Unificação da Itália
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Unificação da Itália


Os movimentos pela unificação da Itália em 1848 fracassaram. Entretanto, esses movimentos se disseminaram pela população, criando um ideal nacionalista favorável à unificação. No sul da Itália, região basicamente agrária, o descontentamento provocava os camponeses, que viviam oprimidos por séculos de servidão: o poder concentrado nas mãos dos Bourbon ia sendo minado pelas freqüentes revoltas locais.

Os grupos radicais que lideraram os movimentos de 1848 foram passados para segundo plano. A iniciativa política no processo de unificação ficou com os grupos moderados, que pertenciam à Itália unificada sob uma monarquia constitucional. Os moderados eram liderados por Camilo Benso Cavour (1818-1861). chefe do gabinete de Vítor Emanuel II, do reino do Piemonte.

Entre os quatro reinos em que se subdividia a Itália, o mais importante e mais desenvolvido era o do Piemonte. Após o fracasso do movimento revolucionário, era o único capaz de levar adiante o processo de unificação. Nesse reino se desenvolveram, durante a primeira metade do século XIX, indústrias voltadas para o consumo dos pequenos proprietários rurais. Para a burguesia, a unificação significava a garantia de continuidade do desenvolvimento industrial e comercial. O nacionalismo nesse reino, portanto, estava ligado às necessidades de expansão do capitalismo, tal como na Prússia.

Buscando aliados para enfrentar a Áustria, Cavour entrou, ao lado da França e da Inglaterra, na guerra da Criméia, contra os russos, em 1855. Já em 1858 os resultados dessa participação se fizeram sentir: Cavour firmou com Napoleão III uma aliança, pela qual as tropas francesas auxiliariam o reino do Piemonte a libertar os Estados do norte da Itália do domínio austríaco; em troca, a França receberia a região de Nice e Sabóia, além de compensações financeiras e comerciais.

 

Em 1859 depois de lutar e vencer a Áustria, o reino do Piemonte conseguiu anexar a Lombardia, os ducados de Toscana, Parma e Módena e a parte setentrional dos Estados Pontifícios. Entretanto, a França teve de se retirar da guerra, e Veneza, uma das mais ricas cidades, permaneceu em mãos dos austríacos.

A partir de 1860, com o auxílio dos chamados "camisas vermelhas", comandados por Garibaldi, Fernando II, rei das Duas Sicílias, foi derrubado e, no dia 17 de março de 1861, Vítor Emanuel foi proclamado rei da Itália. Faltavam ainda territórios ao norte (Veneza), sob o domínio da Áustria, e as terras da Igreja, no centro. A tentativa de Garibaldi de transformar a Itália numa república foi considerada muito radical e deixada de lado.

A Itália apoiou a Prússia na guerra contra a Áustria, em 1866. Isso foi fundamental para forçar o governo dos Habsburgos a abandonar Veneza, pressionado pelo governo prussiano.

Em Roma, o papa, auxiliado pelas tropas francesas ainda resistia. Mas a guerra franco-prussiana obrigou essas tropas francesas a se retirarem, e o Exército italiano invadiu a cidade de Roma em 1870. Em julho do ano seguinte, a "Cidade Eterna" era proclamada capital da Itália, agora unificada.

O processo de unificação italiano caracterizara-se desde o princípio por uma atitude hostil à Igreja Católica, porque ela se colocava como obstáculo a sua complementação. Após a ocupação de Roma, as tensões entre a Igreja e governo italiano se agravaram. Essa crise só foi resolvida em 1929, pelas concordatas de Latrão, firmados entre o papa Pio XI e Mussolini.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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