Entre 1920 e 1938, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, chefiou o principal bando de cangaceiros do Nordeste.
Em alguns livros encontra-se a informação de que esses bandos promoviam saques para conseguir suprimentos que distribuíam aos pobres. Essa interpretação tem alimentado a idéia de que os cangaceiros faziam justiça com as próprias mãos. No entanto, estudiosos do assunto, mostram que os cangaceiros foram realmente cruéis e sanguinários, tanto com os ricos quanto com os pobres. A distribuição de bens entre os pobres, que aliás se fazia muito raramente, orientava-se por uma perspectiva que nada tinha de igualitária.
Lampião e Maria Bonita
Tanto Antônio Silvino quantos outros chefes do cangaço costumavam distribuir parte do que saqueavam aos pobres que os auxiliavam e os apoiavam. Os pobres que apoiavam seus rivais (no caso dos coronéis) ou apoiavam coronéis inimigos e a polícia (no caso dos cangaceiros) eram cruelmente martirizados quando apanhados.
Perseguidos pela polícia, os cangaceiros estavam sempre em movimento e muitas vezes eram protegidos e escondidos pela população. Quem delatasse seu esconderijo, quando descoberto, era severamente castigado e até morto. Alguns coronéis também protegiam os cangaceiros, tanto para evitar ataques às suas propriedades quando receber ajuda quando precisassem. Aquele que escondia e protegia cangaceiros era denominado coiteiro.
Sanguinários ou não, as façanhas dos cangaceiros têm sido fonte de inspiração para a literatura – de cordel, sobretudo – letras de músicas, cinema, teatro, etc. Vários filmes trataram do tema, como O cangaceiro, de Vítor Lima Barreto; O baile perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas; Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry
Nelson Piletti, Claudino Piletti. Thiago Tremonte. História e vida integrada.
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