A Odisséia (parte II)
História do Brasil e do Mundo

A Odisséia (parte II)


O canto das sereias

Da ilha de Circe, e de sua passagem pelo inferno, Ulisses passou pela ilha das Sereias, que eram monstros, meio mulheres, meio pássaros. Elas atraíam com seu canto os marinheiros que se descuidavam de seu serviço, fazendo com que as embarcações se despedaçassem nos rochedos e, em seguida, devoravam seus imprudentes ouvintes.

Ulisses, curioso por ouvir o canto das sereias, deu ordem para seus marinheiros taparem os ouvidos com cera, e quanto a ele, que o amarrassem bem, com cordas bem fortes, no mastro do navio e não o soltassem enquanto não tivesse passado pelas sereias. Assim foi feito e Ulisses conseguiu ouvir o canto das sereias sem ser  morto em seguida.

 Ulisses e as sereias

A caminho de Ítaca

Passou em seguida pela ilha de Trinácia, onde pastavam os bois do deus Sol. Os marinheiros de Ulisses estavam famintos e mataram alguns bois para comer, apesar da proibição de Ulisses, pois os animais eram sagrados.

Por esse ato, os marinheiros foram mortos em uma tempestade em alto-mar, vítimas de um naufrágio. O único sobrevivente, Ulisses, depois de vários dias à deriva, boiando com os restos do navio, chegou à ilha de Ogígia, onde vivia a ninfa chamada Calipso.

As ninfas eram deusas menores que viviam nos campos, bosques e águas. Calipso apaixonou-se por Ulisses e o reteve por muito tempo. Ulisses ardia de desejo de deixar a ilha e retomar o caminho para seu lar. A ninfa concordou em ajuda-lo a construir uma embarcação para voltar para casa.

Novo naufrágio ocorre e Ulisses desembarca na ilha dos Feácios, onde foi bem recebido por Nausicaa, filha do rei Alcinoo. Contou suas aventuras e conseguiu a ajuda deles para retomar viagem para Ítaca. Depois dessas peripécias, Ulisses volta ao lar.

A chegada de Ulisses a Ítaca

Ao desembarcar em Ítaca, a primeira pessoa que encontrou foi uma jovem pastora que ele reconheceu como sua protetora, a deusa Palas Atena. Ela o ajudou a esconder numa gruta os tesouros que havia trazido para sua família.

Depois transformou Ulisses num mendigo que, dessa maneira, disfarçado, procurou o fiel criador de porcos Eumeu. Este acolheu o mendigo e passou a contar-lhe o que se passava no palácio de Ulisses, povoado de pretendentes à mão de Penélope, sob o pretexto de que Ulisses havia morrido.

No dia seguinte, o filho de Ulisses, Telêmaco, visitou o criador de porcos e, dessa maneira, encontrou e reconheceu seu pai. Eumeu,Ulisses e Telêmaco combinaram que Ulisses não se identificaria, permanecendo incógnito como mendigo, e discutiram juntos a maneira de se desfazer dos pretendentes à mão de Penélope.

A vingança de Ulisses

Dirigiram-se ao palácio, onde muitos serviçais de Ulisses eram cúmplices dos pretendentes e maltrataram Telêmaco e o mendigo. Logo à chegada, Ulisses foi reconhecido pelo cão.

Na sala principal do palácio encontravam-se banqueteando os pretendentes à mão Penélope, os quais também maltrataram o mendigo. Penélope anunciou então aos presentes que escolheria o pretendente, mas exigia uma prova: ela se casaria com aquele que fosse capaz de vergar o arco de seu esposo e fazer a flecha passar pelo orifício do cabo de doze machados, colocados um ao lado do outro, como Ulisses era capaz.

Os pretendentes concordaram com a prova. Todos tentaram e nenhum conseguiu. O mendigo pediu uma oportunidade para tentar a prova. Para surpresa dos presentes, realizou o feito considerado impossível. Em seguida, com as outras flechas passou a atingir os pretendentes com a ajuda de Telêmaco e Eumeu.

Ulisses foi reconhecido por Penélope, terminando suas aventuras com um final feliz, e sua esposa ser recompensada pela fidelidade ao marido.

O significado da obra de Homero

Para além de seu valor literário, a Ilíada e a Odisséia fornecem elementos para se saber sobre o estágio inicial da organização cultural, religiosa, social e política da Grécia Antiga.

Ficamos sabendo sobre os deuses que cultuavam as formas de governo que tinham, um rei local, como o era Ulisses, e que, desde tempos remotos, a Grécia não formava um Estado centralizado, unificado, mas dividido, em várias cidades-estado.

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