HISTÓRIA
História do Brasil e do Mundo

HISTÓRIA


BRASIL IMPÉRIO

PRIMEIRO REINADO


O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.



O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.

Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembleia. Alguns deputados foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

A Carta de 1824 ainda estabeleceu o padroado (subordinação da Igreja ao Estado).


Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

Confederação do Equador

As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,Alagoas  e Ceará formaram, em 1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao governo imperial. 

A Confederação ainda teve como lideranças mais destacadas o médico Cipriano Barata e Frei Caneca.

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte, incluindo  Frei Caneca.

A Confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.

Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.



Frei Caneca é fuzilado (1825) diante dos muros do Forte das Cinco Pontas,no Recife.


Abdicação

Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.




PERÍODO REGENCIAL


O Período das Regências na História do Brasil teve início em 1831 com a abdicação de Dom Pedro I e terminou em 1840 com o Golpe da Maioridade. Nesta época o Brasil foi governado por regentes, pois o herdeiro direto ao trono brasileiro, Dom Pedro II, possuía apenas 5 anos com seu pai abdicou e, portanto, não podia assumir o poder.

Contexto histórico (instabilidade política e social)

Foi uma época marcada por muitas revoltas regionais (algumas de caráter separatista), conflitos políticos pela disputa de poder e revoltas sociais (pelas péssimas condições sociais em que vivia grande parte da população do país). Esta instabilidade foi provocada, principalmente, pela falta de um governo forte capaz de organizar as forças políticas do país e resolver os problemas básicos da população pobre e miserável.

No campo político, houve uma disputa entre três grupos: restauradores (queriam a volta ao poder de Dom Pedro I); exaltados (defendiam a descentralização do poder e autonomia das províncias) e moderados (defendiam a monarquia e o governo centralizado).

Regência Trina Provisória – abril a junho de 1831 
Os deputados escolheram para assumir de forma provisória os senadores José Joaquim Carneiro de Campos, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e o brigadeiro Francisco de Lima Silva. Este governo teve como função principal realizar eleições para a eleição de uma regência permanente.

Regência Trina Permanente - 1831 a 1835
Eleitos pela Assembleia-Geral, foi composta por Francisco de Lima e Silva (brigadeiro), João Bráulio Muniz (deputado da região norte) e José da Costa Carvalho (juiz e político representante das regiões sudeste e sul). 

Regência Uma de Feijó – 1835 a 1837

Época em que o país foi governado pelo padre Diogo Antônio Feijó. Defensor da ordem e da manutenção da aristocracia no poder. Neste período houve muitas revoltas no Brasil. Feijó, não conseguindo contê-las, renunciou em 1837.

Regência Una de Araújo Lima – de 1837 a 1840

Araújo Lima era presidente da Câmara dos Deputados pelo Partido Conservador. Rico proprietário rural nordestino, seu governo foi marcado por medidas conservadoras.

FATOS DE DESTAQUE NO PERÍODO REGENCIAL  :

-  Criação da Guarda Nacional (1832) : Milícia armada que garantiu os interesses das elites rurais ( representadas pelos “coronéis).

-  Ato Adicional de 1834 : As primeiras mudanças no texto original da Carta de 1824. Criou as Assembleias Legislativas Provinciais e instituiu a regência uma. 

As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram em várias regiões do Brasil durante o Período Regencial (1831 a 1840). Aconteceram em função da instabilidade política que havia no país (falta de um governo forte) e das condições de vida precárias da população pobre, que era a maioria naquele período.


Principais revoltas regenciais:

Cabanagem (1835 a 1840)
- Local: Província do Grão-Pará 
- Revoltosos: índios, negros e cabanos (pessoas que viviam em cabanas às margens dos rios). 
- Causas: péssimas condições de vida da população mais pobre e domínio político e econômico dos grandes fazendeiros.

Balaiada (1838 a 1841)
- Local: Província do Maranhão 
- Revoltosos: pessoas pobres da região, artesãos, escravos e fugitivos (quilombolas). 
- Causas: vida miserável dos pobres (grande parte da população) e exploração dos grandes comerciantes e produtores rurais,recrutamento militar obrigatório.

Sabinada (1837 a 1838)
- Local: Província da Bahia 
- Revoltosos: militares, classe média e pessoas ricas. 
- Causas: descontentamento dos militares com baixos salários e revolta com o governo regencial que queria enviá-los para lutarem na Revolução Farroupilha no sul do país. Já a classe média e a elite queriam mais poder e participação política.

Guerra dos Farrapos (1835 a 1845)
- Local: Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual RS) e Santa Catarina.

