Vencidas a Itália e a Alemanha, restava subjugar o Japão. Embora a superioridade militar dos Estados Unidos fosse flagrante, pilotos japoneses se lançavam em ataques suicidas contra alvos norte-americanos no Pacífico. Eram os conhecidos camicases.
Apesar da ofensiva norte-americana, o governo japonês recusava-se a se render. Para dissuadi-lo, o governo dos Estados Unidos ordenou o bombardeio das cidades de Hiroshima e Nagasaki, com a mais terrível das armas: a bomba atômica. Foram duas explosões devastadoras nos dias 6 de agosto de 1945 em Hiroshima e dois dias depois em Nagasaki. Mais de 200 mil pessoas morreram instantâneamente. No dia 2 de setembro, representantes do governo japonês assinavam a rendição incondicional.
Segundo historiadores, o recurso a uma arma como a bomba atômica pelo governo dos Estados Unidos não tinha apenas o objetivo de subjugar o Japão. Com ele, os norte-americanos estariam também procurando convencer os soviéticos a não interferir nos assuntos internos dos países capitalistas, a não estimular manifestações revolucionárias nesses países.
bomba atômica
Ai de ti, Hiroshima
De repente, um deslumbrante luar rosa pálido apareceu no céu, acompanhado de um tremor sobrenatural que foi quase imediatamente seguido de uma onda de calor sufocante e de um vento que varria tudo na sua passagem. Em alguns segundos, milhares de pessoas que estavam nas ruas e nos jardins do centro foram incineradas. Muitas foram mortas imediatamente pelo calor (…). Tudo o que se encontrava de pé na zona de deflagração – muros, casas, fábricas e outros edifícios – foi aniquilado: os seus restos turbilhonaram,projetados para o céu (…).
Os trens foram levantados dos trilhos como se fossem brinquedos. Os cavalos, os cães e o gado sofreram a mesma sorte que os humanos. Tudo o que vivia foi petrificado numa atitude de sofrimento indescritível.
A própria vegetação não foi poupada. As árvores desapareceram nas chamas (…), a erva ardeu no solo como palha seca. (…) Para além da zona da morte total (…), as casas desmoronaram num turbilhão de vigas, de tijolos, de barrotes. Até 5 quilômetros do centro da explosão, as casas construídas de materiais leves foram achatadas como castelos de cartas. Os que estavam no interior foram mortos ou feridos. Os que conseguiram se safar por milagre encontraram-se cercados por uma cortina de chamas. As raras pessoas que conseguiram se abrigar morreram geralmente 20 ou 30 dias depois, sob a ação retardada dos mortais raios gama. (…) À noite, o fogo começou a baixar, depois extinguiu-se. Não havia mais nada para queimar. Hiroshima tinha deixado de existir.
(Adaptado de GRIMBERG, Carl;SVANSTROM, Ragnar; DUMONT, Georges-H. Da flência da paz à conquista do espaço. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, s.d. v. e, p. 306.)
Nelson Piletti. Claudino Piletti. História e vida integrada. ensino fundamental
Assine nosso feed. É Grátis.
Veja relato de alguns sobreviventes de Hiroshima: Obvious