História de Paulo Ubiratan

Paulo Ubiratan Fontes Gaspar nasceu no dia 14 de janeiro de 1947, em São Paulo. Começou a trabalhar aos 16 anos, como office-boy. Passou pelo rádio, depois ingressou na televisão, trabalhando como produtor e assistente de vídeo na TV Tupi. Naquela emissora, passou a assistente de direção e trabalhou com o então diretor Lima Duarte na novela Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso.
Começou a trabalhar na Globo em 1978, como assistente de direção nas novelas O Pulo do Gato, de Bráulio Pedroso, e Sinal de Alerta, de Dias Gomes, na qual também atuou como produtor. Considerada a primeira novela a tratar de questões ecológicas, Sinal de Alerta teve no elenco Paulo Gracindo, Jardel Filho, Vera Fischer e Yoná Magalhães, entre outros.
No ano seguinte, Paulo Ubiratan voltou a trabalhar com o autor Bráulio Pedroso, assinando a direção da comédia Feijão Maravilha. A novela, que era estrelada por Lucélia Santos e Stepan Nercessian, prestava uma homenagem às chanchadas dos anos 1950, com um elenco que reunia alguns dos principais nomes do humor brasileiro, entre os quais: Grande Otelo, Olney Cazarré, Walter D?Ávila e, no papel do vilão Sombra, José Lewgoy.