- Revoltosos: estancieiros, militares libertários, membros das camadas populares, escravos e abolicionistas. 
- Causas: descontentamento com os altos impostos cobrados sobre produtos do sul (couro, mulas, charque, etc.); revolta contra a falta de autonomia das províncias.


  
Revolta  dos   Malês (1835)
- Local: cidade de Salvador, Província da Bahia. 
- Revoltosos: escravos de origem muçulmana (sudaneses) 
- Causas: os revoltosos eram contrários à escravização, à imposição do catolicismo e às restrições religiosas. Lutavam  para implantar um Estado teocrático islâmico.

II  REINADO

DISPUTAS POLÍTICAS
 O grupo político dos liberais moderados dividiu-se por volta de 1837 nas alas regressista e progressista, formando, a partir de 1840, dois partidos políticos. O Partido Conservador, constituído pelos regressistas e apelidado de Saquarema e o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado de Luzia.
Luzias e Saquaremas dominaram o cenário político do Segundo Reinado. Os conservadores defendiam um governo imperial forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma descentralização, concedendo certa autonomia às províncias. No entanto, quando conquistavam o poder, liberais e conservadores não apresentavam atitudes muito diferentes.


 Dom Pedro II (Foto: reprodução)

“PARLAMENTARISMO ÁS AVESSAS “ :  POLÍTICA DA CONCILIAÇÃO

D. Pedro II formou seu primeiro gabinete com a maioria dos políticos do Partido Liberal que lutaram por sua maioridade. O retorno dos liberais ao governo atiçou a rivalidade com os conservadores, acendendo uma disputa violenta entre os dois.

Na primeira eleição para a Câmara dos Deputados, os liberais contrataram capangas que distribuíram “cacetadas”, ameaçaram de morte seus adversários políticos e fraudaram a apuração dos votos. Este episódio ficou conhecido como  "Eleições do Cacete.

D. Pedro II substituiu o ministério liberal, em 1841, por um de maioria saquarema. Os conservadores obtiveram, assim, mais força para exigir que o imperador anulasse o resultado das eleições e foram atendidos. Os liberais de São Paulo e Minas Gerais promoveram a Revolta Liberal de 1842, contra a centralização promovida pelos saquaremas. As tropas imperiais dominaram a revolta e prenderam seus líderes que foram anistiados em 1844, quando retornaram ao poder.

Em 1847, teve início no Brasil o parlamentarismo. Criou-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros que era nomeado pelo imperador. O eleito montava o gabinete ministerial, que, em seguida, era submetido à Câmara dos Deputados para obter o voto de confiança. Se aprovado, o gabinete começava a governar o país; se rejeitado, cabia ao imperador demiti-lo ou dissolver a Câmara, convocando novas eleições. Ao todo foram 36 gabinetes: 21 liberais e 15 conservadores. Todavia, os conservadores, por serem mais alinhados aos interesses do imperador, permaneceram dez anos a mais no poder.


REVOLUÇÃO  PRAIEIRA  :  INSPIRAÇÃO NAS REVOLUÇÕES EUROPEIAS


Em meados do século XIX, a maioria da população urbana vivia em dificuldades econômicas e insatisfeita  com a dominação política local. Isso se devia ao fato de que quase todos os engenhos da região pertenciam a poucas famílias e o comércio estava concentrado principalmente nas mãos de portugueses. 

Em 1842, foi criado o Partido da Praia. Seus líderes eram ricos proprietários rurais excluídos dos acordos políticos entre liberais e conservadores. Insatisfeitos com essa situação uniram-se a liberais exaltados, que defendiam uma igualdade social. Em 1848, os conservadores demitiram o governador de Pernambuco (liberal). Diante desta ação, os praieiros iniciaram o movimento e divulgaram o Manifesto ao Mundo, cujas principais propostas eram: voto livre e universal para o povo brasileiro (fim do voto censitário); plena liberdade de imprensa; garantia de trabalho para o cidadão brasileiro; extinção do Poder Moderador; exercício do comércio a varejo só para brasileiros; garantia dos direitos individuais do cidadão; estabelecimento da federação.

A luta armada não durou um ano. Contando com apenas 2 mil homens, os praieiros não resistiram à repressão imperial. Assim, chegava ao fim o conjunto de revoltas que sucederam a independência do Brasil. Afastadas as ideias separatistas, o governo imperial consolidou a unidade territorial do país. A maioria da população brasileira, no entanto, continuou afastada da participação no poder político.


