História - Significado na Antiguidade e na Atualidade

Ao analisarmos o texto de Paul Veyne vemos que o autor logo nos chama a atenção quanto à forma dos “historiadores antigos” escreverem suas obras. É que, segundo o autor, eles não citavam suas referências e fontes ao escrever sobre certo tema. Havia exceções, mas normalmente isso era algo “normal” na época.

Segundo Paul Veyne, um historiador antigo não utiliza fontes e documentos, ele mesmo é a fonte e documento, ou seja, ele se torna uma autoridade perante seus sucessores.

Mas se analisarmos criticamente, quando nos deparamos com algum manuscrito ou mesmo uma obra, seja ela antiga ou não, em que não há fontes e nem relatos de certa idéia, certamente haverá a dúvida diante da veracidade do conteúdo ali escrito. Essa é a principal idéia de Paul Veyne.

A prova disso são as “Historías” de Heródoto, onde o mesmo não cita suas fontes e, por isso, sua obra fica comprometida quanto à veracidade dos fatos ali expostos.

Entrando em contato com o texto de Andreas Kamp podemos notar que Heródoto, segundo Kamp, recebeu o título de “pater historíae” (Pai da História) de Cícero por engano, já que na época em que foi escrita sua principal obra, esse termo, de origem grega, significava investigação, pesquisa, e, como já diz o autor: “[...] Heródoto não pode ter sido “pater historíae”, é absolutamente claro, porque “pesquisa” houve há muito tempo antes do nascimento dele, por exemplo, em Tales ou Pitágoras. [p.1]”.

Mas já nos séculos XVIII e principalmente XIX, os historiadores da época (da escola do Positivismo, onde a História tornou-se um “objeto de pesquisa”) só acreditavam em fatos comprobatórios escritos. Somente assim poderia ser comprovado tal fato.

Podemos notar no texto de Fábio Adriano Hering que no período em questão, durante o Imperialismo, alguns países da Europa se aproveitaram do legado grego para se apossarem de outros territórios, principalmente na Ásia e na África. Como Hering expôs em seu texto, eles levavam consigo a idéia de que representavam uma “civilização superior” e que, assim como os gregos faziam na Antigüidade, eles tomavam territórios das nações “bárbaras” (no caso os territórios da Ásia e da África) como se fossem “missões civilizadoras”.

Portanto, essa imagem que foi criada da Antigüidade Clássica (principalmente da Grécia Antiga) foi um fator crucial no processo de expansão das nações Européias pelos territórios da Ásia e da África. já que tomaram como base o legado grego para se expandirem para estes territórios como os gregos faziam nos territórios “bárbaros”.

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