Roma, capital da Itália, é uma das principais cidades do mundo. Nela o passado e o presente se misturam. Ao mesmo tempo que é uma das capitais da moda e dos grandes estúdios de cinema, é também o local onde estão as ruínas do Circo Máximo, do Coliseu e do Fórum, monumentos que documentam o passado glorioso da cidade.
Roma está situada na península Itálica, uma faixa de terra, em forma de bota, que avança pelo mar Mediterrâneo. Ao norte, a península é limitada por um conjunto de montanhas, os Alpes; a leste, é banhada pelo mar Adriático; a oeste, pelo mar Tirreno; e ao sul, pelo mar Mediterrâneo.
As fontes arqueológicas de que os historiadores dispõem revelam que o território onde Roma surgiu era, no início, ocupado por pastores que construíram suas aldeias no alto das colinas de Lácio. Por volta do século VIII a.C., essas aldeias se uniram formando a Liga das Sete colinas, com o objetivo de se protegerem dos sabinos, um povo estranho ao Lácio, Da união dessas aldeias surgiu a cidade de Roma.
Uma origem envolta em lendas
Os gregos costumavam explicar a origem de suas cidades recorrendo à mitologia. Os atenienses diziam que Atenas tinha sido fundada por Teseu, herói que teria matado o Minotauro, monstro com corpo de homem e cabeça de touro que vivia no labirinto de Creta.
Da mesma forma, os romanos associavam a fundação de Roma a um herói lendário, um semideus chamado Enéias, filho de um pobre pastor, Anquises, e da deusa Vênus. Enéias era o último sobrevivente da Guerra de Tróia.
Para os romanos, era bom descender dos troianos porque eles eram vistos como bravos guerreiros, que resistiram a dez anos de cerco imposto pelos gregos à sua cidade. Atribuir a fundação da cidade a um deles ou a um de seus descendentes, significava dar a Roma uma origem gloriosa.
Segundo a Ilíada, a Guerra de Tróia foi vencida pelos gregos que entraram na cidade utilizando um estratagema proposto por Ulisses, rei de Ítaca, ilha que fazia parte da Grécia. De acordo com o plano de Ulisses, o exército de Agamenon fingiu se retirar, mas deixou em frente ao portão de Tróia um gigantesco cavalo feito em madeira com soldados em seu interior. Ao mesmo tempo, foi enviada uma mensagem aos habitantes da cidade: o cavalo – animal sagrado para os troianos – era um presente do exército que se retirava.
Acreditando na boa-fé do inimigo, os troianos arrastaram o cavalo para o interior das muralhas e promoveram uma grande festa para celebrar o fim da guerra. À noite, enquanto os troianos se embriagavam, os soldados gregos saíram do cavalo e abriram os portões de Tróia para o exército de Agamenon. Uma vez dentro da cidadela, os soldados de Agamenon passaram a fio de espada centenas de troianos, seqüestraram e escravizaram suas mulheres, devolveram Helena a seu marido, o rei de Esparta, Menelau, e puseram fogo ao que restava de Tróia.
No meio da noite, apenas um pequeno grupo de troianos escapou da cidade em chamas. O líder desse grupo era Enéias.
Os reis de Roma
Conta-se que Roma teve sete reis – quatro romanos e três etruscos. No tempo dos reis, a cidade era apenas o local onde ficavam os templos religiosos, o palácio real e onde os chefes das famílias para discutir assuntos de seu interesse.
Por volta de 650 a.C., os etruscos invadiram e conquistaram Roma e, em seguida, empenharam-se na sua modernização: drenaram pântanos, construíram redes de esgotos, altas muralhas e uma ponte ligando as duas margens do Tibre. Incentivaram também o artesanato em cerâmica e bronze e ativaram o comércio interno.
Os reis de Roma governavam a cidade com o auxílio do Senado (formado pelos chefes das principais famílias) e de uma assembléia. Já naquele tempo, as diferenças sociais eram acentuadas. Os patrícios, descendentes das famílias mais antigas da cidade eram os donos das maiores e melhores terras e o únicos a possuir direitos políticos.
Os plebeus eram em grande parte descendentes dos povos vencidos. Trabalhavam como pequenos agricultores, artesãos ou mercadores. Não tinham direitos e podiam ser escravizados por dívidas.
Alguns plebeus eram clientes das famílias patrícias, ou seja, prestavam serviços a elas e recebiam em troca proteção e auxílio.
No tempo da Monarquia, o número de escravizados em Roma era pequeno: eram prisioneiros de guerra, filhos de pais escravizados ou pessoas condenadas pela justiça.
Para se fortalecerem, os reis etruscos procuraram diminuir o poder dos patrícios, apoiando-se nos plebeus. Os patrícios reagiram promovendo uma revolta que derrubou o último rei etrusco de Roma, Tarquínio, o Soberbo, e fundaram a República romana em 509 a.C.
fonte: História Sociedade & Cidadania – Alfredo Boulos Junior