O Imperialismo na América Latina, Rússia e Japão
História do Brasil e do Mundo

O Imperialismo na América Latina, Rússia e Japão


Depois da guerra com o México, os Estados Unidos anexaram vasto território, antes pertencente aos mexicanos. Esse foi apenas o começo de uma longa história de intervenções norte-americanas na América Central. A partir de 1870, aproximadamente, os Estados Unidos passaram a incursionar na região do caribe, dominando-a completamente.

Se a América Central e o Caribe eram área de interesses dos americanos, a predominância da Inglaterra sobre a América do Sul vinha desde o período das lutas pela independência. Os maiores investimentos ingleses se concentravam na exploração de matéria-prima. O salitre, obtido na Chile e na Bolívia, e o guano (substância derivada do excremento de aves aquáticas utilizada como adubo de terras), do Peru, eram explorados por companhias inglesas.

Assim, as interferências na América do Sul garantiram a dependência econômica das ex-colônias ibéricas em relação à Inglaterra.

 

A Rússia no século XIX

A presença constante de um Estado forte, personificado na figura do czar (imperador), era a característica política da Rússia desde sua formação. O czar se apoiava num poderoso aparato burocrático formado pela nobreza, burguesia e camadas médias urbanas. A maior parte da população era formada por camponeses, que viviam sob o regime de servidão.

A sobrevivência de relações servis no campo contribuía não só para manter a agricultura russa atrasada, como também entravava o desenvolvimento industrial, tanto pela falta de mercado consumidor quanto pela falta de mão-de-obra que pudesse suprir a indústria.

Além disso, a formação de um exército moderno não seria possível com soldados marcados pela vida servil. As freqüentes revoltas camponesas ameaçavam a ordem social. Enfim, a libertação dos servos aparecia como uma questão inadiável para a sociedade russa. Foi assim que, no dia 3 de março de 1861. o czar Alexandre II (1855-1881) assinou o decreto de abolição na Rússia. Essa reforma, evidentemente, não atendia às necessidades do camponês, mas era o que a nobreza estava disposta a ceder.

Logo após a libertação dos servos, a indústria russa experimentou o primeiro surto de desenvolvimento em todo o século XIX. A partir de 1890, com a implantação de várias ferrovias, a incipiente (principiante) indústria russa ganhou novo impulso. Assim houve o desenvolvimento das indústrias metalúrgicas e siderúrgicas, beneficiadas pelos investimentos estrangeiros canalizados para a Rússia.

O crescimento industrial produziu um proletariado (operariado) moderno, que cedo descobriria os caminhos da organização política independente.

A formação do Império Russo foi feita à custa da submissão de muitas outras nacionalidades, fracas demais para se oporem à "unificação" forçada feita pela aristocracia". Esse impulso conquistador, inerente ao próprio Estado czarista, foi reforçado no século XIX pelas novas necessidades de mercado e de matérias-primas.

A expansão russa dirigiu-se para o Extremo Oriente, buscando a incorporação da Manchúria chinesa às suas fronteiras. Mas aí a Rússia esbarrou nos interesses dos ingleses e, principalmente, de uma nova potência imperialista que começava a ampliar suas pretensões na área: o Japão. Em 1905, russos e japoneses se enfrentaram numa guerra que modificou profundamente o futuro desses dois países.

O Japão do século XIX: A Revolução Meiji

Embora a autoridade formal, no Japão, fosse de um imperador, quem detinha o poder de fato era o xogun, como eram conhecidos os grandes chefes militares. Durante o período compreendido entre 1600 e a primeira metade do século XIX, o Japão, sob o xogunato Tokugawa (família de xoguns), manteve-se isolado dos outros países.

Em fins do século XVIII, tanto a Inglaterra como os Estados Unidos começaram a forçar a abertura dos portos japoneses. Após algumas manifestações de força por parte dos norte-americanos, o xogun, reconhecendo a superioridade bélica dessa nação, teve de assinar o Tratado de Kanagawa (1854), pelo qual dava amplas vantagens comerciais aos americanos, além de abrir os portos japoneses aos navios ocidentais. Vários acordos semelhantes se seguiram com a Inglaterra, a França e a Rússia.

A penetração das mercadorias e dos capitais estrangeiros terminou por desestabilizar a ordem feudal que caracterizava o Japão.

Em 1867, o último xogun abdicou em favor do imperador Mitsu-Hito, que subiu ao trono com o nome de Meiji Tanno (1867-1912). Iniciaram-se as reformas que deram os contornos básicos da moderna sociedade japonesa.

Várias famílias da nobreza se voltaram para a indústria e o comércio. A agricultura se desenvolveu bastante, pois alguns grandes proprietários criaram grandes unidades de produção agrícola. Para fazer frente aos projetos de dominação das principais potências ocidentais, o governo japonês apoiou a industrialização do país. A base dessa industrialização estava na rápida assimilação de técnicas ocidentais modernas.

No final do século XIX, já havia no Japão um pequeno e poderoso grupo de grandes trustes familiares (monopólio) que controlavam os principais ramos do comércio, da indústria e do setor financeiro. Para a expansão dos negócios, era necessário assegurar a saída de parte da produção industrial para o mercado externo e a importação de matéria-prima, pois o solo japonês é bastante pobre.

Assim, a política externa japonesa volteou-se para a solução imperialista. Em 1875, o governo nipônico fez uma série de acordos com a Rússia, que resultaram na apropriação das ilhas de Bonin e Riukiu. Em 1894, o Japão entrou na guerra com a China, buscando controlar a península da Coréia. Com a vitória, o Japão ganhou as ilhas de Formosa e Port Arthur, além de ter sua influência reconhecida sobre a Coréia independente.

A Manchúria chinesa era alvo dos interesses japoneses e russos. Em  1904/5, o Japão, apoiado pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, que queriam impedir o avanço russo sobre a região, iniciou a chamada Guerra Russo-Japonesa.

O despreparo técnico do Exército russo levou-o à derrota. Em 1905, foi assinado o tratado de paz de Portsmouth, em que a soberania japonesa sobre o vasto e rico território da Manchúria foi reconhecida.

Significado da expansão imperialista

A avidez imperialista gerada pelo desenvolvimento do capitalismo, tanto no Ocidente como no Oriente, criou um clima de tensão mundial. A partilha do mundo entre as grandes potências industriais parecia não ser nunca satisfatória, pois esses países sempre achavam que poderiam auferir (obter) maiores lucros se tomassem as colônias que se encontravam em mãos de seus concorrentes. Esse clima de tensão se agravou com a entrada de um novo e voraz concorrente no campo de disputas: a Alemanha, que exigia uma nova divisão dos domínios coloniais e dos mercados mundiais. Criavam-se assim condições para um enfrentamento armado entre as potências imperialistas. O mundo se preparava para a chamada Primeira Guerra Mundial.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Technorati Marcas: Imperialismo,América Latina,Russia,Japão

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