Unificação Alemã
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Unificação Alemã


O Congresso de Viena acabou com a Confederação do Reno, criada por Napoleão I, formando em seu lugar a Conferação Germânica (Deutscher Bund), composta de 39 Estados soberanos e liderada pelo Império Austríaco absolutista e de economia agrária. À Áustria contrapunha-se a Prússia, que, mais desenvolvida comercial e industrialmente, buscava a edificação de um grande Estado germânico que forjasse seu espaço intencionalmente.

O passo fundamental para a unidade foi dado, inicialmente, em 1834, com a criação do Zollverein – união alfandegária que derrubou as barreiras aduaneiras entre os Estados alemães, proporcionando uma efetiva união econômica que dinamizaria o capitalismo alemão. Deixada fora do Zollverein pela diplomacia prussiana, a Áustria reagiu, ameaçando a Prússia de guerra e obrigando-a a recuar. O Império Austríaco recuperava, dessa forma, sua supremacia na Confederação Germânica, impondo seus interesses contrários à unificação.

A Prússia, por seu lado, iniciou, a partir de 1860, a aplicação de um programa de modernização militar sustentado pela aliança da alta burguesia com os grandes proprietários e aristocratas – os junkers. Tendo à frente o chanceler Otto von Bismarck, reiniciaram-se as lutas pela unificação alemã com uma estratégia que visava à exaltação do espírito nacionalista alemão por meio de sua participação em guerras.

A Confederação Germânica foi extinta com a assinatura do Tratado de Praga, após a Guerra das Sete Semanas (1866). Nesse conflito, em que ambos os reinos disputaram a partilha de ducados de população alemã pertencentes à Dinamarca, a Prússia saiu vitoriosa sobre a Áustria. Isso lhe deu condições para reorganizar a aliança entre os Estados do norte, formando a Confederação Germânica do Norte sob a liderança do kaiser Guilherme I Hohenzollern, de quem Bismarck era ministro. O processo de unificação de toda a Alemanha, entretanto, encontrava obstáculos nos Estados autônomos do sul, apegados às soberanias locais ou ainda sob influência austríaca.

Napoleão III opunha-se à completa unificação alemã, pois faria emergir uma grande potência em suas fronteiras orientais. O aguçamento das tensões deu-se quando, em 1869, o trono espanhol ficou vago, cabendo a Coroa a um primo do kaiser Guilherme I, Leopoldo Hohenzollern. Napoleão III vetou tal sucessão, vendo-a como um cerco da família Hohenzollern à França.

Explorando a rivalidade franco-prussiana, Bismarck forjou o estado de guerra entre os dois países, ao alterar o texto  de um despacho de Guilherme I ao embaixador francês. Tomado como um insulto à França, foi a causa imediata da declaração de guerra de Napoleão III contra os prussianos.

Como era previsto por Bismarck, os Estados do sul da antiga Confederação Germânica uniram-se, então, aos do norte contra a França, vencendo-a na batalha de Sedan e completando a unificação germânica. Em janeiro de 1871, para humilhação dos franceses, era criado na Sala dos Espelhos do palácio de Versalhes o segundo Reich (“império”) alemão – o primeiro, depois do Sacro Império Romano-Germânico.

Além de uma indenização de 5 bilhões de francos, o tratado de Frankfurt garantia à Alemanha a rica região da Alsácia-Lorena, fomentando o revanchismo francês, elemento importante nos acontecimentos europeus do final do século XIX e início do século XX.

Com a unificação, a Alemanha cresceu vertiginosamente, a ponto de, em 1900, superar a Inglaterra na produção de aço. O desenvolvimento industrial alemão colocou em risco a hegemonia britânica mundial, causando sucessivos atritos. A exigência alemã de uma redivisão colonail que a favorecesse, somada às alianças político-militares, levaram à Primeira Guerra Mundial.

Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorigo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil. ensino médio. volume único.

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