Pelo litoral brasileiro, navios forasteiros chegavam em busca da opulência das nossas matas ou das vilas primitivas constituídas pelos portugueses, entretanto a França ambicionava voar mais alto e durante mais de meio século preparou com esmero duas grandes expedições no intuito de tomar o litoral brasileiro.
A França não admite a existência do Tratado de Tordesilhas – estabelecido entre D. João II, rei de Portugal, e os Reis Católicos, a 07 de Junho de 1494, em Tordesilhas, no qual se determinou a divisão do mundo em duas regiões de influência, uma portuguesa e outra espanhola – e advoga o direito de posse do território brasileiro a quem primeiro atingisse o território em questão.
No ano de 1555, constituíram a França Antártica, no Rio de Janeiro, e em 1612, no Maranhão, a França Equinocial. Quando da 1ª invasão, a França passava pelo movimento da Reforma Protestante, a qual provocou uma série de revoltas internas que mancharam o país de sangue. Os protestantes franceses (conhecidos comohuguenotes), que seguiam a doutrina calvinista, passaram a ser perseguidos. Sem saída, o chefe almirante, Gaspar de Coligny, concorda com o plano de Nicolau Durand de Villegaigno de vir para o Brasil, para se refugiarem na colônia, na ilha de Sergipe, localizada na Baía de Guanabara, que este pretendia fundar, denominada França Antártica, que ficava entre os núcleos portugueses de São Vicente e da Bahia.
A França Antártica, como ficou conhecida a colônia, localizava-se entre os núcleos portugueses de São Vicente e da Bahia. Assim que chegaram, os franceses edificaram o forte Coligny na ilha de Sergipe, colocando em risco a exploração portuguesa da costa do Brasil.
A constância dos franceses na Baía de Guanabara provocou uma repartição territorial entre as colônias portuguesas, as capitanias ao sul separaram-se das que ficavam ao norte do Rio de Janeiro. A diferença cultural também provocou um certo desconforto quanto ao aprendizado lingüístico e religioso, desigual entre os dois países, o que deu à região uma gênese bastante diversa.
O governo-geral aparelhou duas expedições para banir os franceses do Maranhão. A primeira, liderada por Jerônimo de Albuquerque, malogra. É somente no segundo ataque, na Batalha de Guaxenduba, que os portugueses obtêm êxito, sendo esta a última vez que os franceses pensaram em invadir o Brasil.