Reprodução | | Construção da futura capital federal, Brasília |
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A eleição do mineiro Juscelino Kubitschek e de seu vice, o gaúcho João Goulart, representantes da coligação PSD e PTB, marcou um período de graves incidentes institucionais que revelavam a fragilidade institucional do regime político, que nos momentos de crise se via obrigado a apelar e acatar o supremo arbítrio dos militares.
JK e Jango derrotaram nas urnas os candidatos Juarez Távora (UDN), Ademar de Barros (PSP) e o ex-dirigente fascista Plínio Salgado.
A oposição udenista encabeçada por Carlos Lacerda não aceitou o resultado e tentou impedir a posse, através de um golpe de força.
| Nome: Juscelino Kubitschek de Oliveira Natural de: Minas Gerais Gestão: 31.jan.1956 a 31.jan.1961
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Foi prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais. Trouxe a indústria automobilística ao status que ocupa hoje no país, dando privilégio ao sistema rodoviário em detrimento do transporte ferroviário e hidroviário. Construiu Brasília. Foi senador por Goiás depois de deixar a Presidência. Teve os direitos políticos cassados em 1964. |
Tentou primeiro no Congresso impugnar a eleição sob o argumento de que tinham vencidos sem maioria absoluta. JK recebeu 36% dos votos, contra 30% de Juarez Távora, 26% de Ademar de Barros e 8% de Plínio Salgado. A Constituição da época, no entanto, não pregava esse critério como definidor do pleito.
A situação institucional agravou-se quando o vice empossado após a morte de Getúlio Vargas, Café Filho, teve que deixar o governo por motivos de doença. Assumiu o posto o presidente da Câmara, Carlos Luz, defensor das idéias de Lacerda e contrário à posse de JK.
A ação foi impedida pelo Marechal Lott, ex-ministro de Guerra, que defendia o processo eleitoral e a via constitucional. Em novembro, Luz foi deposto. O Congresso entregou o poder a Nereu Ramos, vice-presidente do Senado.
Com o apoio de Lott, Ramos governou até janeiro de 1956, quando entregou o cargo a JK. Estava agora no poder o principal idealizador do modelo nacional-desenvolvimentista.
Político mineiro de extrema habilidade, Juscelino teve uma carreira meteórica: deputado federal em 34; prefeito de Belo Horizonte em 40; governador de Minas Gerais em 50 e presidente em 56.
Foi capaz, logo que tomou posse, de conciliar grupos divergentes que ameaçavam seu futuro. Adquiriu a fama do presidente sempre disposto a perdoar. De imediato, lançou o Plano de Metas. Das 30 propostas, apenas as relacionadas à educação e à agricultura não foram cumpridas. Para financiar seu plano, jogou todos os custos para o próximo governo, podendo assim, rejeitar o empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e evitar uma reforma cambial.
As condições impostas pelo fundo para firmar o acordo de US$ 200 milhões desagradaram ao presidente, que seria obrigado a conter a inflação em 6%, restringir salários, abolir o incentivo à agricultura e, o que era pior, retardar a construção de Brasília. Nada foi assinado.
Sua gestão é marcada pela participação extensiva do capital estrangeiro na economia brasileira. É o período de forte expansão industrial. Entre 1955 e 1961, a produção industrial cresceu 80%. Entre 57 e 61, a taxa real de crescimento atingiu 7% ao ano.
Paralelo ao desenvolvimento industrial, JK recorreu várias vezes à emissão de dinheiro, jogando o país numa inflação crescente. Essa medida, que visava atender às reivindicações salariais e às solicitações de créditos, jogou o país em índices inflacionários nunca vistos.
No período militar, JK foi proibido de entrar em Brasília, a cidade que tinha sonhado e realizado. Numa noite chuvosa, porém, entrou em um caminhão em Luziânia, a 80 km da capital, e decidiu romper o cerco. Chegando ao museu na frente do Planalto, surpreendeu-se. "Olha, ainda estou aqui", disse ao ver seu busto intacto na parede do prédio. Depois nunca mais voltou à capital federal.
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