A França do Seculo XIX
História do Brasil e do Mundo

A França do Seculo XIX




Com o fim da Era Napoleônica, a França assistiua supremacia dos regimes absolutistas lhe impor o retorno da dinastia Bourbon, sob a tutela do rei Luís XVIII (1814 - 1824). A partir de então, uma nova Constituição determinava que o rei fosse o representante máximo do PoderExecutivo e que o PoderLegislativo seria organizado em sistema bicameral, onde a Câmarados Pares seria ocupada por membros escolhidos pelo rei e a Câmara dos Deputados seria eleita através do voto censitário.




Dessa maneira, todos os ideais e anseios geradospela experiência revolucionária francesa seriam sepultadospor um governo elitista que combinava elementos liberais e monárquicos. Sob a perspectiva política, a França se mostrava dividida entre três grupos políticos: os ultras, defensores irrestritos da perspectiva absolutista; os bonapartistas, partidários do retorno de Napoleão Bonaparte ao governo; e os radicais, que buscavam a imediata retomada dos princípios transformadores de 1789.
Em 1824, a morte de Luís XVIII acabouagravando as rivalidades políticas. Naquele ano, com o expresso apoiodas alas políticas mais conservadoras de todo o país, o rei Carlos X passou a fomentar medidas que restaurassem o absolutismo do Antigo Regime. Para tanto, indenizou os nobres que fugiram da França durantea revolução, determinou a censura dos meios de comunicação e ampliou a participação da Igreja nas instituições educacionais.
No ano de 1830, a vitória liberal nas eleições para deputado manifestoua imediata reação contra o desenvolvimento de um governo tão conservador. Entretanto, Carlos X não recuou e, por meio das chamadas Ordenações de Julho, impôs um decreto que retirou o cargo de todos os deputados eleitos. Sob a liderança do duque Luís Felipe, jornais, estudantes, burgueses e trabalhadores iniciaram manifestações e levantes que conduziriam a Revolução de 1830.
Por meio da intensaação de populares que organizaram as chamadas ?jornadasgloriosas?, o rei Carlos X abdicou o trono e buscou imediato exílio na Inglaterra. Dessa maneira, o duque Luís Felipe foi quem assumiuo trono com o indelévelapoio da burguesia francesa. Em razão destaassociação, o novo monarca estabeleceu o fim de várias açõese leis de natureza absolutista, mas fez questão de preservar a excludente barreira política do voto censitário.
Mesmo não permitindo o atendimento das reivindicações republicanas, o novo governoteve a significativa função de colocar fim às intenções restauradoras do Congresso de Viena. Em pouco tempo, a disseminação dos acontecimentos franceses inspirou outros levantes nacionalistas pela Europa. Um exemplo disso se deu na Bélgica, que acabou alcançando sua independência em relação à Holanda.
 A Revolução de 1848

O ano de 1848 marcou o continente europeu com movimentos revolucionários que, a partir de Paris, tiveram rápida propagação nos grandes centrosurbanos. A consolidação do poder políticoda burguesia e o surgimento do proletariado industrial enquanto força política foram os reflexos mais importantes daquele ano, que também foi marcado pela publicação do ?Manifesto Comunista?de Marx e Engels.
Em 1830, com a chegadaao poder de Luís Filipede Orleans, conhecido como ?o rei burguês?, os financistas viam-serepresentados, uma vez que o própriomonarca era oriundodaquelas fileiras. No entanto, diversoseram os gruposde oposição que, organizados em partidos, nutriam o mais vivo interesse em ampliar seu poder político:
·         Os legitimistas, conservadores representantes da antiga nobreza, vislumbravam restituir a dinastia dos Bourbon;
·         os republicanos, representavam os profissionais liberais e as classes médias, empunhando bandeiras nacionalistas;
·         os bonapartistas, liderados pelo sobrinho de Napoleão (LuisBonaparte), representavam a pequena burguesia descontente;
·         e os socialistas representavam a crescente classeoperária, que a despeito da organização muitasvezes precária, fazia-se notar enquanto força política considerável.

Banquetes oposicionistas

Em 1847, grupos políticos de oposição ao governo de Luís Filipe,impedidos de realizarmanifestações públicas, decidiram pela realização de banquetes, com o objetivode discutir não apenas a grave criseeconômica enfrentada pelo país - as secas afetaram toda a cadeia econômica - mas para discutir propostas de ação e meios de obter mais representatividade política.
Para o dia 22 de fevereirode 1848, foi marcado um grande banquete,que contaria com a presençade representantes dos partidos de oposição advindos de toda a França, com o objetivo de protestar contra os boatos de corrupçãono governo e contra a política repressiva do primeiro-ministro Guizot, que paulatinamente cerceava os direitos políticos.
No entanto, este banquetefoi impedido por ordem do próprio Guizot, o que provocou uma violenta reação dos proletariados parisienses. O movimento foi imediatamente seguido pela quase totalidade da população de Paris, incluindo elementos da Guarda Nacional. Após três dias de luta, com centenasde ruas tomadas por barricadas, os revoltosos conseguiram a abdicação de Luís Filipe, dando lugar ao estabelecimento de um governo provisório, que proclamaria a República.

