, na Líbia, foi expulso do Palácio por forças rebeldes em agosto, ao final de seis meses de guerra civil. Dois meses mais tarde, foi capturado e morto pelos revoltosos. Entre os líderes árabes, era o que estava há mais tempo no poder – 41 anos.
No Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de fevereiro, encerrando três décadas de ditadura. Mesmo assim, os protestos recomeçaram em 19 de novembro, desta vez contra a junta militar que constituiu o governo provisório. Os manifestantes exigem a transição para um governo civil.
Em outros países, revoltas e reformas estão em curso. O caso mais dramático ocorre na Síria, onde a repressão do governo de Bashar al-Assad (há 11 anos na Presidência) estaria promovendo o maior massacre contra opositores do regime desde o começo da “primavera árabe”.
Segundo um relatório da ONU, divulgado no dia 28 de novembro, 3,5 mil pessoas foram assassinadas, incluindo 256 crianças, e mais de 20 mil foram presas. A violência afetaria 3 milhões de pessoas na Síria, que possui 22,5 milhões de habitantes.
O governo estaria impedindo a população de fugir do país, colocando minas terrestres e soldados armados nas fronteiras. O relatório conclui que a Síria cometeu crimes contra a humanidade durante a repressão aos manifestantes, desde março deste ano.
No começo do mês, o governo sírio firmou um acordo com a Liga Árabe para o término da repressão, a libertação de presos políticos e a promoção de reformas políticas. As medidas, contudo, não entraram em vigor, e aumentaram a pressão internacional e as sanções contra o governo de al-Assad.
No Iêmen, uma das nações mais pobres do mundo árabe, o ditador Ali Abdullah Saleh assinou um acordo, em 23 de novembro, que prevê sua renúncia e eleições livres. Saleh, que escapou ferido de um atentado em junho, governa há 33 anos.
A pressão popular também resultou em reformas na Jordânia, anunciadas pelo rei Abdullah 2º. Já no Bahrein, o rei sunita Hamad al Khalifa resiste com violência aos opositores da monarquia.
Fonte: http://educacao.uol.com.br
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