Política externa anterior a Guerra do Paraguai
História do Brasil e do Mundo

Política externa anterior a Guerra do Paraguai


A bacia do rio da Prata engloba países banhados pelos rios da Prata, Paraguai e Uruguai. Essa região tinha uma formação complexa e bem específica, que se caracterizava por vários conflitos fronteiriços. Dentro da própria Argentina, os conflitos entre Buenos Aires e as províncias eram constantes.

Principal porto da região no período colonial. Era por Buenos Aires que todos os produtos vindos dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai eram obrigados a passar. Buenos Aires exercia, através de uma elite, o monopólio comercial, que antes era da metrópole espanhola. As províncias argentinas, dominadas por caudilhos (chefe de facção, de partido ou de bando armado, líder) latifundiários, sentiam-se exploradas pela capital. Essa foi uma longa luta entre Bueno Aires, de tendência unitarista, e as províncias de tendência federalista.

A instabilidade política do Uruguai agravou ainda mais a situação da região e foi o motivo imediato para a intervenção do Brasil no Prata. O Uruguai estava em plena guerra civil depois da independência. Dois partidos lutavam pelo poder: de um lado, os colorados, apoiados pelo Brasil e sob liderança de Frutuoso Rivera, representavam os interesses dos comerciantes de Montevidéu; de outro, os blancos, apoiados pela Argentina e chefiados por Manuel Oribe, representavam os interesses dos criadores de gado do interior.

O Brasil tinha interesse de manter o direito de livre navegação nos rios da região. Em 1829, subiu ao poder argentino o caudilho Juan Manoel Rosas. O novo governo argentino conseguiu incrementar importantes atividades econômicas, melhorando as condições gerais do país. O aumento da popularidade de Rosas e o crescimento da Argentina preocupavam a política externa brasileira, temerosa do potencial desse vizinho. A partir daí, a política brasileira para a região foi incentivar as divergências entre Bueno Aires e as províncias que não reconheciam a autoridade de Rosas. Essa política de intervenção envolveu o Uruguai.

Sob o argumento de que tropas uruguaias de Oribe, aliado a Rosas, invadiram o Rio Grande do Sul, o Brasil rompeu relações com a Argentina. Imediatamente aliou-se à província Argentina de Entre Rios que queriam o fim do domínio de Rosas. Os aliados invadiram o Uruguai e depois a Argentina e, em 1852, depuseram Rosas, que já estava há 23 anos no poder. Os novos governos do Uruguai e da Argentina declararam-se amigos do Brasil, ao mesmo tempo que garantiram a livre navegação dos rios.

Depois de um período de relativa calma, o Uruguai passou a ser governado pelo Partido Blanco, sob a liderança de  Atanásio Aguirre. Isso significava conflito com a política externa do governo brasileiro. As missões diplomáticas brasileiras pressionaram o novo governo uruguaio, no sentido de manter os rios livres para a navegação, ao mesmo tempo que exigiam "fidelidade" do governo brasileiro. O Brasil acusava o governo de Aguirre de violar nossas fronteiras. Aguirre viu-se cercado e não queria apelar para a Argentina, que estava mais próxima da política brasileira. O Uruguai buscou apoio no novo governante do Paraguai, Francisco Solano Lopez. O Brasil invadiu o Uruguai e, em fevereiro de 1865, Aguirre estava deposto, mas a guerra do Paraguai estava começando, o que traria graves conseqüências para o Império brasileiro.

A Questão Christie

A arrogante política externa inglesa não respeitava nem mesmo fiéis aliados como o Brasil. Em 1861, o incidente com o afundamento do navio Prince Of Walles e, em 1862, outro incidente, envolvendo dois marujos britânicos bêbados, levaram ao rompimento de relações entre o Brasil e a Inglaterra. O responsável foi o embaixador inglês no Brasil, William D. Christie. Ele  afirmava  que o Brasil não respeitou o princípio de "extraterritorialidade", isto é, os ingleses deveriam ser julgados apenas por ingleses. Exigia, então, indenização pelo navio afundado e desculpas formais aos marinheiros. Como o governo brasileiro se recusasse a submeter-se às exigências, o embaixador mandou a esquadra britânica prender navios mercantes brasileiros.

Houve rompimento  das relações entre os dois países, apesar do arbítrio do rei da Bélgica, favorável ao Brasil. Somente com o início da Guerra do Paraguai é que as relações foram restabelecidas.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Technorati Marcas: política externa pré guerra do paraguai,Questão Christie




- Duque De Caxias
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25 de agosto de 1803, na Vila de Porto Estrela (atual Duque de Caxias), no Rio de Janeiro. De família militar, sua vida sempre esteve ligada ao Exército. Aos 5 anos, foi aceito como cadete. Aos...

- Guerra Do Paraguai (1864-1870)
No século XIX, as nações americanas emancipadas após a crise do sistema colonial se lançaram ao desafio de estabelecerem a soberania política e econômica de seus territórios. Essa seria uma tarefa bastante difícil, pois passados séculos de dominação...

- A Guerra Do Paraguai
Prof.º Leonardo Castro A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido no continente americano. Estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza) na...

- A Guerra Do Paraguai
O Paraguai teve uma formação social e econômica diferente da de outras regiões coloniais da América do Sul. Praticamente não conheceu o latifúndio, tendo uma economia herdada das missões jesuíticas, baseada na produção do mate, na criação...

- A Guerra Do Paraguai
A Guerra do Paraguai REFLEXÕES SOBRE O ENVOLVIMENTO DO BRASIL NA GUERRA DO PARAGUAI Leia os textos a seguir. "(...) estava o terreno coalhado de moribundos e feridos inimigos. Vários dos nosso soldados, ébrios da pólvora e do fogo, queriam acabá-los....



História do Brasil e do Mundo








.