No dia 20 de setembro de 1519, Fernão de Magalhães embarcou em San Lucar, Espanha, para uma viagem que tinha por intenção, assim como as viagens de Colombo, cerca de vinte e cinco anos antes, alcançar a Índia navegando pelo Ocidente. Magalhães tinha cinco navios e 240 homens sob seu comando. Na viagem de três anos que se seguiu, os navegantes espanhóis enfrentaram tormentas no cabo Horn, três meses sem suprimentos ou água fresca no amplo Pacífico, combate com nativos das ilhas dos mares do sul, os ventos de monções do oceano Índico, a difícil ultrapassagem do cabo da Boa Esperança.
Navegação em viagem ao redor do mundo
Muitos homens amotinaram-se, desertaram, comeram ratos e serragem, morreram de fome em grande número. Dos cinco navios, quatro desapareceram, um a um: abandonados, queimados, naufragados. O próprio Fernão de Magalhães perdeu a vida numa escaramuça com nativos nas Filipinas. Somente um único navio e dezoito homens completaram a viagem. Mas o capitão Sebastião El Cano e dezessete sobreviventes da tripulação que vieram a bordo do Vitória, castigado e cheio de percevejos, que atracou no porto de San Lucar no dia 6 de setembro de 1522, foram os primeiros seres humanos a circunavegarem o globo terrestre. A viagem do Vitória e dos homens brutais, insubordinados e, na maioria, analfabetos, foi muito mais que um épico dos mares. Constitui-se num grande feito histórico: o envolvimento do globo terrestre pela tecnologia, fanatismo, avidez, ousadia e armas dos europeus. Era o início de algo muito mais amplo - cinco séculos de lenta e freqüentemente dolorosa comunhão de todos os povos do mundo.
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(Anthony Esler, The Human Adventure, New Jersey, 1986, pag. 02) apostolas ETAPA.
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