Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou… O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou… Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot… O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou… Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não, por que não… Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou… Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Eu vou… Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil… Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou… Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou… Por que não, por que não… Por que não, por que não… Por que não, por que não… Por que não, por que não…
Essa canção é complexa, uma vez que o poeta, percebendo a repressão ditatorial, teve de usar recursos literários para disfarçar o que realmente queria dizer, ou seja é claro que há nessa letra trechos que servem apenas de disfarce.
Comentários:
-É uma letra direcionada à situação política e social da época “Ditadura, Influência estrangeira etc.”
-o Trecho: “sem lenço sem documento…” andar sem documento era um tática dos reprimidos pela ditadura, enquanto os repressores perdiam tempo tentando identificar um que não portava documento vários outros reprimidos ganhavam tempo para serem informados e fugirem.
-No trecho seguinte percebe-se o que eu já havia dito no início, sobre os recursos literários, o poeta joga um verso meio vago(1) e lança outro aparentemente mais claro que dá o ar de romântico(2), para tirar o foco dos manifestantes com cartazes e fotos de presidentes enaltecidos ou discriminados pela sociedade(1). Em “dentes, pernas, bandeiras (3)” significam respectivamente: coragem para manifestar, fuga da repressão e mais uma vez faixas ilustradas ou escritas penduradas em forma de bandeiras.
- Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores - Geraldo Vandré
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção…
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora...
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- E Depois Do Adeus - Paulo De Carvalho
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