O rabino Marvin Hier apresenta carta inédita de Hitler no Museu da Tolerância de Los Angeles (Lucy Nicholson / Reuters)
Uma carta inédita escrita por Adolf Hitler em 1919 é prova do ódio precoce do ditador nazista em relação aos judeus e de sua crença de que eles deveriam ser removidos da Alemanha por um "governo brutal". O documento, elaborado pelo mentor do holocausto quando ele era apenas um cabo do Exército alemão, começou a ser exibido ao público pela primeira vez no Museu da Tolerância de Los Angeles, nos Estados Unidos.
Segundo o rabino Marvin Hier, que dirige o Centro Simon Weisenthal, que opera as instalações, a carta é o documento mais importante do arquivo histórico do museu, já que mostra que, muito antes de Hitler se tornar poderoso, já exaltava o anti-semitismo e anunciava a "necessidade" de eliminação dos judeus.
A importância da carta se deve especialmente ao fato de que não há registros de que Hitler tenha ordenado pessoalmente o extermínio dos judeus nos campos de concentração. Há suposições de que, na verdade, seus assessores teriam sido os principais responsáveis pelo holocausto - e a ideia não teria sido originalmente do próprio ditador. "A carta nos mostra que de fato foi ideia de Adolf Hitler se livrar dos judeus", diz Hier. "Ele teve essa ideia quando ainda era ninguém - e depois de 21 anos implementou tudo o que escreveu: eliminou um terço dos judeus no mundo."
Na carta, o futuro ditador alemão afirma que um governo poderoso poderia reduzir a ameaça dos judeus se negasse a eles os seus direitos. Mas o objetivo final seria a eliminação de todos os judeus juntos. A veracidade do documento, de quatro páginas, foi comprovada por um especialista em caligrafia. Os sobreviventes do holocausto foram os primeiros a ver a carta exibida no museu.
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