Primavera Árabe. Parte II.
História do Brasil e do Mundo

Primavera Árabe. Parte II.



Fala rapaziada!

Dando continuidade às revoltas populares que foi chamada de Primavera Árabe, irei citar os países onde aconteceram os principais focos da revolta.

Tunísia 
A Tunísia foi o primeiro país da Primavera Árabe a realizar eleições. O partido mais votado foi o islâmico chamado Ennahda, obtendo 90 assentos na Assembleia. (no total de 217). O partido de esquerda, o Congresso para a República (CPR), obteve 30 assentos, seguido pelo social-democrata, Ettakatol com 21 assentos.
Assim o Ennahda formou um governo de coalizão com o CPR e o Ettakatol.
Desta forma, os islâmicos terão de negociar com as forças seculares a agenda política. A Tunísia é vista como o país que tem a maior chance de adotar com sucesso a democracia por causa de sua população pequena, homogênea, como uma identidade nacional muito forte e uma instituição militar comprometida.

Egito
A maior expectativa está no Egito. Isso porque o Egito ocupa o “coração” do mundo árabe.
O que isso quer dizer?
Que o êxito ou fracasso na implantação de uma democracia no Egito vai ter uma enorme influência dos países vizinhos. Os Estados Unidos e Israel acompanham atentamente essa conturbada transição política no Egito, pois, desde o reconhecimento do Estado de Israel, o Egito é uma aliado-chave dos Estados Unidos na região.
O Egito realizou a eleição mais aberta de sua história para a elaboração de uma nova Constituição. Como era de se esperar a Irmandade Mulçumana ganhou a eleição e ira representar o Parlamento egípcio. Porém, a revolução não conseguiu tirar do poder a junta militar que assumiu o lugar de Mubarak.
 Essa demora na formação de um governo civil está aumentando a rejeição da população em relação aos militares, sem contar a violência da polícia egípcia.
Esse desgaste da Junta Militar esta reunindo milhares de manifestantes a voltarem ao centro do Cairo para convocar uma “segunda revolução”, com a tentativa de acelerar as eleições. Restar saber se os generais irão mesmo sair do poder. A população egípcia desconfia dos militares, porém, exercem uma hegemonia de mais de meio século no poder político do país.
Entretanto a Irmandade Mulçumana se definiu como defensores da liberdade religiosa, igualdade de direitos para homens e mulheres e do pluralismo político.
Isso é muito bom para uma transição tranquila para implantação de um governo democrata, porém, um sujeito chamado Al-Nur que prega o retorno das práticas morais de Maomé, afirmou em sua campanha que vai banir a venda das bebidas alcoólicas e o uso de biquínis nas praias. Al-Nur conquistou o apelo das camadas pobres e os seus discursos preocupam, e muito os setores progressistas, a minoria cristã (coptas) – alvos de ataques dos salafistas – e claro dos Estados Unidos e Israel.
O Egito não pretende tornar-se um Estado teocrático e uma aliança com os salafistas é improvável, mas ainda não se sabe se a Irmandade Mulçumana irá conseguir isso ou não. Somente teremos essas repostas quando outorgarem a nova Constituição e a entrega do poder aos civis. 

Líbia
Na Líbia o futuro é incerto. As primeiras manifestações contra o ditador Muammar Kadafi, em fevereiro de 2011, foram reprimidas de forma violenta pelo governo que acabou evoluindo para um conflito armado. A vitória dos rebeldes ganhou força com a entrada os europeus e norte-americanos, além dos ataques aéreos da OTAN. Os rebeldes organizaram-se politicamente com a criação do Conselho Nacional de Transição (CNT), que assumiu o governo provisório após a tomada da capital, Tripoli, em agosto. Mas a libertação definitiva veio com a morte de Kadafi, em outubro.
O CNT apresentou-se como a liderança da revolta, mas a situação no campo de batalha é muito diferente. Após a conquista do leste, em Benghanzi, a insurgência avançou com as milícias locais chamadas de katibas, que agiram com autonomia na libertação de cidades da costa central e ocidental.
O CNT procura desmoralizar as katibas, mas seus chefes não confiam nas novas autoridades e recorrem às armas para se defenderem. Na capital, os katibas circulam livremente e janeiro deste ano o líder do CNT declarou que a Líbia pode entrar em uma guerra civil se essas milícias não entregarem as armas.
Acredito que consolidação nacional da Líbia é delicada porque a região é habitada por varias tribos e clãs, o país não possui e nunca possuiu uma identidade nacional, e Kadafi acentuou a fragmentação. Na capital concentra a riqueza econômica e o poder militar e político, porém no leste são habitados por grupos hostis e menos desenvolvidos.

Iêmen
É o país mais pobre do mundo árabe e encontra-se ainda sem resolução. As manifestações populares forçaram a renuncia de Ali Abdullah Saleh que estava mais de 30 anos no poder. A disputa entre Saleh e os revoltosos fez dos extremistas da Al Qaeda aproveitar-se do caos e conquistaram algumas áreas. A situação no Iêmen é delicada porque o governo provisório enfrenta uma “onda”separatista no sul e uma rebelião xiita no norte.

Conclusão
A principal característica da Primavera Árabe é a ascensão do Islamismo como força política.Isto é inédito porque as ditaduras árabes reprimiam esses movimentos com o apoio das potências ocidentais. Partidos islâmicos foram colocados na ilegalidade e seus lideres foram presos e exilados. Mas nas revoltas as agremiações islâmicas ganharam espaço no processo eleitoral. Desta forma, a Primavera Árabe começa a redesenhar o mapa geopolítico do mundo árabe. Os Estados Unidos mantinham-se como aliados desses ditadores árabes, buscando sempre garantir os seus interesses políticos e econômicos na região que abriga as maiores reservas de petróleo do mundo. Entretanto, essa Primavera Árabe está pondo em cheque a política externa dos norte-americanos na região.

Por hoje é só pessoal!
Obrigado e até a próxima.

Professor João Pestana.
[email protected]
www.facebook.com.br/joao.pestana.1671






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