História do Brasil e do Mundo
Diretas Já
Diretas Já!
No ano de 1979, o regime militar tomou medidas que permitiram o retorno das liberdades democráticas no país. O sistema bipartidário foi substituído por uma reformapolítica que abriu espaço para a formaçãode novos partidosdentro do país. Dessa forma, as novas siglas que ao mesmo tempo representavam maior direito de expressão política, também marcavam um atípico processode fragmentação político-partidária.
Chegado o ano de 1982, estes partidos disputaram eleições para os governos estaduais e demais cargos legislativos. Mediante esse novo quadro, membrosde oposição da Câmara dos Deputados tentaramarticular uma lei que instituísse o voto direto na escolha do sucessordo presidente João Batista Figueiredo. Em 1983, essa movimentação tomou a forma de um projeto de lei elaboradopelo deputado peemedebista Dante de Oliveira.
Adivulgação da chamada ?Emenda Dante de Oliveira?repercutiu entre vários grupos mais politizados das capitais e grandes cidades do país. Em um curto espaço de tempo, membros do PMDB, PT e PDT passaram a organizar grandescomícios onde a população se colocava em favor da escolha diretapara o cargo de presidente. Com a repercussão tomada nos meiosde comunicação, essas manifestações se transformaram no movimento das ?Diretas Já!?.
Reconhecida como uma das maioresmanifestações populares já ocorridas no país, as ?Diretas Já!? foram marcadaspor enormes comícios onde figuras perseguidas pela ditadura militar,membros da classe artística, intelectuais e representantes de outros movimentos militavam pela aprovação do projeto de lei. Em janeiro de 1984, cerca de 300.000 pessoas se reuniram na Praça da Sé, em São Paulo.Três meses depois,um milhão de cidadãos tomou o Rio de Janeiro.Algumas semanas depois,cerca de 1,7 milhões de pessoas se mobilizaram em São Paulo.
Mesmo realizando uma enorme pressão para que as eleições diretas fossem oficializadas, os deputados federais da época não se sensibilizaram medianteos enormes apelos.Com isso, por uma diferença de apenas 22 votos e um vertiginoso número de abstenções, o Brasil manteve o sistema indireto para as eleições de 1985. Para dar a tal disputa política uma aparência democrática, o governo permitiu que civis concorressem ao pleito.
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