Revolução Pernambucana de 1817
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Revolução Pernambucana de 1817



Ocorreu durante a permanência da família real no Brasil e teve como causas: rivalidade entre reinos (portugueses) e mazombos (brasileiros); influência das idéias liberais francesas; pesados impostos e abusos administrativos; exemplo das colônias espanholas; arbitrária e opressiva administração militar; atuação das sociedades secretas (Maçonaria), como o nativista Areópago de Itambé, que defendiam idéias anticolonialistas; insatisfação popular e atraso no pagamento da tropa.

A difícil situação econômica de Pernambuco (crise na lavoura açucareira), escassez de gêneros de primeira necessidade e a seca que assolava a região criaram um clima favorável ao movimento revolucionário. O protesto para o início do movimento foi o incidente em que um reino foi surrado por um oficial do Regimento dos Henriques.

O governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, tendo recebido denúncias dos preparativos dos revoltosos, determinou a prisão de todos os implicados. O Brigadeiro Barbosa de Castro ao prender o Capitão José de Barros Lima ("Leão Coroado") foi morto, amotinando-se a tropa. O governador enviou ao quartel seu ajudante de ordens Ten Cel Alexandre Tomás, que também foi morto. Caetano Pinto refugiou-se na Fortaleza do Brum, onde capitulou e retirou-se para o Rio de Janeiro. Com a resistência dos militares envolvidos tem início a revolução que, vitoriosa, organizou um governo provisório:
- Domingos José Martins, principal figura, representava o comércio;
- Domingos Teotônio Jorge (Exército);
- Padre João Pessoa Ribeiro de Melo Montenegro (clero);

-Manoel Garcia de Araújo (agricultura); -Dr. José Luiz de Mendonça (Magistratura).
O Padre Miguelino (Miguel Joaquim de Almeida Castro)era o secretário de governo; no jornal "Preciso" eram publicados as diretrizes do governo. Organizou-se, também, um Conselho Consultivo onde se destacava Antônio Carlos de Andrade (irmão de José Bonifácio) e o dicionarista Antônio de Morais Silva. A revolução teve a adesão das seguintes Províncias do Nordeste: Paraíba e Rio Grande do Norte.

Os principais fatos foram : Enviou emissários ao estrangeiro (Inglaterra, Estados Unidos e Argentina); Estabeleceu a liberdade de pensamento; Aboliu o monopólio do pau-brasil, o estanco do sal e os títulos de nobreza; Adotou uma bandeira (azul e branca, com uma cruz vermelha, três estrelas,
o arco-íris e o sol); Enviou José Martiniano de Alencar (que foi preso no Ceará) e José Ribeiro de Abreu Lima, mais conhecido como Padre Roma (que foi preso e executado na Bahia).

O conde dos Arcos ( D. Marcos de Noronha), governador da Bahia, enviou alguns navios comandados por Rufino Batista e uma divisão, por terra, comandada pelo Marechal Joaquim de Melo Cogominho de Lacerda que se juntou às forças do novo governador Luiz de Rego (este formara um "Corpo Expedicionário"). Do Rio de Janeiro seguiu uma esquadra chefiada por Rodrigo Lobo. Os revoltosos foram derrotados em Utinga, Pindobas e Ipojuca. A repressão se prolongou até 1818: 12 foram executados como os Padres Miguelino e Roma e o capitão Domingos Teotonio Jorge; alguns implicados foram libertados e outros transferidos para as prisões da Bahia onde permaneceram até 1821, quando obtiveram o perdão real.

As principais conseqüência deste movimento foram: aceleramento da marcha para a Independência e separação de Alagoas e do Rio Grande do Norte da Província de Pernambuco.

Foto: Investigação e julgamento de Padre Miguelinho, participante da Revolução pernambucana, e que morreu fuzilado.

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