História do Brasil e do Mundo
Grandes Navegações e Descobrimentos
Naus e Caravelas (nau portuguesa - 600 t.)
A nau é, acima de tudo, um navio de grandes dimensões. Uma enorme construção de madeira, que podia transportar até 1000. Não foram usadas nas explorações marítimas, mas no comércio oriental, a Carreira das Índias.Eram pesadas e lentas, mas carregava mais produtos que qualquer outra embarcação. Já a caravela foi um produto do desenvolvimento das técnicas navais portuguesas durante os séculos XV e XVI. Com 2 ou 3 mastros, levava pouco mais de 20 tripulantes. Era uma embarcação rápida, de fácil manobra, capaz de bolinar bolinar (navegar em ziguezague contra o vento) e que, em caso de necessidade, podia ser movida a remos. Tinham em média 25 m. de comprimento, 7 m de largura e 3 m de calado (altura acima da água) e podia transportar cerca de 50 toneladas, o que fazia com que a maior parte de seu espaço fosse tomado pelas mercadorias, restando pouco espaço aos passageiros.Esta tonelagem chegou a aumentar até o século XVII, mas não passou de 200 toneladas.
O texto a seguir trata dessa situação.
O Cotidiano a bordo (caravela - 50 t.)
Apesar do gigantismo das naus da Carreira da Índia, o espaço destinado a cada pessoa a bordo era bastante exíguo, restrito a cerca de 50 cm. quadrados, ficando a maior parte do navio reservada para as mercadorias pertencentes à Coroa, aos mercadores, aos tripulantes e aos passageiros. Era tão pouco o espaço livre que, entre os séculos XVI e XVII, os marinheiros só conseguiam se movimentar a abordo graças ao sistema de escala, em que trabalhavam em duplas ou trios, técnica comum em países de tradição marítima.
Assim, enquanto um homem atuava no convés. Os outros descansavam, hábito que originou o termo mattenoot, ou companheiro do mesmo leito, para designar marujos holandeses, uma vez que, como seus semelhantes em outros países, todos ocupavam o mesmo beliche, alternadamente. Na volta das viagens as naus vinham tão sobrecarregadas que os passageiros não conseguiam caminhar da popa até o proa sem ter que subir em caixotes. Nos pavimentos inferiores, a carga ocupava quase todoo espaço, e mesmo luz e ar eram escassos, filtrados por frestas do casco, que também permitiam a entrada de água.
Fábio Pestana Ramos, NO TEMPO DAS ESPECIARIAS, ed. Contexto, 2004.
ExercícioO processo de expansão marítima foi, em Portugal, um empreendimento resultado da união de recursos governamentais e de particulares. Identifique no texto trecho que confirma este enunciado.
Veja resposta logo abaixo em
comentário.
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