História do Brasil e do Mundo
O TRIBUNAL DE OSÍRIS: os princípios mitológicos na fé contemporânea
Se existiu uma civilização na história antiga que bem soube representar seus aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais por meio da arte, sem dúvida alguma, foi a civilização egípcia. Diante de um acervo incontável de representações, escolhi esta que faz parte do “Livro dos Mortos”, um conjunto de textos que eram colocados junto aos sarcófagos, aonde o morto expunha suas qualidades em vida, assim justificando e pedindo a absolvição da sua alma. Este livro atualmente encontra-se no Museu Egípcio da cidade de Turim, na Itália.
A cena proposta traduz aquilo que seria o “Tribunal de Osíris”.
Osíris que aparece de pé (à direita) era uma das divindades mais veneradas no Egito Antigo. Segundo a mitologia egípcia, ele era o guardião das riquezas materiais e dos mistérios, era o deus comandante da morte, da ressurreição e das transformações. Em seu tribunal, auxiliado por 42 divindades, Osíris era o responsável em dar o veredicto acerca do destino dos falecidos.
Outro aspecto relevante na cena é a presença do deus Anúbis, que aparece agachado ao centro controlando uma balança. Antes de falarmos da simbologia da balança, é de grande valia destacar o aspecto antropozoomórfico no qual Anúbis é representado, ou seja, uma mistura da forma humana com a de um animal, uma característica peculiar dos deuses egípcios. No que se refere à balança, é justamente nela que o coração do morto é pesado. Se bem repararmos na ponta direita da balança há um coração que será nivelado com uma pena, ou seja, para obter a absolvição de Osíris, o coração do morto deveria pesar menos que uma pena. E só isso não basta para a salvação da alma, que uma vez absolvida, ganhava o direito de retornar ao seu corpo, desde que esse esteja em condições de recebê-la. É daí que vem o desenvolvimento da técnica de mumificação, que visava conservar a integridade do corpo após a morte evitando dessa forma, a decomposição do mesmo, além também dos costumes de enterrar os mortos com objetos considerados importantes para aquela pessoa quando em vida.
Para finalizarmos gostaria de externar que a escolha desta imagem foi proposital, pois embora a civilização egípcia antiga tenha se desenvolvido a milhares de anos antes de Cristo, importantes fundamentos religiosos da mitologia egípcia, como por exemplo, o Pecado, o Juízo Final, a Salvação da Alma, a Ressurreição, as noções de Paraíso e de Inferno, são convicções religiosas que perpassam pelos alicerces das três maiores crenças da contemporaneidade: o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo.
Desde já, agradeço pela atenção e espero a vossa participação!!!!
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