Homero O poeta grego épico
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Homero O poeta grego épico


Homero é considerado o grande autor da maior parte dos poemas narrativos que sobreviveram ao início da literatura grega.
por Marcon Beraldo

Segundo a tradição antiga, ele é autor dos poemas épicos Ilíada e Odisseia, duas grandes obras da Antiguidade , e muitos outros poemas que acabaram servindo de relato histórico e base cultural e moral da Grécia. Para os gregos que viveram sob o domínio dos romanos, ele foi o principal poeta da sua época, embora alguns escritores coloquem em dúvida a sua verdadeira identidade - é controvertida até a data de seu nascimento. Por volta do sétimo século a.C. surgiram as primeiras citações dos relatos épicos -, a Ilíada e a Odisseia estão incluídas entre as grandes obras da literatura universal.


Antiguidade
Antiguidade ou Idade Antiga refere-se ao período compreendido da Europa Ocidental do século VIII a.C., quando surge a poesia grega de Homero, ao ano 476 da era cristã, data da queda do Império Romano.


Fenícios
Os fenícios foram os primeiros grandes comerciantes e mercadores marítimos. Eles habitaram a região hoje pertencente ao Líbano, Israel e Palestina, antes da chegada dos hebreus. Fundadores das cidades de Tiro e Sidon, chegaram ao auge em 1500 a.C e expandiram seus negócios até as cidades de Cádiz (Espanha) e Cartago (Norte da África).

A discussão sobre a autoria da Ilíada e da Odisseia resultou na famosa "questão homérica", que ao que tudo indica surgiu por volta do sexto século a.C., quando um certo Theagenes de Regium começou a indagar sobre as origens de Homero. Esta incerteza nasceu da quase completa impessoalidade do épico grego. O autor de Ilíada às vezes fala na primeira pessoa sobre seus próprios sentimentos, mas não há outra referência sobre a identidade do autor em nenhuma de suas obras. As datas e locais em que os poemas foram compostos podem ser apenas inferidos de evidências ambíguas e contraditórias.

Segundo alguns historiadores, o fato de serem citados comerciantes (fenícios) na Odisseia pode significar uma comprovação de que a obra possa ter sido feita por volta do século 9 a.C. Eles também citam táticas militares narradas na Ilíada que teriam origem no século 8 a.C. Embora essa diferença de datas possa indicar que houve um período muito longo entre a confecção de uma obra e outra, eles também sugerem que ambas possam ter apenas um autor, apesar de outros duvidarem que as duas possam ter sido escritas ou narradas somente por Homero.

Por volta do quarto século a.C, quando já se comercializavam livros e já existiam bibliotecas, Homero passou a ser considerado o criador da mitologia grega. Os historiadores da época se baseavam na existência de outros poemas, atribuídos a Homero, que homenageavam deuses daquele período. Essas obras também deixaram impregnadas na cultura grega princípios éticos de conduta e comportamento, mas sua autoria também nunca teve comprovação.

Homero teria vivido no oitavo ou nono século a.C. na Jônia, uma região hoje pertencente à Turquia. A Ilíada e a Odisseia são os principais documentos literários e históricos da região que resistiram aos tempos pelo seu relevante conteúdo. O que ficou de Homero, afora a controvérsia sobre as suas origens e até mesmo a própria autoria, são as obras, todas do gênero épico. Esses relatos, inspirados nas musas do autor, são baseados em fatos que podem ter acontecido ou não. As principais obras, a Ilíada e a Odisseia, falam de guerras, deuses, heróis, e, claro, tentam transmitir à sociedade de então ensinamentos morais, por meio dos personagens.

A Ilíada narra os acontecimentos, em 51 dias, durante o décimo e último ano da guerra de Troia. O título da obra tem origem no nome grego de Troia, Ílion. Trata-se de um poema épico que descreve "a ira de Aquiles" e a luta pela a posse de mulheres capturadas, entre Aquiles, o grande guerreiro, e Agamenon, o comandante em chefe do exército dos aqueus, que sitiou Ílios, a capital de Troia, por nove anos a fim de resgatar Helena, a esposa de Menelau (irmão de Agamenon), que fora capturada por Paris, filho de Príamo, rei de Troia.

A luta teve conseqüências desastrosas - primeiro para os aqueus, que tiveram de combater sem o apoio de Aquiles, e sob a temporária, porém real, inimizade de Zeus, "o pai dos deuses e dos homens" -; depois para o próprio Aquiles na perda de seu grande amigo Patroclus; e, finalmente, para Heitor, herói dos troianos. Aquiles, depois de ter se reconciliado com Agamenon, tendo vingado o assassinato de Patroclus e praticado os rituais finais para o amigo morto, finalmente se reconcilia com os deuses, ao permitir que Príamo possa regatar o corpo de Heitor e levá-lo de volta a Troia, para ser enterrado.

A história da Guerra de Troia pôde ser conhecida em detalhes graças ao relato atribuído a Homero. Acredita-se que ele costumava peregrinar pelas cortes e povoados da época, repetindo as estrofes verbalmente, enaltecendo os feitos e as conquistas dos antepassados dos gregos, então designados como aqueus.


