História do Brasil e do Mundo
Gordini 3ª Parte
GORDINI 1965
O departamento de competições da Willys já era uma realidade em 1965. Nos anos anteriores, pilotos como Wilson Fittipaldi Jr., Christian Heinz, Luiz Antonio Grecco e Bird Clemente acumularam vitórias ao volante de velozes Interlagos pintados de amarelo, a cor oficial da fábrica de São Bernardo do Campo.
Em 1965, porém, uma novidade nas pistas. A estratégia da Willys de lançar o 1093 no ano anterior deu resultado e, dividindo um desses carros, Luiz Pereira Bueno e José Carlos Pace venceram os 1.600 Quilômetros de Interlagos, uma das provas mais longas e importantes do calendário brasileiro. Foi heróico!
O feito deu novo fôlego para toda a linha Gordini, que em 1965 havia aparecido sem novidades. A exemplo do que acontecera em 1963, o carro era o mesmo do ano anterior.
Embalada pela vitória em Interlagos, a Willys pensava no futuro. O principal foco era a suspensão traseira do Gordini, o sistema ?Aérostable?, perfeito para as estradas francesas, mas que enfrentava problemas nas esburacadas vias brasileiras. Por isso, a confiabilidade do carro começava a ser colocada em xeque e surgiam as piadinhas, que renderam ao Gordini o apelido de ?Leite Glória?, aquele que ?desmancha sem bater?.
Disposta a resolver esses problemas, a Willys preparava o contra-ataque. Se 1965 foi também um ano sem grandes novidades para o modelo, 1966 seria cheio de inovações. Confira.
GORDINI 1966
A Willys arregaçou as mangas em 1966 e lançou o Gordini II. Comparado com suas versões anteriores, o carrinho era uma revolução. Trazia, segundo a fábrica, ?25 modificações que resultaram de exaustivos estudos da adaptação do Gordini às condições brasileiras?. A mais importante: a extinção da suspensão ?Aérostable?. Era a resposta da Willys às desconfianças que surgiam sobre o carro.
Mais uma vez, vale a pena ler um texto da época. No início de 1966, época do lançamento do modelo, a Willys divulgou o seguinte comunicado:
?A principal novidade é a modificação no conjunto traseiro de suspensão, com novos semi-eixos, novos cubos
de roda, novos tambores de freio e a colocação de tirantes para o eixo traseiro. O tirante impede o desalinhamento das rodas traseiras, protege (sic) e reforça a suspensão e melhora a estabilidade e a manobrabilidade do veículo. O Gordini II tem frisos cromados nas aberturas das rodas nos Paralamas, novos bancos (maiores e mais confortáveis), nova alavanca de câmbio, novo tanque de gasolina (com chave na tampa) e será vendido em nove cores diferentes. O 1093, de produção limitada, também incorporará em seu modelo 66 as novidades lançadas no Gordini II e que resultam, inclusive, da experiência adquirida nas competições em que o Gordini tem sido sempre campeão. Não foi feita modificação no sistema elétrico da linha Renault dos veículos Willys, que continuam dotados de dínamos?, diz o texto da fábrica. O carro trazia ainda novos carburador e distribuidor.
Apesar de uma propaganda da época afirmar que ?a nova suspensão com estabilizador trazeiro permite fazer curvas fechadas em alta velocidade?, não foi bem isso o que constatou um teste da ?Quatro Rodas?, publicado na edição de maio de 1966.
A revista apontou dois problemas no Gordini II. ?A primeira delas era uma perda de velocidade máxima em relação aos primitivos Gordinis; a outra era a menor estabilidade traseira, provocada pela supressão dos aerostables?.
Mas, em geral, ficou satisfeita. ?Trata-se de um carro nervoso, macio, gostoso de guiar, com freios sensíveis e características levemente sobre-esterçantes (tendência a sair de traseira nas curvas. O motorzinho de 850 cc tem boa elasticidade, como sempre, e não apresenta tendência ao super-aquecimento ou à detonação, podendo usar gasolina comum em qualquer circunstância?.
A revista listou as novidades na aparência do carro. ?Um friso cromado envolvendo discretamente os pára-lamas, um número II, assim mesmo, em algarismos romanos, outras cores e novo estofamento: não é difícil distinguir um Gordini comum do Gordini II, olhando o carrinho por fora. Por dentro,a diferença não se vê; sente-se. Principalmente a suspensão, melhor que a do Gordini anterior, por causa dos tensores e das buchas super-dimensionadas. O aerostable foi substituído por cilindros de borracha, para limitar os movimentos do eixo traseiro?.
No teste, o Gordini II utilizado pela ?Quatro Rodas? foi de 0 a 100 km/h em 32,6 segundos e completou 1 quilômetro em 45,7 segundos. A 60 km/h, o consumo foi de 18,7 km/l e, a 100 km/h, de 13 km/l.
Apesar dos bons resultados, a Willys estava disposta a suar ainda mais para sanar os problemas do carrinho. Em 1967, mais novidades viriam.
Gordini 1ª Parte
Gordini 2ª Parte
Gordini 4ª Parte
CONTINUA...
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