No século XII, as escolas dos mosteiros entram em decadência por várias razões. Em primeiro lugar, muitas delas ficavam em regiões rurais, afastadas dos grandes centros urbanos, e agora as cidades é que mais atraíam as pessoas. Além disso, havia também outra razão: São Bernardo desconfiava da pesquisa intelectual, pois achava que o homem não podia atingir Deus por intermédio da inteligência. O saber, dizia ele, alimenta o orgulho. Os bispos, por sua vez, adotaram uma atitude inversa: a piedade deve se alimentar da ciência. Em torno das catedrais afluem novos alunos, muitos montam acampamentos próximos a cidades de prestígio, desejosos de aprender.Como o número de alunos aumentava, um só professor não era suficiente. Entretanto como a licença para ensinar dependia do bispo, alguns bispos, temendo talvez perder o controle sobre o ensino, não autorizavam mais “licenciados”.
A Universidade de Paris
Professores e alunos algumas vezes entravam em choque com as orientações do bispo. Contra o bispo forma-se uma solidariedade entre estudantes e professores, e muitos querem fugir ao seu controle. É assim que em Paris, no final do século XII, professores e alunos, seguindo o exemplo dos artesãos e mercadores se associam, formando uma corporação que dominaram Universidade (que significa corporação) de professores e alunos de Paris. Afirma-se que talvez tenha sido a primeira universidade da Europa, a partir da qual outras que se fundaram tomaram-na como modelo. Não se sabe exatamente a data de sua fundação.
Organização da Universidade
Quando a Universidade de Paris atingiu seu pleno desenvolvimento, na segunda metade do século XIII, sob o reinado de São Luís (Luís IX, 1216-1272), passou a ter uma organização pela qual professores e estudantes agrupavam-se em função da natureza das disciplinas que eram estudadas. Esses agrupamentos eram chamados de faculdades. Existiam quatro faculdades: Teologia, Direito Canônico, Artes Liberais e Medicina. Em teologia, estudavam-se a natureza da divindade e as crenças cristãs. Em Direito Canônico, estudava-se o direito eclesiástico (direito da igreja). O direito não ligado à Igreja chamava-se Direito Civil. Em artes Liberais, estudavam-se ciências e letras.
Direção da Universidade
A Faculdade de Artes Liberais era numericamente a mais importante. Por seu intermédio tinha-se acesso a outras faculdades. Cada faculdade era dirigida por um deão (ou decano: o mais velho) eleito entre seus pares, sendo que o decano da Faculdade de Artes Liberais era o mais importante e recebia o nome de reitor, era o diretor de todo o corpo universitário.
O reitor era eleito por três meses e só podia ser escolhido entre os professores da Faculdade de Artes Liberais. Tinha uma posição de destaque entre as grandes personalidades do reino e era colocado, nas cerimônias públicas imediatamente antes dos cardeais, ao lado dos príncipes da família real. O reitor exercia uma verdadeira soberania sobre o quartier latin. A ele eram subordinados não só todos os professores e estudantes, como também todos aqueles que, de alguma maneira, estivessem ligados à universidade como, por exemplo, donos de papelarias, encadernadores, copistas, servidores domésticos de estudantes ricos, donos de cantinas, ou seja praticamente toda a população que servia no quartier latin.
continua no próximo post…
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