Tanto no cinema quanto na música, os piratas são retratados como sujeitos mal-encarados, barbudos e cruéis, que viviam escondidos no Caribe e andavam sempre com um papagaio no ombro. Tanto que no Brasil é comum ouvir a expressão “papagaio de pirata”.
Os piratas realmente existiram e infestaram o oceano Atlântico e o Caribe nos séculos XVI e XVII a atacavam galeões (antigo navio a vela com quatro mastros usado no transporte de cargas de alto valor) abarrotados de ouro e prata. Sua ação foi conseqüência não prevista da exploração das riquezas da América, do intenso comércio transatlântico por essa época e de uma política que dava muita importância à acumulação de metais preciosos pelas nações européias. Essa política ficou conhecida como mercantilismo
Na Europa ocidental, durante a Idade Média, a principal fonte de riqueza dos senhores feudais era a exploração do trabalho dos servos. Nessa época, o comércio era pouco praticado e poucas pessoas lucravam com essa atividade. A partir do século XI, entretanto, vários fatores contribuíram para a expansão do comércio, como as Cruzadas, o desenvolvimento de novas técnicas agrícolas e a associação de mercadores em torno de ligas.
Com a chegada dos europeus à América, em 1492, e a descoberta do caminho marítimo para as Índias, em 1498, o comércio alcançou escala mundial. Matérias-primas e mercadorias manufaturadas provenientes da Ásia, África, Europa e América passaram a circular de um lado para o outro do planeta. O transporte dessas mercadorias era feito por mar, em embarcações, ou por terra, no lombo dos animais.
Nesse novo contexto, o comércio passou a ser uma atividade altamente lucrativa. Vários produtos chegavam a ser vendidos na Europa por um preço sessenta vezes mais alto do que aquele pelo qual haviam sido comprados nos países de origem, pois não existiam similares no continente europeu.
CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História – ensino fundamental.