Modernização

A segunda metade do século XIX foi marcada por uma incipiente modernização brasileira, graças basicamente à economia cafeeira, ao fim do tráfico negreiro e ao incentivo da indústria. Entre as principais transformações do período e seu impacto socioeconômico, podemos destacar a expansão cafeeira que transformou o café no principal produto da economia brasileira; o deslocamento do centro econômico do país do nordeste para o sudeste; a substituição da mão de obra escrava pela assalariada imigrante; a aplicação de recursos provenientes da exportação do café na industrialização do país e o surgimento de novos serviços públicos nas principais cidades. 

Em 1844, foi decretada a Tarifa Alves Branco. O imposto sobre importação, que era de apenas 15%, elevou-se para 30%. Para produtos semelhantes aos fabricados no Brasil a tarifa chegava a 60%, forçando o consumidor brasileiro a procurar similares nacionais. 

Todas essas mudanças na economia ampliaram o mercado interno do país, mas não beneficiaram igualmente todas as regiões do Brasil, ocorrendo, principalmente, na região sudeste. 


Política externa

Importantes conflitos marcaram as relações internacionais do Brasil durante o Segundo Reinado. Entre eles, destacaram-se a Questão Christie, na qual Brasil e Inglaterra romperam relações diplomáticas entre 1863 e 1865 devido, principalmente, à política britânica em relação à escravidão no Brasil e  a dois incidentes relacionados com bens e militares ingleses. A Questão Platina, gerada pela intervenção brasileira na região do rio da Prata, mais especificamente em assuntos internos argentinos e uruguaios, para garantir seus interesses. E a Guerra do Paraguai, um conflito em que Brasil, Uruguai e Argentina aliaram-se contra o Paraguai, no mais longo e sangrento episódio bélico ocorrido na América do Sul.

A CRISE DA MONARQUIA

A partir de 1870, o Império já não conseguia atender aos diversos setores sociais. Curiosamente, as muitas insatisfações levaram para uma mesma solução: o fim da monarquia e a instituição da República.

O abolicionismo do governo abalou suas relações políticas com os latifundiários escravistas que, sentindo-se abandonados pela Monarquia, acabaram por abandoná-la também, depois de terem sido seu principal sustentáculo desde o início do Império.

Embora o ideal republicano já aparecesse em reivindicações de revoltosos desde a Inconfidência Mineira, foi só a partir de 1870 que o republicanismo estruturou-se de maneira concreta. Em 1873, apoiado por importantes cafeicultores de São Paulo, foi fundado o Partido Republicano Paulista. Este logo passou a contar com seguidores no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

A Igreja Católica, desde a época colonial, foi submetida ao Estado através do padroado, ou seja, nenhuma ordem do papa vigorava no Brasil antes de ser aprovada pelo imperador. Em 1872, os bispos de Olinda e Belém, seguindo ordens do papa Pio IX, puniram religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II, atendendo ao pedido de grupos maçônicos, solicitou aos bispos que suspendessem as punições. Como eles se recusaram a obedecer ao imperador, foram condenados a quatro anos de prisão. A punição gerou grande revolta entre os católicos. Para superar a crise, os bispos receberam o perdão imperial em 1875 e foram libertados, mas o episódio abalou definitivamente as relações entre a Igreja e o imperador.

Após a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro adquiriu força e expressão política. O governo monárquico, no entanto, não valorizava essa mudança, pois até então não precisara desse corpo militar organizado para se manter no poder, pois podia contar com a Guarda Nacional, criada em 1831. Nas decisões políticas, o poder dos civis era enorme em relação ao dos militares. Foi em meio a essa situação que, em 1884, altos chefes do Exército se revoltam contra as punições aos oficiais que se expressavam publicamente.

A oposição de tantos setores da sociedade levou a Monarquia a uma crise sem precedentes, o caminho para a instauração da República já estava traçado. Em 18 de novembro de 1889, o imperador deposto embarcou com a família para a Europa. Chegava ao fim o Império Brasileiro.



 TEXTO COMPLEMENTAR


ARTE E CULTURA NO BRASIL IMPÉRIO

Respirando os ares das revoluções e do nacionalismo, o Brasil do século XIX esteve marcado pelo interesse em se pensar a “nação brasileira”. Artistas e intelectuais realizavam a busca por elementos de identidade em uma época na qual as modas parisienses eram abraçadas pelas elites. Nesse sentido, a europeização teve grande influência para que a produção literária, a pintura e a música ganhassem espaço entre um pequeno universo de pessoas instruídas no Brasil.

