A contribuição dos valores da conhecida cultura afro-brasileira é um elemento importante na cultura brasileira. Atualmente a música, a culinária, as festas, a capoeira e a religião e até mesmo a ginga do brasileiro, herança cultural são valores nacionais exportados para diversos países por meio de vídeos, filmes, teatro e até mesmo pela televisão e internet. O berimbau, o pandeiro, a feijoada, e especialmente os orixás, exportados como marcas de nossa brasilidade. Exportamos o samba, o carnaval e até mesmo as famosas mulatas do Sargenteli. Porém o candomblé e a umbanda são prestigiados no mundo todo por meio de artistas plásticos, são telas de cores e formas indescritíveis, revelando a religiosidade afro-brasileira. A religião afro-brasileira possui uma riqueza simbólica e mitológica apresentada por meio de divindades como Oxum, Nago, Oxossi. Essa riqueza é exposta em tendências da moda por meio de adornos como colares, e até mesmo texturas e estampas de animais que remontam safáris na áfrica e a memória dos negros escravizados no Brasil Colonial. As manifestações religiosas afro-brasileiras foram mal vistas e perseguidas por décadas, e cultuada no anonimato e ao som abafado dos atabaques nos terreiros. Na memória museológica, apenas peças referentes ao processo escravagista, foram apresentadas apenas revelando a monocultura açucareira. Aos trancos e barrancos a cultura de origem africana passou a ser aceita como cultura afro-brasileira por meio de um difícil processo histórico originário em meios acadêmicos, no entanto pouca memória material exista exposta no Brasil. O Candomblé possui vestimentas com bordadas com e adornos na forma de signos religiosos, peças em metal trabalhado com relevos bem elaborados. É importante preservarmos as crenças afro-brasileiras, suas divindades, seus trajes e outros aparatos materiais para gerações futuras, bem como para divulgarmos a grandeza cultural afro-brasileira. Em alguns terreiros onde se cultua o rito queto toca-se atabaques com varas, nos terreiros onde praticam-se o rito angola, utiliza-se o o toque das palmas das mãos. O tambor de mina maranhense, o xangô pernambucano, o batuque gaúcho, o candomblé baiano, o candomblé carioca, a umbanda, auxiliam os manifestantes a entrarem no estágio de transe espiritual afim de auxiliarem os que buscam auxílio e proteção. No Brasil do dos engenhos coloniais senhoriais e escravistas era regido por valores de um catolicismo português tradicional e intolerante, sendo religião obrigatória para todos. Um misto de simbolismo e crendices materializados no uso de velas, rosários, oratórios, escapulários, benzeduras, medalhas, óleos e unguentos santos mártires os quais conviviam tradições religiosas dos povos indígenas e a resistência de africanos. A fusão do politeísmo africano com o politeísmo indígena e com o culto aos santos católicos deu origem a um sincretismo onde os orixás foram esculpidos na forma de santos católicos e cultuados em altares e andores por todo o Brasil e espalhando-se pelo mundo. Desse modo as religiosidades africanas, indígena e cristã portuguesa estabeleceram um diálogo entre si, dando origem a santos e lendas como a Iara, Sereia, Iemanjá, Nossa Senhora dos navegantes e outras. Mas foi com a Proclamação da república que as manifestações religiosas africanas ganharam força de expressões religiosa por todo o Brasil. O legado africano com o tempo ganhou as ruas com as escolas de sambas nos desfiles de carnaval. As baianas popularizaram as vestimentas, E não parou por ai, a literatura passou a valorizar a mulata, o candomblé, na obra Compadre de Ogum, Jorge Amado revela as dificuldades da Igreja Católica na Bahia em dominar a sociedade. Neste ambiente o padre mostra-se descendente de africanos e filho de Ogum. Foi nesse ambiente que a cultura de origem africana ganhou expressão difundindo-se até mesmo por lugares antes impensáveis. Pela primeira vez as religiões passaram a ser tratadas como religiões. A aceitação da cultura religiosa afro-brasileira foi amplamente difundida pelo mundo com seus ritmos e danças nas grandes festas populares brasileiras como o carnaval carioca, ganhando status na mídia internacional. Grupos como filhos de Gandhi e Afoxés, ligados a terreiros passaram a popularizarem-se em versões profanas dos cultos aos orixás ao apresentarem-se no carnaval Muitas escolas de samba do Rio de janeiro, as quais organizaram-se em torno dos terreiros e com o tempo ganharam destaque internacional. Com o carnaval e outras manifestações culturais ocorreu a divulgação de diversos elementos materiais dos cultos religiosos afro-brasileiros tais como os Ferros, objetos que são feitos de metal e que
compõem os assentamentos dos orixás. As ferramentas, todas as insígnias utilizadas pelos orixás durante sua presença pública nas festas rituais. As louças designam uma série de objetos, sejam eles feitos de louça de fato, sejam eles feitos de cerâmica ou ainda de madeira ou metal esmaltado. As roupas de orixás. A roupa de ração é usada no cotidiano do terreiro, é feita de algodão branco, sem goma, simples e sem enfeites. As roupas de barracão costumam ser brancas, e chamadas de baianas com ligações ao candomblé. As contas de louça são um dos principais objetos do estojo de identidade de um filho de santo. Os objetos de hierarquia podem pertencer a qualquer das categorias já citadas. Os instrumentos utilizados nos toques e festas, que acompanham as cantigas e chamam os orixás são atabaques, o agogô, chocalhos e sinos. No Brasil, apesar da ampla divulgação, os cultos africanos ainda são vistos com estranhamento por diversos grupos religiosos cristãos, mas a valorização e destaque da cultura religiosa afro-brasileira é muito grande a cada ano surgem mostras em galeria e museus divulgando as manifestações religiosas que herdamos durante o processo histórico de formação da identidade cultural e religiosa brasileira.
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