O presidente eleito governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes ColIor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995-2002), pode-se afirmar que se caracterizam
a) pela manutenção do poder aquisitivo dos que se aposentavam; estabelecimento do monopólio nacional sobre as telecomunicações, através das empresas estatais; e nacionalização do sistema financeiro.
b) pelo elevado crescimento econômico, com média anual de cerca de 5% ao ano; grande investimento em infraestrutura e educação; distribuição de renda; e aumento da capacidade econômica do Estado.
c) pela política social de inclusão, com a criação da Bolsa Família; facilitação do ingresso de carentes na Universidade; restrição aos investimentos estrangeiros; e elevados incentivos à agricultura familiar.
d) pelo rompimento com a política econômica originada pelo “Consenso de Washington”; consolidação do sistema financeiro estatal; e reforço da legislação trabalhista gestada na primeira metade do século XX.
e) pelo limitado crescimento econômico; privatização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racionamento e ao aumento do custo da energia.
3. (Ufrn) Voltei nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais (...) Quis criar a liberdade nacional na potencialização de nossas riquezas através da Petrobrás; mal ela começa a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
Carta-testamento do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.
DEL PRIORE, Mary et al. "Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90". São Paulo: Scipione, 1997. p. 98-99.
O Estado começou a ser transformado para tornar-se mais eficiente, evitar o desperdício e prestar serviços de melhor qualidade à população. (...) Fui escolhido pelo povo (...). Para continuar a construir uma economia estável, moderna, aberta e competitiva. Para prosseguir com firmeza na privatização. Para apoiar os que produzem e geram empregos. E assim recolocar o País na trajetória de um crescimento sustentado, sustentável e com melhor distribuição de riquezas entre os brasileiros.
Discurso de posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2 de janeiro de 1999.
CARDOSO, F.H. Por um Brasil solidário. "O Estado de São Paulo", 2 jan. 1999.
Os pronunciamentos de Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso foram proferidos em momentos históricos diferentes. Contudo, os dois governantes têm em comum o fato de
a) sentirem-se pressionados pelas forças democráticas para adotarem um modelo político capaz de assegurar a estabilidade das instituições políticas.
b) obterem o apoio em massa dos trabalhadores para a implementação de suas respectivas políticas estatais.
c) sofrerem campanhas contrárias às suas ações políticas, lideradas por movimentos nacionais com o apoio clandestino de grupos internacionais.
d) referirem-se ao apoio popular para legitimar suas ações, uma vez que chegaram ao poder através do voto direto.
4. A atuação do Estado no Brasil difere nos governos de Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso (FHC), uma vez que
a) para Vargas, ao Estado cabia explorar as riquezas nacionais, base para a construção de uma nação forte; para FHC, ao Estado cabe estimular os investimentos privados, que inserem o país na economia internacional.
b) para Vargas, o Estado tinha a função de organizar os trabalhadores em sindicatos internacionais; para FHC, o Estado situa-se acima das classes sociais, estando assim impossibilitado de intervir nas questões trabalhistas.
c) Vargas concebia um Estado capaz de promover a aliança entre a burguesia nacional e a burguesia internacional; FHC concebe um Estado independente em relação aos diferentes grupos econômicos.
d) Vargas estimulou a criação de empresas privadas com capital nacional em substituição às empresas públicas; FHC defende a privatização das empresas estatais como meio de manter a estabilidade da economia.
5. A crítica feita através da charge refere-se um aspecto da política econômica adotada pela administração FHC.
(Fonte: IMPRENSA, n.o 20, setembro de 1997, p. 86.)
Leia as afirmações a seguir sobre a administração FHC.
I - A administração FHC tem privilegiado a abertura e a desnacionalização da economia do País, a privatização do setor público e uma política de compressão dos salários do funcionalismo público federal.
II - O governo FHC nega ser um governo de perfil neoliberal e justifica a política de desmantelamento do setor estatal com o discurso da necessidade de modernizar a economia brasileira como condição para inserir-se competitivamente no processo de globalização.
III - O sucesso do Plano Real e o processo de privatização da economia provocaram sensíveis melhorias sociais junto às massas dos excluídos do campo, esvaziando quase por completo a luta política dos movimentos sociais organizados no meio rural.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
6. (Puc)
I. "Na relação Estado/mercado, o presidente opta pelo privilégio deste, fonte do dinamismo, da modernização, dos gastos racionais - o mercado como melhor alocador de recursos , em contraposição ao Estado ineficiente, desperdiçador, irracional. Bastaria o Estado ser passado a limpo, para que a crise brasileira fosse superada, conduzida pela economia privada, livre das travas do Estado".