Na literatura, Gonçalves Dias e José de Alencar se aventuravam pelo romantismo com a construção de heróis indígenas que se tornavam grandes símbolos da nação. Ao mesmo tempo, nessa mesma tendência de construção identitária, poetas como Castro Alves proporcionavam versos que combinavam qualidade estética e a denúncia aos horrores que se ligavam à escravidão. Com isso, o índio e o negro eram abraçados como importantes formadores de nossa gente.

Apontando ainda para o afrancesamento dos costumes, vemos que a população alfabetizada também consumiria o romance de folhetim. Nele encontramos histórias de amores impossíveis que alimentavam a imaginação de várias jovens educadas para uma vida de submissão. No fim desse século, o realismo promoveu uma guinada buscando realizar uma descrição menos fantasiosa e mais racional do mundo. Entre os vários ícones desse momento, destacamos a valorosa obra de Machado de Assis.

Na cena musical, o Brasil teve um grande instante de notoriedade com o frisson causado pela ópera “O Guarani”. Carlos Gomes, autor da obra, se inspirou na obra homônima de José de Alencar para exercitar o conhecimento musical erudito acumulado nos anos em que estudou na Itália. Nos nascentes centros urbanos, já podemos vislumbrar o diálogo entre os ditames da música clássica e popular nas obras de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, com suas marchinhas carnavalescas geniais.

Nas artes plásticas, a Academia Imperial de Belas-Artes foi um passo significativo para que os pintores nacionais ganhassem mais espaço. Até então, uma boa parte dos quadros que tematizavam a nação era fruto de missões artísticas estrangeiras. Na época, podemos grifar o legado dos pintores Vítor Meireles, Pedro Américo e Almeida Júnior. Em geral, vemos nesses quadros a representação de cenas históricas e políticas, bem como a das figuras típicas da população urbana e caipira.

A variedade de manifestações artísticas dessa época poderia ser vista como um desdobramento significativo da prosperidade material alcançada pela economia cafeeira. O crescimento dos centros urbanos e a disseminação das instituições de ensino, apesar de sua ação restrita, moldavam um novo momento para o estado das artes. Com o passar do tempo, esses vários braços da arte brasileira experimentaram outras possibilidades que trouxeram à tona outros talentos e outros contextos da história nacional.





QUESTÕES  :


1)A Proclamação da República, em 1889, está ligada a um conjunto de transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas no Brasil, a partir de 1870, dentre as quais se inclui:
a) a universalização do voto com a reforma eleitoral de 1881, efetivada pelo Partido Liberal.
b) o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro e de São Paulo, criando uma classe operária combativa.
c) a progressiva substituição do trabalho escravo, culminando com a Abolição em 1888.
d) a concessão de autonomia provincial, que enfraqueceu o governo imperial.
e) o enfraquecimento do Exército, após as dificuldades e os insucessos durante a Guerra do Paraguai.

2 ) A Lei Eusébio de Queirós visava, a partir de 1850:
a) extinguir o casamento religioso
b) implantar o divórcio em substituição ao desquite
c) regularizar a prática do aborto
d) permitir legalmente a eutanásia
e) extinguir o tráfico negreiro

3) O negro não só é o trabalhador dos campos, mas também o mecânico, não só racha a lenha e vai buscar água, mas também, com a habilidade de suas mãos, contribui para fabricar os luxos da vida civilizada. O brasileiro usa-o  em todas as ocasiões e de todos os modos possíveis..."
                                                                                                 (Thomaz Nelson - 1846)

Com relação à utilização do trabalho escravo na economia brasileira do século XIX, é correto afirmar:
a) com a independência de 1822, a sociedade escravista se modificou profundamente, abrindo espaços para uma produção industrial voltada para o mercado interno.
b) a utilização do negro africano na economia colonial brasileira gerou um grande conflito entre os vários proprietários de terras que mantinham o monopólio de utilização do braço indígena.
c) devido a sua indolência e incapacidade física, o índio brasileiro não se adaptou ao trabalho escravo.
d) a utilização de ferramentas e máquinas foi muito restrita na sociedade escravista; com isso, o escravo negro foi o elemento principal de toda a atividade produtiva colonial.
e) a abolição da escravidão, em 1888, deve-se principalmente à resistência dos escravos nos quilombos e às idéias abolicionistas dos setores mercantis.

4) Durante o Império, a economia brasileira foi marcada por sensível dependência em relação à Inglaterra e a outros países europeus. Essa situação foi alterada em 1844 com:
a) a substituição do livre cambismo por medidas protecionistas, através da Tarifa Alves Branco.
b) a criação da Presidência do Conselho de Ministros, que fortaleceu a aristocracia rural.
c) a aprovação da Maioridade, que intensificou as relações econômicas com os Estados Unidos.
d) a eliminação do tráfico de escravos e a consequente liberação de capitais para novos investimentos.
e) o estabelecimento do Convênio de Taubaté com a intervenção do Estado na economia.