 A Repúblicasocial

Onovo governo dividiu-se sob a influência de bonapartistas, socialistas e republicanos, e cedendo aos protestos do proletariado, organizou a criação de Oficinas Nacionais, com a intençãode dar combate ao enormedesemprego. Este períodoinicial da revolução, também chamado de RepúblicaSocial, foi marcadopela provisoriedade e pela intensadisputa entre os diferentes interesses envolvidos na consolidação dopoder.




Nas eleições convocadas para abril, os moderados republicanos, representantes da burguesiaindustrial, obtiveram a maioria na Assembléia Constituinte, graças aos votos não só dos conservadores, mas dos proprietários rurais e dos camponeses. Mais uma vez, reativamente, dando lugar a diversas manifestações do proletariado urbano. O fechamento das Oficinas Nacionais em junho, determinou o início de um novo movimentode sedição. As batalhas travadasentre os operáriosrebelados e a Guarda Nacional tiveram como saldo cerca de 3 mil fuzilados e mais de 15 mil deportados para colônias francesas.
Àfrente do chamadoPartido da Ordem, e aproveitando-se do prestigioso nome de seu tio, Luís Bonaparte venceu as eleiçõesde dezembro com cerca de 73% dos votos. No entanto, no legislativo, houve uma vitória expressiva dos monarquistas no ano seguinte, estabelecendo um quadro de constante tensão entre o novo presidente e a Assembléia.
 O 18 brumário de Luis Bonaparte

Em novembro de 1852,Luis Bonaparte pôs em marchaum golpe de Estado que ficaria conhecido como seu 18 Brumário, tornando-se imperadorda França, sob o título de Napoleão III. Tal episódiolevaria Karl Marx a afirmar: ?Hegel faz notar algures que todos os grandes acontecimentos e personagens históricos ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa?.
As agitações ocorridas na França rapidamente se espalharam por diversas naçõeseuropéias, inspirando movimentos de sublevação contra as monarquias sobreviventes do Congresso de Viena. NaItália, o movimento de 1848 teve caráter liberale manifestadamente nacionalista, numa região extremamente fragmentada, dominada por governos absolutistas e em certa medida mantida sob a tutela da Áustria.
Assim, o movimento tomou feições de reivindicações independentistas e de unificação, processo que se alongou até 1870. Na Confederação Germânica, mantida sob a influência de austríacos e prussianos, o movimento tambémse expressou pela via do nacionalismo e da unificação, processo que se arrastaria por mais 20 anos. Até mesmo o Brasil pôde sentir os efeitos da onda revolucionária das barricadas francesas, que inspiraria os rebeldes pernambucanos na Revolução Praieira.

 A Primavera dos Povos

Segundo o historiador Eric Hobsbawm, a Primavera dos Povos foi a primeira revolução potencialmente global, tornando-se um paradigma de ?revolução mundial? que alimentou rebeldes de várias gerações. Por outro lado, o triunfo eleitoral de Luís Bonaparte mostrou que a democracia, anteriormente relacionada com os ideais da revolução, prestava-se também à manutenção da ordem social. A burguesia apercebera-se dos perigos das revoluções, tomandoconsciência de que seus anseiospolíticos poderiam ser alcançados pela via do sufrágio universal, evitando conflitos e sublevações. Assim, a revoluçãode 1848 foi o movimentoque posicionou
definitivamente burguesia e proletariado em campos opostos, o que marcaria profundamente os embates políticos vindouros.






- A Segunda República Francesa (1848-1852)
Após a derrubada de Luís Filipe, foi instaurada a Segunda República na França. As várias correntes políticas da época organizaram um governo provisório, com a função de convocar uma Assembléia Constituinte: na presidência o liberal Lamartine,...

- O Governo De Luís Filipe (1830-1848)
Com a queda da dinastia Bourbon, subia ao trono Luís Filipe de Orléans, conhecido como o “rei burguês” ou o “rei das barricadas”. Sua posse representou um avanço liberal que repercutiu por toda Europa, pois simbolizava os anseios das nações...

- Revoluções Na França: 1830 E 1848
Depois da queda de Napoleão, a dinastia dos Bourbon foi restaurada na França. O rei Luís XVIII estava à frente de uma monarquia parlamentar. O poder legislativo era composto por duas câmaras, mas somente pouco mais de 200 mil pessoas tinham o direito...

- Revoluções E Conflitos Do Século Xix - Primavera Dos Povos - Questões De Vestibulares
1. (Cesgranrio) "Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!"  Com essa frase, que se tornou famosa, Marx e Engels começavam o "Manifesto Comunista" no fervilhar de um período de profundas agitações em toda a Europa, no período entre 1830...

- A Revolução Francesa
A situação da França no século XVIII era de extrema injustiçasocial na época do AntigoRegime. O TerceiroEstado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequenaburguesia comercial. Os impostos eram pagos somentepor este segmento...



História do Brasil e do Mundo








.