No século XVI, a região centro-sul do atual território mexicano abrigava um conjunto de sociedades que hoje chamamos de astecas. A principal cidade da região era Tenochtitlán, que começou a ser construída em 1325 sobre o lago Texcoco. A Cidade do México, atual capital mexicana, foi erguida sobre as ruínas de Tenochtitlán.
Essas cidades eram habitadas por diferentes povos, como os tlatelolcas culhuas e tepanecas.
Sua população falava línguas diversas, mas tinha em comum as técnicas utilizadas na agricultura, as relações comerciais e as crenças religiosas.
Outra característica comum às cidades dessa região era a cobrança de impostos a partir de guerras e alianças militares. Os derrotados na guerra eram obrigados a pagar impostos aos vencedores sob a forma de escudos, esteiras, milho, feijão ou mantas de algodão. Para se livrar dos impostos, os derrotados compunham novas alianças militares e entravam novamente em guerra.
Além da cobrança dos impostos, também ocorriam guerras por motivos religiosos, nas quais o objetivo era fazer prisioneiros para sacrificar aos deuses.
Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochititlán era uma grande e populosa cidade, com cerca de duzentos mil habitantes. Suas ruas eram retas e amplas. Tenochtitlán era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam barcos carregados de mercadorias e aquedutos, que traziam água doce das montanhas.
Um lugar de destaque na capital dos astecas era o movimentado mercado central, que contava, inclusive, com armazéns onde os artigos era estocados.
Grande parte da riqueza de Tenochtitlán vinha, com certeza, dos pesados impostos cobrados aos povos vencidos.
Lenda e História Diz a lenda que os astecas eram um povo andarilho que habitava o norte da América. Certo dia, deixaram sua terra natal, chamada Astlán, e caminharam sem parar em direção ao sul. Eles já caminhavam havia anos quando avistaram uma águia empoleirada num cacto, que trazia uma cobra presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram aquela águia um sinal dado por seu deus, Huitzilopochtli, de que era ali que eles deviam se fixar e recomeçar a vida. E, segundo a lenda, foi isto o que fizeram. A Águia simboliza a ocupação das terras di vale do México pelos astecas e aparece na atual bandeira do México Já para os historiadores, os astecas deixaram o norte da América em busca de terras férteis por volta do século XII. E, depois de uma longa caminhada, chegaram ao fértil vale do Anahuac, hoje vale do México, e ocuparam as ilhas ocidentais do lago Texcoco, pois as outras já eram habitadas. Numa dessas ilhas, no ano de 1325, os astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán. |
A sociedade Asteca
No topo da pirâmide social estava o imperador, considerado semidivino. Ele tinha enorme poder e grande responsabilidade. Em caso de uma seca prolongada, por exemplo, era de sua responsabilidade fornecer alimentação e roupa para as pessoas necessitadas.
Abaixo do imperador vinham os nobres. Eram eles, geralmente, que ocupavam os principais cargos administrativos, religiosos e militares. Aqueles que seguiam a carreira das armas, os guerreiros, tinham enorme prestígio na sociedade asteca. Inicialmente eram escolhidos entre os mais valentes. Com o tempo, a atividade começou a passar de pai para filho. Os que se destacavam capturando um grande número de inimigos ingressavam em prestigiadas ordens militares, como a dos cavaleiros-águias, a dos soldados-do-sol ou a dos cavaleiros-jaguares.
Na ilustração, o grande sacerdote de Tenochtitlán, responsável pelo culto na Grande Pirâmide, retornando à capital depois de consagrar um templo em uma cidade vizinha. Ele entra solenemente na cidade carregado em um palanquin.
Alguns elementos da nobreza seguiam o sacerdócio em escolas especiais chamadas calmecac. Os sacerdotes eram encarregados de cultuar os deuses e interpretar a vontade deles. Como os sacerdotes do Egito antigo, acumulavam grande riqueza em terras e objetos preciosos. Isto graças às doações feitas pelo imperador e por particulares.
Outros nobres tornavam-se altos funcionários públicos. Estes não pagavam impostos e jamais faziam trabalhos manuais. Seus filhos tinham direito à educação especial, que os preparava para ocupar os melhores cargos no governo.
Abaixo dos nobres vinham os artesãos, que eram conhecidos por sua habilidade e requinte. Os ramos mais prestigiados eram a ourivesaria, a joalheria e o trabalho com plumas. Cada grupo de artesãos tinha a sua corporação, um bairro e um deus próprio. O ofício geralmente passava de pai para filho. Os artesãos trabalhavam nas suas próprias casas, ajudados por suas mulheres, ou nos palácios e residências dos grandes senhores. Cada grupo pagava um imposto com artigos de sua especialidade.
Em seguida vinham os comerciantes, com destaque para os atacadistas, especialmente os que comercializavam artigos de luxo. Os comerciantes incentivavam os casamentos dos seus filhos com os filhos dos nobres a fim de ascender socialmente. Assim como os artesãos, eles transmitiam sua profissão aos filhos.
Já os agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina asteca e dificilmente conseguiam melhorar de vida. Os escravos, por sua vez, eram prisioneiros de guerra condenados pela justiça ou indivíduos que, para saldar uma dívida de jogo ou por terem se arruinado pela bebida, tinham se tornado escravos.
O tlachtli
Os astecas tinham grande paixão pelo esporte. Um de seus jogos preferidos era o Tlachtli.
O Tlachtli era um jogo de bola bastante popular entre os astecas e já era praticado antes pelos maias e pelos toltecas. Possuía características que lembram tanto o futebol quanto o basquete.
As partidas reuniam um público que aproveitava para fazer apostas.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção História – Sociedade & Cidadania