5) O Bill Aberdeem, aprovado pelo Parlamento inglês em 1845, foi:
a) uma lei que abolia a escravidão nas colônias inglesas do Caribe e da África.
b) uma lei que autorizava a marinha inglesa a apresar navios negreiros em qualquer parte do oceano.
c) um tratado pelo qual o governo brasileiro privilegiava a importação de mercadorias britânicas.
d) uma imposição legal de libertação dos recém-nascidos, filhos de mãe escrava.
e) uma proibição de importação de produtos brasileiros para que não concorressem com os das colônias antilhanas

6) O descontentamento do Exército, que culminou na Questão Militar no final do Império, pode ser atribuído:
a) às pressões exercidas pela Igreja junto aos militares para abolir a monarquia.
b) à propaganda do militarismo sul-americano na imprensa brasileira.
c) às tendências ultrademocráticas das forças armadas, que desejavam conceder maior participação política aos analfabetos.
d) à ambição de iniciar um programa de expansão imperialista na América Latina.
e) à predominância do poder civil que não prestigiava os militares e lhes proibia o debate político pela imprensa.

7) No século XIX, a imigração europeia para o Brasil foi um processo ligado:
a) a uma política oficial e deliberada de povoamento, desejosa de fixar contingentes brancos em áreas estratégicas e atender grupos de proprietários na obtenção de mão de obra.
b) a uma política organizada pelos abolicionistas para substituir paulatinamente a mão de obra escrava das regiões cafeeiras e evitar a escravização em novas áreas de povoamento no sul do país.
c) às políticas militares, estabelecidas desde D. João VI, para a ocupação das fronteiras do sul e para a constituição de propriedades de criação de gado destinadas à exportação de charque.
d) à política do partido liberal para atrair novos grupos europeus para as áreas agrícolas e implantar um meio alternativo de produção, baseado em minifúndios.
e) à política oficial de povoamento baseada nos contratos de parceria como forma de estabelecer mão de obra assalariada nas áreas de agricultura de subsistência e de exportação.

8) Há mais de um século, teve início no Brasil um processo de industrialização e crescimento urbano acelerado. Podemos identificar, como condições que favoreceram essas transformações:
a) a crise provocada pelo fim do tráfico de escravos que deu início à política de imigração e liberou capitais internacionais para a instalação de indústrias.
b) os lucros auferidos com a produção e a comercialização do café, que deram origem ao capital para a instalação de indústrias e importação de mão de obra estrangeira.
c) a crise da economia açucareira do nordeste que propiciou um intenso êxodo rural e a consequente aplicação de capitais no setor fabril em outras regiões brasileiras.
d) os capitais oriundos da exportação da borracha amazônica e da introdução de mão de obra assalariada nas áreas agrícolas cafeeiras.
e) a crise da economia agrícola cafeeira, com a abolição da escravatura, ocasionando a aplicação de capitais estrangeiros na produção fabril.

9) Sobre o parlamentarismo praticado durante quase todo o Segundo Reinado e a atuação dos partidos Liberal e Conservador, podemos afirmar que:
a) ambos colaboraram para suprimir qualquer fraude nas eleições e faziam forte oposição ao centralismo imperial.
b) as divergências entre ambos impediram períodos de conciliação, gerando acentuada instabilidade no sistema parlamentar.
c) organizado de baixo para cima, o parlamentarismo brasileiro chocou-se com os partidos Liberal e Conservador de composição elitista.
d) Liberal e Conservador, sem diferenças ideológicas significativas, alternavam-se no poder, sustentando o parlamentarismo de fachada, manipulado pelo imperador.
e) os partidos tinham sólidas bases populares e o parlamentarismo seguia e praticava rigidamente o modelo inglês.

10) O epíteto "Terra da Luz" foi atribuído ao Ceará por ter sido a primeira província brasileira a abolir oficialmente a escravidão. Sobre este episódio tão marcante para a História do Ceará, assinale a alternativa correta:
a) a campanha abolicionista foi muito intensa, contando inclusive com a participação dos jangadeiros, já que os escravos constituíam quase a metade da população da província
b) a escravidão representava a principal fonte de mão de obra para a província, principalmente na pecuária e na cultura do algodão
c) o movimento abolicionista foi liderado pelos proprietários de terras insatisfeitos com a escravidão e interessados na imigração de europeus
d) na década de 1880, o número de escravos já era muito reduzido, fato agravado pela seca de 1877, quando as fugas e as alforrias foram intensificadas











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