A GRÉCIA EM NÚMEROS

A Grécia é banhada pelo mar em 14.880 km e possui uma fronteira terrestre de 1.160 km. O país é montanhoso ou acidentado em 80% de seu território. Apenas 28% das terras são propícias à agricultura. A indústria grega responde por 20% do PIB (Produto Interno Bruto). A agricultura gera apenas 4% das receitas. Já o turismo responde por 15% das riquezas da Grécia. O PIB do país chegou a US$ 324,4 bilhões em 2007. A Grécia, que tem aproximadamente 3 mil anos de existência, só proclamou sua independência nacional em 1829. O país tem cerca de 11 milhões de habitantes. 97% são de origem grega. A taxa de analfabetismo é de aproximadamente 2,5% e a renda per capita de US$ 31.382.


Ésquilo, Sófocles e Eurípides
Eles foram os principais autores das tragédias gregas. Ésquilo (525 a 456 a.C. aproximadamente) escreveu Prometeu Acorrentado; Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente) foi o autor de Édipo Rei, e o principal texto de Eurípides (484 a 406 a.C aproximadamente) foi As Troianas.

Era seu costume narrar, em pé e apoiando- se num cajado, em voz alta, para os ouvintes, a descrição dos combates dos heróis daquela época. Uma espécie de repórter falado daqueles tempos, com certeza. Esse costume viabilizou a preservação da memória dos fatos de então, o que acabaria por resultar na unidade cultural dos povos daquela região do sul da Europa, principalmente os de fala grega. Hoje, considera-se que Homero teve um papel fundamental, como personalidade literária, na vida do povo grego.

Essa narrativa, também chamada de epopeia, se resume em duas obras-primas: a Ilíada e a Odisseia. A Ilíada relata o último ano da guerra de Troia e a Odisseia conta as peripécias de Ulisses, depois da guerra. Em ambas são narradas a relação dos homens com os deuses. Consta que os relatos de Homero foram, por assim dizer, reescritos em 561 a.C por um certo Zenôdoto, que cumpria ordens de um ditador de Atenas, Pisístrato. Assim, a Ilíada e a Odisseia chegaram até nós compiladas por aquele escritor. Os dois grandes poemas que constituem as duas obras foram posteriormente subdivididos em 24 cantos cada, num total espantoso de 27.803 versos, número até hoje não superado na literatura ocidental.

Os outros personagens da guerra de Troia, heróis e anônimos, foram fontes de inspiração para autores que viveram depois dos tempos de Homero. Eles escreveram peças que se basearam nas vidas dos combatentes Ésquilo, Sófocles e Eurípides foram alguns desses autores.

A Ilíada, em particular, deixou sua marca na cultura clássica, tanto na formação dos gregos como, posteriormente, na dos habitantes do Império Romano. Essa influência também pode ser observada nos autores clássicos daquele período, como em Virgílio.


Zeus
Na mitologia grega Zeus era o mais importante e poderoso dos deuses. Também ficou conhecido pelo nome romano de Júpiter.

Originalmente, a Odisseia foi escrita em seis livros, dividida em quatro partes. A obra narra a luta de Telêmaco contra os cortejadores de sua mãe, que querem tirar proveito da viagem de Ulisses para a guerra de Troia. Atena aconselha Telêmaco a ir à procura do pai. Ele viaja numa embarcação para a casa do rei Nestor, em Pilos, que lhe conta episódios da guerra e sobre a morte de Agamenon. Em seguida, ele viaja a Esparta, junto com o filho de Nestor, e no palácio de Menelau e Helena, ouve mais relatos sobre o conflito entre aqueus e troianos.

Ao mesmo tempo em que Telêmaco segue viagem em busca do pai, Zeus envia Hermes para determinar a Calipso, em Ogígia, que deixe Ulisses partir. No mar, a bordo de uma jangada, durante uma tempestade, ele chega a um lugar chamado Feaces, onde encontra a princesa Nausíca. Aconselhado por ela a ir ao palácio, Ulisses recebe um pedido do rei Alcino para lhe contar a sua história.


Ulisses narra então o dia que deixou Troia no passado. Cita a passagem pela ilha dos ciclopes, onde ele fere o filho de Poseidon. Passa também pela ilha da feiticeira Circe, que, segundo a lenda, transformava os homens em suínos, e chega até Hades, onde interroga Tirésias sobre seu próprio futuro.

Essa região, segundo a lenda, era conhecida como a terra dos mortos. Ulisses então teria se comunicado - mediunicamente, talvez - com os companheiros de batalha que tombaram e inclusive com sua própria mãe, que falecera. Em seguida, ele volta à ilha de Circe, que o adverte sobre o perigo das sereias. Em viagem, novamente, Ulisses chega à ilha do Sol, onde seus companheiros matam os animais e depois falecem no mar. Ulisses, o único sobrevivente, volta à ilha de Ogígia, onde permanece por sete anos.

Depois de receber permissão de Calipso, Ulisses retorna à ilha de Feaces. Lá, ele recebe ajuda para voltar para Ítaca. A primeira providência de Ulisses é ocultar os tesouros. Telêmaco também volta ao "lar doce lar" e ao saber do motivo da viagem do filho combinam combater os pretendentes ao trono. É sugerida uma prova de habilidade e Ulisses, disfarçado de mendigo, termina como o grande vencedor e revela-se o verdadeiro rei de Ítaca. Junto com o filho e aliados, ele destrói os pretendentes e usurpadores. Só faltava provar sua identidade a Penélope. Depois disto, ele visita o pai, Laerte, que apresentava quadro de depressão profunda.



Revista Literatura




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