Posseiros e grileiros
História do Brasil e do Mundo

Posseiros e grileiros


O posseiro é o primeiro a ocupar, isto é, a tomar a posse da terra. Uma terra que geralmente não tem dono nem documentação, ou, se pertence a alguém, está abandonada e sem uso produtivo. O posseiro chega, abre uma clareira, faz sua casa de pau a pique ou de madeira que tira da mata e começa a cultivar a terra. Em certos casos, a terra ocupada está nos limites de uma reserva  indígena.

O grileiro é aquele que invade a terra do posseiro, pessoalmente ou por meio de capangas ou assistido por advogados. Como os posseiros não têm documentação que ateste sua propriedade sobre a terra, os grileiros utilizam-se de diversos artifícios para se apossar dela: se o posseiro resiste a deixar a terra, o grileiro pode oferecer-lhe dinheiro ou obriga-lo a sair por meio da violência.

Nas últimas décadas do século XX, surgiu um novo tipo de grileiro, principalmente na região amazônica. Não se trata mais do fazendeiro, mas de grandes empresas nacionais e internacionais. Essas empresas tornaram-se donas de grandes extensões de terras, que foram compradas por preços baixos e, às vezes, com incentivos do governo.

Elas se instalam para explorar madeira ou criar gado. Geralmente contratam funcionários para derrubar a floresta, matar animais, expulsar seringueiros, castanheiros, posseiros e a população indígena.

Se necessário, algumas chegam a mandar assassinar os que resistem principalmente seus líderes, seja trabalhadores, seja padres, advogados ou políticos.

Doroty Stang

Doroty Stang, missionária assassinada em fevereiro de 2005, por defender o direiro à terra de famílias de pequenos agricultores. Em fevereiro de 2005, mais uma vítima juntou-se a tantas outras na região amazônica. A missionária norte-americana, naturalizada brasileira, Doroty Stang, de 73 anos, foi assassinada em Anapu, no Pará. O trabalho da freira consistia em assentar famílias em lotes de terra no meio da floresta.

Em maio de 2007, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão por ter sido considerado mandante do assassinato da freira. O crime sensibilizou o Brasil e o mundo, que voltou seus olhos para os conflitos da região amazônica. Entretanto, em maio de 2008 Vitalmiro Bastos de Moura foi absolvido em um segundo julgamento. Muitos veem nisso um sinal de impunidade e um estímulo a ações criminosas.

Nelson Piletti. Claudino Piletti. História e vida integrada. ensino fundamental

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