A Itália, imbuída de forte sentimento nacionalista, despertado principalmente pelas divisões impostas pelo Congresso de Viena, aceleraria sua política de unificação. No início do século XIX, destacaram-se nesse processo os carbonários – cujo nome está associado às cabanas dos carvoeiros, onde se encontravam secretamente –, precurssores dos movimentos pela unificação. Reunindo monarquistas e republicanos, sem uma linha de ação definida, os carbonários atuavam em toda Itália.
Nas lutas de 1848 destacaram-se os republicanos, liderados por Giuseppe Mazzine e Giuseppe Garibaldi, os monarquistas, liderados pelo conde Camilo Cavour. Estes últimos tomaram a frente das lutas pela unificação a partir do reino do Piemonte-Sardenha, Estado independente, industrializado e progressista, governado por Vítor Emanuel II.
Giuseppe Garibaldi
No rastro da primavera dos povos, houve rebeliões liberais impondo reformas em quase todos os reinos italianos. No mesmo período aconteciam as lutas de independência da Veneza-Lombarda, que estava sob domínio austríaco.
O movimento pela unificação italiana, enfraquecido pelas diversas derrotas para os austríacos, não ofereceu resistência para a reinstalação do absolutismo, só voltando a ganhar força, novamente, na década de 1860.
Nesse mesmo ano, os “camisas vermelhas” de Garibaldi, forças populares republicanas que já haviam conquistado Parma, Módena, Toscana e parte dos Estados Pontifícios, libertaram a Sicília e o sul da Itália, governados pelo monarca absolutista da família Bourbon, Francisco II. Entretanto, eram os monarquistas liberais e burgueses, instigados pelo jornal Risorgimento, que lideravam os movimentos de libertação do restante da Itália, especialmente da República de Veneza e da parte não conquistada dos Estados Pontifícios. Assim, mesmo contrário a uma unidade monarquista, Garibaldi abandonou a política para não dividir as forças italianas de unificação, favorecendo Vítor Emanuel II e seus ministros.
Contando com a promessa do monarca de que não invadiria Roma, as tropas francesas deixaram a capital católica, em 1870, para enfrentar os alemães de Bismarck na Guerra Franco-Prussiana, em que foram derrotadas. As forças de unificação aproveitaram a conjuntura e invadiram Roma, transfomando-a na capital italiana. Em janeiro de 1871, Vitor Emanuel II transferia-se para Roma, completando o processo unificador e, pouco depois, um plebiscito consagraria a anexação.
O papa, considerando-se um prisioneiro no Vaticano, recusava-se a reconhecer o novo Estado italiano unificado, originando a Questão Romana, que duraria até 1929, quando Mussolini assinou com o papa Pio XI o Tratado de Latrão, que criava dentro da cidade de Roma o território independente do Estado do Vaticano, pertencente à Igreja. Hoje corresponde ao menor Estado independente do mundo.
Vaticano centro de Roma, Itália
Mesmo com a unificação italiana, várias questões restavam pendentes, como a das províncias setentrionais do Tirol, Trentino e Ístria, de população predominantemente italiana e em mãos dos austríacos. Reivindicadas pela Itália, essas regiões, que formavam as províncias irredentas, foram uma das razões que levaram a Itália a entrar na Primeira Guerra Mundial contra a Áustria.
Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorigo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil.
Irredentismo: O termo indica a aspiração de um povo a completar a própria unidade territorial nacional anexando terras sujeitas ao domínio estrangeiro “terras irredentas”.
fonte: Wikipédia
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