Flávio Teodósio [ou Flavius Theodosius], o Teodósio I, o Grande
(347 - 395)
Imperador romano no baixo-império (379-395), nascido em Cauca, posterior Coca, Espanha, que como hábil militar e político, conseguiu de forma temporária a reunificação efetiva do império e tornou o cristianismo a religião oficial do Império Romano (380), consolidando a igreja cristã no ocidente e voltou a dividir o império (395) com havia feito Diocleciano, tornando-se Imperador Romano do Oriente (Ver Santo Ambrósio). De origem cristã, filho de um general do imperador Valentiniano I, adquiriu experiência militar acompanhando o pai em várias campanhas (368-373) e desenvolveu quase toda sua obra de governo no Oriente. Graças às vitórias sobre os sármatas nas províncias de Panônia e Mésia, junto às margens do Danúbio (374) alcançou renome como comandante militar. Ele havia reorganizado o exército desde os tempos que servia a Graciano, criando um total de 135 legiões e 108 corpos auxiliares, formando um total de 140 unidades de infantaria. Havia ainda 88 regimentos de cavalaria com um total de 180.000 soldados de infantaria e 44.000 de cavalaria. Metade desta cavalaria, 22.000 cavaleiros, estava a serviço do Ocidente, porém as demais tropas estavam repartidas desigualmente. Além forças militares existiam as forças de defensoras das fronteiras, compostas de 317 unidades de infantaria e 258 de cavalaria, e uma dezena de flotilhas fluviais, totalizando 250.000 homens na infantaria e 25.000 na cavalaria aproximadamente. Destas forças fronteiriças a maior parte se encontrava no Oriente, por exemplo, 154 unidades de cabalaria frente a 96 no Ocidente. Assim o imperador Graciano decidiu nomeá-lo augusto, co-imperador, e lhe confiou o Império do Oriente (379), submetido nos territórios balcânicos a contínuas devastações pelos povos germânicos.
Convencido de que não conseguiria derrotá-los pelas armas, tentou dividir suas forças, para o que admitiu numerosos mercenários e generais bárbaros em seus exércitos e concedeu aos godos o estabelecimento de um reino autônomo sob a jurisdição imperial na Mésia inferior. Os godos eram um povo germânico originário das regiões meridionais da Escandinávia. Segundo sua própria lenda, relatada pelo historiador godo Jordanes em meados do século VI a.C., os godos, sob o comando do rei Berig, chegaram em três barcos ao sul do mar Báltico, onde se instalaram após derrotar os vândalos e outros povos germânicos. Convocou o Concílio de Constantinopla (381), cuja reafirmação da doutrina do Concílio de Nicéia sobre a consubstancialidade das três pessoas da Santíssima Trindade estabeleceu o caráter herético do arianismo e de outros movimentos similares. Com o assassinato de Graciano (383) interviu diretamente nos assuntos do Ocidente e derrotou (387) o usurpador Máximo, devolvendo o trono ao meio-irmão de Graciano, Valentiniano II, permanecendo como regente em Milão (387-391) até que aquele atingisse idade suficiente para governar, quando então decidiu regressar a Constantinopla. Data desta época as ordens proibindo a realização dos antigos jogos olímpicos (*). Com a morte de Valentiano II (392) nomeou augusto seu filho mais jovem Honório, com apenas oito anos de idade, sob a tutela de seu comandante militar, o vândalo Estilicão. Em seguida o imperador resolveu declarar guerra ao Ocidente, numa luta contra Eugênio, pretenso titular do império ocidental. Eugênio tentava pela última vez restabelecer a hegemonia dos deuses pagãos, editando numerosas disposições que favoreciam aos pagãos e contrárias aos princípios cristãos, como o restabelecimento do culto oficial desses deuses.
O encontro definitivo deu-se nas proximidades de Aquiléia, Itália (394). Inicialmente foi derrotado pelas tropas do brilhante estrategista Arbogasto. Porém o ocidental foi traído por Arbitrims, que atacou Arbogasto pela retaguarda, ao mesmo tempo que as tropas deste sofriam baixas sob uma imprevisível tempestade. O exército do Ocidente debandou e Eugênio foi capturado e executado, enquanto Arbogasto suicidou-se antes de ser aprisionado. Após eliminar Eugênio e Arbogasto assumiu também o controle do Ocidente, reunificando o Império. Ordenou o definitivo fechamento, destruição e o confisco de todos os templos pagãos, além da proibição de qualquer culto suspeito, e privou os pagãos de alguns direitos civis, motivando o rápido declínio do paganismo. Um ano antes de sua morte, em Milão, a fim de assegurar a continuidade dinástica, novamente dividiu o Império em Oriental e Ocidental, determinando seu filho Honório como imperador do Ocidente e Arcádio, como herdeiro do Oriente
(*) Entrou para história dos esportes quando, ao proibir a realização de todas as festas pagãs, vetou também a realização dos antigos jogos olímpicos (392), que nessa época era disputada nas modalidades atletismo, boxe, corrida de cavalos e pentatlo. A história das olimpíadas começou na Grécia (2500 a. C.), com os jogos sendo realizados em homenagem a Zeus e os vencedores recebiam apenas uma coroa de louros.
Teodósio [ou Theodosius] II
(401 - 450)
Imperador romano do Oriente (408-450) nascido em Constatinopla, neto de Teodósio I e filho único de Arcádio, a quem sucedeu (408), que como o avô era cristão ortodoxo e é lembrado pela codificação das leis romanas. Durante seu longo reinado de mais de quatro décadas, enquanto outros competiam para obter influência política, ele procurou levar uma vida piedosa e de estudos. Fundou a Universidade de Constantinopla (425) e criou o Código de Teodósio (429-438) uma coleção de leis imperiais romanas. A morte de Honório, imperador romano do ocidente, levou-o a intervir na sucessão e acabou a guerra fria fria entre os duas partes do Império, após a eliminação do usurpador João, que declarara-se Imperador Romano do Ocidente (423) em substituição a Honório, e a consequente garantia do trono do Ocidente para o primo Placídio Valenciniano, de apenas seis anos (425) como Valentiniano III. Essa reaproximação foi sacramentada pelo casamento (437) de sua filha Licínia Eudoxia, com Valentiniano III. Seus exércitos também foram empenhados na luta contra Alarico e contra os vândalos. Foi um observador passivo das controvérsias teológicas de seu reinado e concordou com a condenação de Nestório, por ele mesmo indicado para a sé de Constantinopla, pelo Concílio de Éfeso (431), por ele convocado. Na segunda metade de seu reinado foi dominada pela ameaça dos hunos chefiados por Atila, com quem sempre tentou negociar por meios diplomáticos e morreu em consequência de uma queda de cavalo.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/IRTeodo1.html