A partir de 1870, centenas de milhares de europeus em busca de melhores condições de vida mudaram-se para o Brasil. Inicialmente, a maior parte deles vinha para trabalhar nas lavouras de café. A partir de 1871, o governo de São Paulo passou a subvencionar a imigração. Os fazendeiros, por sua vez, arcaram com as despesas dos colonos em seu primeiro ano no país.
Defensores de teorias racistas viam outra vantagem na imigração: segundo eles, os europeus contribuíram para “branquear” a população brasileira, promovendo assim o progresso do país.
Em 1886 governo e cafeicultores de São Paulo fundaram a Sociedade Promotora de Imigração. A entidade fazia propaganda do Brasil na Europa, apresentando o país como um lugar onde era possível ganhar dinheiro e viver bem.
Influenciadas pela publicidade, muitas pessoas oriundas principalmente da Itália, da Espanha, de Portugal e da Alemanha começaram a se transferir para o Brasil. A própria viagem, porém, já se encarregava de revelar que a realidade era bem diferente da apresentada pela propaganda. Com um mês de duração, era realizada muitas vezes em navios de carga, sem condições adequadas para o transporte de passageiros. Foram diversos casos de imigrantes, principalmente crianças e idosos, que morreram na travessia do Atlântico.
Ao desembarcarem em Santos, essas pessoas eram encaminhadas para a Hospedaria do Imigrante, em são Paulo, onde ficavam por alguns dias. De lá, seguiam para os cafezais do interior paulista, onde iriam trabalhar sem nenhum amparo social ou direito trabalhista. O serviço era estafante e muitos ficavam presos à fazenda por anos a fio até pagar as dívidas contraídas.
Nessas circunstâncias, as revoltas e fugas tornaram-se frequentes. Graças à rede de solidariedade entre os estrangeiros, muitas famílias se estabeleciam nas cidades, onde passavam a trabalhar na incipiente indústria ou em ofícios como os de padeiro, sapateiro, marceneiro, etc. Outras pessoas preferiam regressar à Europa. Entre 1891 e 1900, cerca de 40% dos 1,2 milhão de imigrantes que entraram no Brasil preferiam voltar a seu país de origem.
Se a imigração para São Paulo teve por objetivo fornecer mão-de-obra para os cafezais, no sul foi bem diferente. Ali o governo organizou a vinda de estrangeiros e seu assentamento na região com base na pequena propriedade agrícola. No Rio Grande do Sul foi particularmente significativa a presença de italianos e alemães em colônias como a de Caxias do Sul e Novo Hamburgo. Em Santa Catarina, as cidades de Blumenau e Joinville foram colonizadas majoritariamente por alemães, cuja presença foi também muito forte no Paraná.
Gislane e Reinaldo. História. ensino médio. volume único.
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