II. "Não é uma estabilidade ancorada num desenvolvimento econômico que, ao expressar a força de nossa economia, pudesse determinar a paridade com o dólar pela equiparação das duas economias. É um mecanismo basicamente financeiro, que se apoia na entrada maciça de capitais especulativos, pressionando o preço do dólar para baixo."
Os textos identificam, respectivamente, uma crítica à política
a) intervencionista do presidente Ernesto Geisel e ao II Plano Nacional de Desenvolvimento.
b) autoritária do presidente João Batista Figueiredo e ao Plano Cruzado II.
c) liberal do presidente Fernando Collor de Mello e ao Plano Brasil Novo.
d) neoliberal do presidente Fernando Henrique Cardoso e ao Plano Real.
e) populista do presidente Itamar Franco e ao Plano Verão.
7. Desde o início dos anos 90 o Brasil vem experimentando os efeitos das políticas adotadas pelos Governos Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. As principais características deste modelo político, considerado por muitos como neoliberal, são
a) o pleno emprego e o desenvolvimento econômico, com base nos investimentos estatais e nas parcerias com o setor financeiro.
b) o controle da inflação e da dívida pública, a partir da redução dos impostos, da negociação da dívida externa e da elevação salarial.
c) a redução da interferência do Estado na economia (Estado-mínimo), a abertura ao capital externo e às privatizações, além da redução de gastos do Estado, através de reformas constitucionais.
d) os investimentos exclusivos na política de bem-estar social, expressos nos assentamentos dos Sem Terra e na Ação da Cidadania Contra a Fome, privilegiando a redistribuição de renda e a permanência do homem no campo.
e) a valorização das organizações dos trabalhadores, visando construir parcerias na luta contra o desemprego.
8. Tendo em vista as relações do Brasil com
os blocos econômicos e organismos comerciais e financeiros do mundo
contemporâneo, a política externa dos governos de Fernando Henrique Cardoso, em
linhas gerais, caracterizou-se
a) pelo abandono da
ALALC, em vista da participação ativa no NAFTA.
b) pela oposição
permanente à OMC, devido a pressões do FMI.
c) pela participação nas negociações da ALCA,
preservando a liderança no MERCOSUL.
d) pela
participação ativa nos foros da OCDE, buscando o fortalecimento da ALADI.
e) pelo afastamento
da OEA, ampliando a participação nos foros econômicos da ONU.
9. Leia os textos.
"A crise econômica recente no Brasil demonstra que qualquer país está ameaçado por turbulências informativas e movimentos especulativos nos mercados financeiros globais."
(Manuel Castells. "Folha de S. Paulo", 23/05/99. Cad. Mais, p. 5)
(...) uma crise aguda da economia brasileira seria transmitida a toda a América Latina e provocaria uma catástrofe nos Estados Unidos, que destinam 20% de suas exportações a essa região. A Europa, evidentemente, também não seria poupada por uma crise geral da economia. Foi menos o futuro do Brasil do que o medo de uma tal crise mundial que mobilizou uma ajuda internacional considerável para livrar o país dos apuros."
(Alain Touraine. "Folha de S.Paulo". 31/01/99. Cad. Mais. p. 5)
O Plano Real, adotado pelo Governo de Itamar Franco, em 1994, contribuiu para a eleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso. No início de 1999, o Plano Real sofreu uma crise que fez cair os índices de popularidade do Presidente. De acordo com os textos, essa crise estava relacionada, principalmente,
a) à fuga de capitais ocorrida no final de 1998, que provocou uma redução nas divisas e a desvalorização cambial.
b) aos conflitos entre Brasil e Argentina, na definição das taxas alfandegárias para importação/exportação de alimentos.
c) aos baixos investimentos do Governo nas áreas sociais, especialmente na saúde, educação e moradia.
d) à falta de decisão política do Governo para enfrentar os problemas decorrentes da baixa oferta de trabalho.
e) ao retorno do processo inflacionário com a conseqüente adoção da política de indexação da economia.
10. A vitória de Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 1994 teve como fator decisivo a
a) adoção de uma política eficaz de controle da natalidade, visando a conscientizar parcela da população menos favorecida.
b) redução da criminalidade no campo, devido ao programa de reforma agrária que prevê tolerância em relação à invasão de terras improdutivas no país.
c) política externa de importação de produtos do Mercosul, com o objetivo de reduzir as taxas alfandegárias, resultando em preços mais atrativos no mercado brasileiro.
d) implantação do Plano Real, que criou uma moeda estável no país após décadas de inflação.
e) queda do desemprego devido à adoção do piano de estatização e intervenção reguladora do Estado na economia.