Privilégios da Universidade
No início do século XII, a universidade conseguiu obter preciosos privilégios, inicialmente do rei e posteriormente do papa. Por volta de 1200, em seguida a uma briga com a polícia na qual cinco estudantes morreram, o rei Filipe Augusto (1180-1223) concedeu aos professores e alunos privilégios judiciários, ou seja, os membros da universidade passavam a ser julgados não mais por juízes, mas por tribunais da Igreja. A partir de então, ficando fora do controle do rei, a universidade tratou de ficar fora do controle do bispo de Paris.
Conseguiu o que queria com o apoio dos papas: conseguiram que o bispo não tivesse mais direito de excomungar os membros da universidade, de lhes encarcerar, ou aplicar punições, e mesmo de recusar a licentia docenti à aqueles que a universidade considerasse dignos de ensinar. Dessa maneira, a Universidade de Paris tornou-se uma espécie de Estado autônomo, como uma “república do ensino” que devia obediência basicamente ao papa.
Os Professores
Os professores eram todos membros do clero e eram recrutados depois que fossem aprovados em exames e discussões organizadas por cada faculdade. Como membros da faculdade, eram chamados “agregados” à faculdade. No início ensinavam em suas próprias casas, mas depois em salas especialmente criadas e alugadas para ministrar os cursos. Os estudantes pagavam aos professores pelas suas aulas e locais de estudo.
A Vida dos Estudantes
Inicialmente os alunos moravam com os professores, mas com o aumento do número de estudantes, essa prática tornou-se impossível. Entre os estudantes, alguns eram ricos e levavam uma boa vida, mas a maioria não tinha condições, passavam muitas vezes a noite ao relento e procuravam ganhar alguma coisa trabalhando como copistas ou empregados domésticos. Algumas pessoas procuraram melhorar a vida dos estudantes, fundando estabelecimentos em que os estudantes pudessem ter alojamento. Estes receberam o nome de colégios (que significa reunião). Um dos mais famosos foi criado em 1257 pelo capelão do rei São Luís (1216-1272), chamado Robert de Sorbon (1201-1274), de onde originou-se o nome da Sorbone, uma das mais famosas instituições de ensino da França.
O Método de Ensino
O método de ensino consistia em ler e comentar livros de autores que eram considerados autoridades na matéria. Este método de ensino era chamado de escolástica, e sua característica importante era o fato de que tudo que se ensinava apoiava-se no “argumento de autoridade”, ou seja, o que a autoridade no assunto afirmou não podia ser discutido, era tomado como verdade. As fontes da autoridade eram a Bíblia, a opinião dos chamados padres da Igreja, especialmente Santo Agostinho, mas a grande autoridade não-cristã era Aristóteles. A opinião de uma destas autoridades possuía o valor de prova de verdade.
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