Com a queda da dinastia Bourbon, subia ao trono Luís Filipe de Orléans, conhecido como o “rei burguês” ou o “rei das barricadas”. Sua posse representou um avanço liberal que repercutiu por toda Europa, pois simbolizava os anseios das nações prejudicadas pelas medidas adotadas pelo Congresso de Viena:
Luís Filipe reformulou a Constituição dos Bourbon, enfatizando o liberalismo: submeteu-se à Constituição, fortaleceu o legislativo, aboliu a censura e fez com que a religião católica deixasse de ser a oficial no país. Apesar disso, manteve ainda o caráter censitário do voto e da candidatura a cargos legislativos. Atendeu, assim, exclusivamente aos interesses da burguesia, ignorando os do proletariado
Socialistas, bonapartistas e republicanos uniram-se contra Luís Filipe, reclamando uma reforma eleitoral e parlamentar, com a queda da exigência censitária. Organizando reuniões populares e manifestações contrárias ao “rei burguês”, esse movimento ficou conhecido como política dos banquetes, referência às reuniões de opositores que se davam em torno de refeições.
Caricatura de Luís Filipe de Orléans, cuja ascensão representou o retorno da burguesia ao poder.
O rei e o ministro Guizot, que havia proibido as referidas reuniões, não cederam às pressões reformistas, o que intensificou as manifestações populares. Os confrontos e a rebeldia da Guarda Nacional, que aderiu aos revoltosos, levaram à demissão de Guizot e à fuga de Luís Filipe para a Inglaterra.
A revolução de fevereiro de 1848 refletiu-se por todo o mundo exaltando o ânimo das massas que, ansiosas por mudanças profundas, desencadeou uma sucessão de eventos que passou à história como primavera dos povos.
VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil.
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