[ou Lucius Aelius Aurelius Comoddus ou Marcvs Avrelivs Commodvs Antoninvs]
(161 - 192)
Imperador déspota de Roma (180-192), nascido em Lanúvio, Lácio, último representante da dinastia dos Antoninos, cujo governo foi marcado por ações de crueldade e violência, principalmente depois de descobrir uma conspiração para assassiná-lo tramada por sua irmã Lucila (183), a quem mandou executar juntamente com um grupo de senadores com quem estava aliada. Filho e sucessor de Marco Aurélio e de Faustina, pertencente à extensa galeria de loucos que passaram pelo poder supremo de Roma. Recebeu o título de César (166) e o de co-imperador (176) e logo que assumiu o poder absoluto, após a morte do pai, mudou seu nome para Marco Aurélio Cômodo Antonino. No início de seu reinado, conservou os serviços dos melhores auxiliares de seu pai, embora agisse contra seus conselhos ao concluir, imediatamente, um tratado que envolvia o pagamento de pesados subsídios e a evacuação das guarnições romanas dos territórios que haviam sido ocupados por Marco Aurélio. Voltou a Roma, onde foi muito bem recebido, mas as coisas logo começaram a se complicar. Ocioso, corrupto e dissoluto, embora um historiador da época estivesse mais inclinado a interpretar suas falhas como uma vulnerabilidade às más influências, promoveu shows de gladiadores, cuja paixão pelo combate desses, como espectador e como participante, que o levou a seus maiores excessos. A partir da descoberta da conspiração de Lucila, comandou uma onda de extermínio que acabou por desestruturar o governo.
No campo militar, depois de firmada a paz nas fronteiras germânicas, teve que enfrentar (184) os caledônios da Bretanha que atravessaram a Muralha de Antonino e invadiram o sul da Escócia. Foram necessárias três campanhas, comandadas pelo governador Ulpius Marcelus, para que eles fossem contidos. Com a evolução de sua doença mental, trocou o nome de Roma para Colônia de Cômodo, e imaginou-se a encarnação de Hércules, adotando as roupas e as armas do herói e impondo a adoração de sua pessoa (190) como a reencarnação viva do herói mitológico grego. Organizou uma extravagante série de jogos que duraram duas semanas (192) e na qual tomou parte pessoalmente. Apareceu no Senado como cônsul vestido com roupas de gladiador. Aproveitando a oportunidade, por decisão dos conselheiros do império e sua própria esposa Márcia, foi estrangulado e morto por um campeão de luta corporal, o famoso atleta Narcissus e enterrado no Mausoléu de Adriano. Em virtude de seu desastrado governo, sua morte encerrou a dinastia dos antoninos e deu início a uma guerra civil que interrompeu os 84 anos de estabilidade em que viviam os romanos.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/LuciusAA.html