No fim do século XI, surgiu no território do Sacro Império romano-germânico uma seita cristã cujos seguidores eram chamados de cátaros (palavra de origem grega, que significa ‘puros’) ou de “pobres de Cristo”. Sua doutrina se baseava na existência de dois princípios universais, o Bem e o Mal. Os cátaros criticavam os dirigentes da Igreja e propunham que os cristãos levassem uma vida simples, afastada da riqueza e do luxo em que viviam o papa e outros membros da hierarquia católica – doutrina conhecida como ascetismo.
Em pouco tempo, os cátaros conquistaram seguidores entre as populações pobres de diversas regiões, entre as quais Albi, na França, onde o movimento ganhou impulso. Por isso, os adeptos da seita passaram a ser chamados também de albigenses.
A resposta da alta hierarquia da Igreja à expansão do movimento albigense não foi o diálogo, foi a repressão. Para combate-lo, o papa ordenou a criação de uma instituição especial: o Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição, responsável por interrogar, prender, torturar e matar as pessoas acusadas de heresia.
Apenas uma denúncia já era suficiente para que uma pessoa fosse presa a mando desse tribunal.
A tortura era utilizada para levar a pessoa a confessar seu suposto crime religioso. Caso fossem condenadas, as pessoas julgadas pela inquisição eram geralmente queimadas vivas em público, numa cerimônia chamada de auto-de-fé. Extinto a partir do século XVIII, o Tribunal do Santo Ofício foi substituído por outra instituição chamada Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé.
O atual papa Bento XVI, cujo nome é Joseph Ratzinger, já presidiu a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé quando era cardeal. Nessa época, ele interrogou o teólogo brasileiro Leonardo Boff, ligado a uma doutrina conhecida como Teologia da Libertação. Isso aconteceu em 1984. Ratzinger conduziu o interrogatório que culminou com a condenação de Boff a um ano de “silêncio obsequioso”, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro "Igreja: Carisma e Poder". |