História do Brasil e do Mundo
Projeto Calha Norte
O Programa Calha Norte assegura a presença do Estado brasileiro,
representada pelas Forças Armadas, nos limites da região amazônica, que
equivale a uma terça parte da fronteira terrestre do nosso país.
Em dezembro de 1985, se originou uma exposição de motivos ao presidente
da República, resultante dos estudos realizados por um Grupo de Trabalho
Interministerial coordenado pela então Secretaria de Planejamento e integrado
por representantes do Ministério das Relações Exteriores, dos Ministérios das
Relações Exteriores, dos Ministérios Militares, hoje Ministério da Defesa, e do
então Ministério do Interior.
Na época, identificou-se que a região da Calha Norte, delimitada ao sul
pela calha do rio Solimões/Amazonas e, ao norte, pela fronteira com os países
vizinhos, perfazendo uma área de 1.219.000 km², era de elevada importância
estratégica para o país, mas estava relegada ao descaso das autoridades.
Foram identificados três espaços distintos na área: faixa de fronteira,
faixa ribeirinha à calha do rio Solimões/Amazonas e faixa interior, denominada
hinterlândia – situada entre as duas primeiras. Foi dada prioridade à faixa de
fronteira, a qual apresentava as seguintes características:
- extremamente
carente de infraestrutura básica (saúde, educação, transporte, saneamento,
comunicações, etc.);
- baixíssima
densidade populacional permeada por imensos vazios demográficos;
- problemas
com narcotráfico e contrabando;
- problemas
com garimpos ilegais;
- fronteira
com cinco países: Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa;
- grande
parte da região com inexpressiva, ou até mesmo ausência, da presença
governamental.
O que é Calha Norte?
“Formado por 14 bases avançadas do Exército, com apoio da Aeronáutica e
da Marinha, o Calha Norte abrange 70 municípios brasileiros, 38 dos quais ao
longo dos 5.993 km da faixa de fronteira (mais de 1/3 das fronteiras terrestres
do país), nos estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá”, explica o coronel
Claudimar. Sua área de atuação corresponde 14% do território nacional,
praticamente inexplorado, esparsamente demarcado, fracamente povoado e
praticamente sem vigilância terrestre, onde habitam cerca de 2.300.000 pessoas
(apenas 1,2% da população brasileira), incluindo 25% da população indígena do
país. Além das 14 bases avançadas, existem quatro Comandos de Fronteira,
reunindo aproximadamente 1000 homens cada, com armamento padrão e moderno do
Exército Brasileiro e dois veículos de guerra, um Cascavel e um Urutu, em Boa
Vista. Já as bases avançadas são constituídas pelos Pelotões
Especiais de Fronteira, cujo lema é Vida, Combate e Trabalho. Um
pelotão comum reúne 35 homens, mas estes, por serem especiais, reúnem 65 a 70,
armados com metralhadoras e fuzis FAL 7.62 mais metralhadoras de mão e pistolas
9mm.
Fazem a pé o patrulhamento intensivo e ostensivo da floresta inóspita ou
a bordo de embarcações rápidas, de alumínio, pelos inúmeros rios das região.
A maioria dos soldados dos Comandos e dos Pelotões são índios
pertencentes às etnias locais. Acostumados às dificuldades da floresta,
incorporaram ao armamento militar seus armamentos rústicos, porém leves, como a
zarabatana, cujo dardo pode atingir um alvo a 200 metros, e o arco e a flecha.
Um flecha disparada num homem a 10 metros de distância pode transpor seu corpo.
As metas
Para facilitar e conseguir realizar o trabalho numa região imensa, o
Exército criou metas e objetivos a serem atingidos pelo Calha Norte;
- Aumentar a
presença brasileira na área, com o fortalecimento das estruturas governamentais
de oferta de serviços, de modo a criar estímulos para o desenvolvimento
sustentável da região;
- Ampliar as
relações entre os países limítrofes, particularmente com o apoio de rede
consular, visando ao fortalecimento dos mecanismos de cooperação, dos fatores
de produção e das trocas comerciais;
- Fortalecer
a infraestrutura de energia e telecomunicações, insumos básicos para o
desenvolvimento da região;
- Expandir a infraestrutura
viária, no sentido de complementar a vocação natural na Amazônia, que tem no
transporte fluvial o mais importante fator de integração regional;
- Fortalecer
a ação dos órgãos governamentais de Justiça, Polícia Federal, Receita Federal e
Previdência Social na região, como fatores de inibição da prática de ilícitos,
decorrentes da insuficiente presença do Estado.
- Intensificar
as atividades visando à perfeita demarcação da fronteira, comportando inspeção,
restauração de marcos danificados e assentamento de novos outros;
- Promover a
assistência e proteção às populações indígenas, delimitando e demarcando suas
terras e estimulando o seu desenvolvimento.
No Plano Plurianual
2000/2003, os recursos destinados ao Programa Calha Norte somam
cerca de R$ 700.000/ ano. Para o ano de 2000, duas Emendas de Comissão
(Comissão da Amazônia e de Desenvolvimento Regional e a Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Senado) elevaram o Orçamento 2000 para R$
25.000.000, melhorando em muito a situação atual do programa, que no ano
passado recebeu apenas R$ 1.216, muito embora este valor esteja assegurado
somente para este ano e dê para realizar as ações previstas abaixo:
- Manutenção
da infraestrutura instalada nos Pelotões Especiais de Fronteira
- Apoio Aéreo
- Estudo dos
problemas e das demandas
- Distribuição
de material e equipamento básico às comunidades indígenas
- Manutenção
das embarcações
- Apoio às
comunidades carentes
- Manutenção
de pequenas centrais elétricas
- Conservação
de rodovias
- Manutenção
de aeródromos
- Construção
de aeródromos
- Distribuição
de material didático para as comunidades
- Distribuição
de equipamento escolar para o controle da segurança da navegação fluvial
- Implantação
de unidades militares
- Implantação
de infraestrutura básica nos municípios mais carentes.
Cabe agora aos Estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá aproveitarem o
momento oportuno para buscar revitalizar o Programa Calha Norte, a fim de que
seus objetivos iniciais sejam atingidos e os benefícios alcancem essa região
imensa e desprotegida, de população extremamente carente, mas com um potencial
também imenso de biodiversidade e riquezas minerais.”
A presença militar na Amazônia brasileira
Tabatinga/AM
Comando de Fronteira (8º BIS)
- Pelotão
Ipiranga
- Pelotão
Vila Bittencourt
Boa Vista/RR
Comando de Fronteira
(7º BIS)
- Pelotão
Bonfim
- Pelotão
Surucucu
- Pelotão
Normandia
- Pelotão
Pacaraima (BV 8)
- Pelotão
Auaris
São Gabriel da
Cachoeira/AM
Comando de Fronteira (5º BIS)
- Pelotão
Yauaretê
- Pelotão
Querarí
- Pelotão São
Joaquim
- Pelotão
Curuí
- Pelotão
maturacá
Macapá/AP
Comando de Fronteira (3º BIS)
- Cia. De
Clevelândia do Norte
Pará
Não tem nenhum comando de Fronteira ou Pelotão
Especial de Fronteira Prevista a construção de um PEF em Tiriós.
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