O revolucionário Ernesto Che Guevara
Ernesto Guevara Lynch de la Serna, o Che, nasceu em 14 de junho de 1928 em Rosário, na Argentina. Ele era o mais velho de uma família de cinco filhos de ascendência espanhola e irlandesa.
Embora sofresse de asma desde a infância, ele acabou tornando-se desde cedo um atleta. Jogador de rúgbi, ele foi apelidado pelos colegas de "Fuser" --junção de "El Furibundo" [O irado] com seu sobrenome, "Serna" ido ao seu estilo agressivo de jogo.
Apesar da vontade de estudar engenharia, Guevara ingressa em 1948 na Universidade de Buenos Aires para estudar medicina.
A mais famosa de suas viagens foi em 1952, ao lado do amigo bioquímico Alberto Granado. Em uma motocicleta, a dupla atravessou vários países da região. O trajeto foi registrado por Guevara em seus "Diários de Motocicleta", que foram traduzidos para o inglês em 1996 e usados como base para um filme dirigido pelo brasileiro Walter Salles, em 2004.
Em 1955, Che se casa com Hilda Gadea e tem sua primeira filha. No mesmo ano, conhece Fidel Castro em uma viagem para o México. Fidel vivia exilado no país, depois da tentativa fracassada de tomar o quartel de Moncada, em Cuba. A empatia entre os dois é imediata.
No ano seguinte, em dezembro, Fidel, Che e mais 80 rebeldes partiram para Cuba. Eles se estabeleceram em Serra Maestra, onde iniciaram uma guerrilha de sucesso, que resultou na queda do presidente cubano Fulgêncio Batista. Em janeiro de 1959, Fidel assumiu o poder.
Fidel, Che e Camilo Cienfuegos --que morreria em 1959-- foram um dos principais líderes da Revolução Cubana.
Guevara assume posição de destaque no governo revolucionário, ocupando, entre outros, o cargo de ministro da Indústria.
Passagem pelo Brasil
No início dos anos 60, Guevara realiza uma série de viagens pelo mundo, visitando países como China e a ex-União Soviética. Em 1961, ele passa pelo Brasil, quando é condecorado pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Decido a propagar os ideais da revolução comunista, até então bem-sucedida em Cuba, Che deixa o país em 1965.
Seu destino é o Congo, na África, e seu objetivo, como ele mesmo disse na época, era "enfrentar o imperialismo em outro fronte". No país africano, ele inicia uma guerrilha armada, com o apoio de alguns rebeldes cubanos, que logo fracassa.
O próximo passo de Che é a Bolívia, que, como quase todos os países latino-americanos na época, vivia sob uma ditadura militar, apoiada pelos Estados Unidos.
No território boliviano, a tática foi a mesma: guerrilha. Sem a ajuda dos camponeses locais e em dificuldades por causa do pequeno número de guerrilheiros, a incursão também fracassa.
No dia 8 de outubro de 1967, Che é capturado por militares bolivianos, que tiveram o apoio da CIA [agência de inteligência norte-americana]. No dia seguinte, 9 de outubro, ele é morto com oito tiros na pequena aldeia de La Higuera, onde seu corpo foi enterrado.
Há dez anos, em 1997, seus restos mortais foram encontrados e transferidos para a cidade de Santa Clara, em Cuba.
Com "El Pais" e agências internacionais
Folha de São Paulo
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