Professor, um profissional que precisa de valorização
História do Brasil e do Mundo

Professor, um profissional que precisa de valorização


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Essa postagem faz parte da blogagem coletiva promovida pelo blog Ponderantes, cujo objetivo é homenagear os professores. Postei o texto porque sei da importância da educação e do trabalho do professor.

Neste 15 de outubro, comemora-se mais um Dia do Professor. Nesta data, muitos desses profissionais receberão presentes, discursos, promessas, ou mesmo o tão esperado recesso para descanso. No entanto, diante de tudo isso, o que realmente deseja o professor brasileiro pode ser resumido numa simples palavra: VALORIZAÇÃO.


Temos que ter orgulho de sermos o que somos: Sabemos da nossa importância, mesmo que outros não queiram e saibam reconhecer. Por isso, parabéns a todos nós, que tenhamos a coragem de continuar educando, apesar das dificuldades.

Não é à toa que este é o ponto que surge com mais freqüência quando se pergunta o que é mais importante para os educadores hoje. "O professor não é mais um profissional valorizado, a sociedade não o vê mais como um educador", lamenta Rose Any Almeida da Silva, que dá aulas particulares e para quem está cada vez mais difícil exercer o papel do professor.

A mais premente valorização pela qual parece clamar o magistério é a salarial. De acordo com um estudo realizado pelas professoras Bernadete Gatti e Elba Barretto, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), de 2006, metade dos 2.803.761 trabalhadores que compõem a categoria recebem de salário menos de R$720. No Nordeste, o problema se potencializa: metade dos professores da região ganha menos de R$450.

O professor também precisa de uma jornada de trabalho que lhes permita descansar. É comum ver professores que, em virtude dos baixos salários que os obrigam a atuar em diversas escolas, trabalhem mais de 40 horas semanais; fator que causa desde problemas de saúde até a falta de tempo e dinheiro para ter acesso à cultura e meios de enriquecimento do conhecimento.

Se sua perspectiva salarial não é boa ao ingressar na carreira, a situação permanece semelhante até sua aposentadoria. A baixa perspectiva de progressão funcional é outro problema em várias cidades do país. Não é por acaso do que Conselho Nacional de Educação discute diretrizes para planos de carreira. Quando existem, muitas vezes as possibilidades de ascensão profissional não representam um salário digno ao final de 25 ou 30 anos de trabalho. Isto, sem falar nos casos em que os planos não são sequer respeitados.

Igualmente deficiente tem sido a falta de investimentos em capacitação. Se suas redes de ensino não oferecem os cursos, os que atuam na área não possuem condições de arcar com as despesas desse processo. E, enquanto a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) preconiza a formação superior para lecionar da educação infantil ao ensino médio, os professores que estão em sala de aula atualmente têm, em média, 14 anos de estudo, enquanto o tempo necessário para concluir os níveis fundamental, médio e superior é de, pelo menos, 16 anos. Os docentes do ensino médio têm, aproximadamente 16 anos de estudo, e os da educação infantil, cerca de 13 anos. O próprio MEC estima que 600 mil docentes brasileiros não possuem a formação adequada.

Dentro de algumas escolas, há falta de autonomia no fazer profissional e mudanças nas políticas educacionais trazem os professores à reboque. Da parte do poder público, enfrentam condições de trabalho precárias: são freqüentes as queixas relacionadas a turmas lotadas e excesso de trabalho. Vêem a preocupação com os recursos materiais e com a oferta de meios tecnológicos sobrepor a valorização do que é humano. Não por acaso, a Síndrome de Burnout está aumentando a sua incidência no magistério.

O magistério também se ressente, cada vez mais, de apoio da própria sociedade. Fora os sindicatos, são raros os movimentos sociais que abraçam as demandas da categoria. E mesmo diante de todos os problemas, é sua responsabilidade educar para o futuro, para a paz e para o mundo do trabalho.

A tão propalada valorização do magistério, que parece ser o desejo real destes trabalhadores, não deveria ser vista apenas como presente para uma categoria mas, sobretudo, um direito destes profissionais, sem os quais não existiriam as outras profissões. Se, como diz João Pessoa de Albuquerque, presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE), "o professor é aquele que anda fazendo sucesso nos palanques, mas não nos palácios", todas essas demandas já são um indicativo de que a sociedade deveria abraçar a causa do magistério, que se confunde com seu próprio própria.

Razões para o magistério ser encarado como prioridade não faltam, como resume o professor universitário de Direito, Ernesto Caxeiro. "O professor é decisivo na formação da nação brasileira e a construção do futuro. Se quisermos um mundo e um país preparados para a paz, sem violência, devemos olhar para a figura do professor."

Adaptação do texto de Renato Deccache

COMENTÁRIO: Infelizmente, não vejo grande interesse na valorização da categoria, e sempre que pergunto para os meus alunos quem deseja ser professor, vejo que é a última opção que eles tem. Para revalorizar o nosso papel, penso que deveriam ser feitas políticas públicas sérias, contínuas e de longo prazo, sem descontinuidade. Ou seja, são necessárias políticas de Estado. E é claro, que não se fale em educação e professores, só em época de eleições.
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