Muitos estudiosos concordam com a necessidade de uma reforma agrária no Brasil, mas como faze-la?
O texto a seguir fala sobre as ações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que luta pela reforma agrária desde 1984, quando foi criado.
Pelo menos 60 agricultores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram sábado a fazenda Guarani, de 220 alqueires, no município de Presidente Bernardes, no Pontal do Paranapanema, inaugurando o prometido “abril vermelho” em São Paulo. Na Bahia, o “abril vermelho” começou com a ocupação, por 2 mil militantes do MST, da fazenda Bela Manhã, da Aracruz Celulose, no município de Teixeira de Freitas, extremo sul do estado.
O líder da ocupação, Weldes Queiróz, dirigente do MST na Bahia, disse que o objetivo da invasão é lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás. A ocupação foi pacífica, mas a coordenação do MST não revelou a data em que eles pretendem deixar a propriedade.
(Adaptado de:<diariodonordeste.globo.com/notícias>).
Desde os primeiros anos da colonização, a ocupação das terras no Brasil é um assunto controverso. Os portugueses as tomaram dos índios. Formaram-se grandes propriedades com poucos proprietários. Ter terras representava riqueza. E essa ideia em boa medida permanece até os dias de hoje.
Apesar de a imensa maioria da população brasileira viver nas cidades, milhões de famílias vivem ou trabalham na zona rural. Muitas ocupam um pedaço de terra, mas não têm a sua propriedade legal. São os chamados posseiros. Outras famílias vivem na periferia de vilas e cidades e trabalham somente nas épocas de plantio ou colheita como boias-frias nas fazendas de grandes proprietários.
Há ainda muitos trabalhadores rurais que vivem em regime de semiescravidão. Confinados em fazendas, muitas vezes atraídos pela promessa de bons salários, acabam sendo forçados a trabalhar em troca de alimentação. Outros são obrigados a comprar alimentos dos donos das fazendas, a preços estipulados por eles, e o salário que recebem não é suficiente para pagar as dívidas.
Trabalhadores rurais em regime de escravidão, libertados pela polícia, 2008, Pará
Segundo muitos especialistas, a concentração da propriedade rural em poucas mãos dificulta o aumento da produção de alimentos para o consumo interno. Isso porque a maior parte desses alimentos é produzida em pequenas e médias propriedades. Em contraste com isso, os latifúndios geralmente são monocultores e, muitas vezes, estão voltados apenas para a exportação.
Nelson Piletti. Claudino Piletti. História e vida integrada. ensino fundamental
Assine nosso feed. É Grátis.