A partir da década de 1980, Paulo Ubiratan se tornaria um dos principais diretores da Globo. Dividiu com Roberto Talma a direção de duas novelas: Água Viva (1980), de Gilberto Braga, que foi estrelada por Betty Faria, no papel de Lígia, e Reginaldo Faria e Raul Cortez, como os irmãos Nelson e Miguel Fragonard; e Coração Alado (1980), de Janete Clair, estrelada por Vera Fischer, como Vívian, e Tarcísio Meira, o Juca Pitanga.
Baila Comigo (1981) foi a primeira novela das oito dirigida por Paulo Ubiratan e Roberto Talma. A dupla contou com dois jovens assistentes, que se revelariam promissores: Guel Arraes e Jorge Fernando. Estrelada por Tony Ramos, no papel dos gêmeos João Victor e Quinzinho, Baila Comigomarcou também a estréia do autor Manoel Carlos no horário.
No ano seguinte, ainda em parceira com Roberto Talma, Paulo Ubiratan dirigiu três novelas: Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair, estrelada por Regina Duarte e Francisco Cuoco; Elas por Elas (1982), de Cassiano Gabus Mendes, que eternizou o personagem Mário Fofoca, vivido por Luis Gustavo; e Final Feliz (1982), primeira novela da consagrada autora Ivani Ribeiro na Globo, com Natália do Vale e José Wilker, entre outros.
Antes de Roque Santeiro, que teria uma das maiores audiências da história da emissora, Paulo Ubiratan dirigiu outras duas novelas de grande sucesso: Louco Amor (1983), de Gilberto Braga, com Antônio Fagundes e José Lewgoy, entre outros; e Transas e Caretas (1984), de Daniel Más e Lauro César Muniz, protagonizada por Reginaldo Faria, José Wilker e Natália do Vale. Além disso, em 1983, foi o produtor de outras duas tramas: Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu, que reuniu um elenco estelar, com Fernanda Montenegro e Paulo Autran, entre outros; e Eu Prometo (1983), de Janete Clair.
Em 1985, Paulo Ubiratan foi o responsável pela escalação do elenco que levaria às telas Roque Santeiro, proibida pela Censura dez anos antes. Seria também o diretor da novela, porém, no segundo mês, sofreu um ataque cardíaco e foi substituído por Gonzaga Blota.
Roda de Fogo (1986), de Lauro César Muniz e Marcílio Moraes, que contava a história do romance entre um empresário corrupto e uma juíza federal, marcou a volta do diretor às tramas das oito. Estrelada por Tarcísio Meira, como o empresário Renato Villar, e Bruna Lombardi, como a juíza Lúcia Brandão, a novela contava ainda com Eva Wilma, Joana Fomm e Cécil Thiré, entre outros.
Paulo Ubiratan voltaria a dirigir um grande sucesso do autor Lauro César Muniz em 1989, a novela O Salvador da Pátria, que trazia Lima Duarte no papel de jardineiro Sassá Mutema e Maitê Proença como a professora Clotilde. No ano anterior, fora o produtor de outro clássico da teledramaturgia brasileira, a novela Vale Tudo (1988), de Gilberto Braga.
Ainda em 1989, Paulo Ubiratan dirigiu Tieta, adaptação do romance de Jorge Amado feita por Aguinaldo Silva. Protagonizada por Betty Faria, a novela tinha ainda José Mayer, como Osnar, Reginaldo Faria, no papel de Ascânio, e Joana Fomm, como Perpétua, entre outros.
Em seguida, o diretor fez sua primeira ? e única ? incursão no gênero das minisséries. Riacho Doce (1990), escrita por Aguinaldo Silva, teve as externas gravadas no arquipélago de Fernando de Noronha. No elenco, além de Fernanda Montenegro, no papel de Vó Manuela, havia Vera Fischer e Carlos Alberto Riccelli, entre outros. No mesmo ano, Paulo Ubiratan dirigiu também a novela Meu Bem, Meu Mal (1990), de Cassiano Gabus Mendes, que marcou a estréia do ator Fábio Assunção.
Após produzir Felicidade (1991), de Manoel Carlos, Paulo Ubiratan dirigiu uma de suas últimas tramas na faixa de horário das 20h, a novela Pedra sobre Pedra (1992), de Aguinaldo Silva. Protagonizada por Lima Duarte e Renata Sorrah, respectivamente Murilo Pontes e Pilar Batista, a novela seguia a linha do realismo fantástico, reunindo diversos personagens marcantes, como Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) e Jorge Tadeu (Fábio Júnior).
Em 1994, Paulo Ubiratan dirigiu os primeiros capítulos da novela Tropicaliente (1994), de Walther Negrão. Em seguida, foi o responsável pela produção do remake de um clássico de Janete Clair, a novela Irmãos Coragem (1995). Exibida pela primeira vez em 1970, com Tarcísio Meira, Cláudio Marzo e Cláudio Cavalcanti no papel de João, Duda e Jerônimo Coragem, a nova versão, que fazia parte das comemorações pelos 30 anos da Globo, apresentou Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo nos respectivos papéis. Ainda em 1995, Paulo Ubiratan produziu também A Próxima Vítima, de Silvio de Abreu.
Em 1996, produziu e dirigiu ? em parceria com Gonzaga Blota ? a mininovela O Fim do Mundo, escrita por Dias Gomes e Ferreira Gullar. Exibida em 35 capítulos, contou no elenco com Paulo Betti, José Wilker e Bruna Lombardi, entre outros. Ainda naquele ano, Paulo Ubiratan dirigiu Anjo de Mim (1996), de Walther Negrão, que abordava questões ligadas à mediunidade e reencarnação.
Outra trama de sucesso dirigida por Paulo Ubiratan foi A Indomada (1997), de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. Ambientada na cidade fictícia de Greenville, a novela apresentou novos personagens fantásticos, como a vilã Maria Altiva, interpretada por Eva Wilma, e o deputado Pitágoras Mackenzie, vivido por Ary Fontoura.
Por Amor (1997), de Manoel Carlos, foi a última trama produzida pelo núcleo de Paulo Ubiratan. O diretor morreu aos 51 anos, em 29 de março de 1998, vítima de um infarto fulminante. Na ocasião, acabara de assumir o cargo de diretor de Criação da Globo.

Novelas
O Pulo do Gato (1978)
Sinal de Alerta (1978) ? diretor e produtor
Feijão Maravilha (1979)
Água Viva (1980)
Coração Alado (1980)
Baila Comigo (1981)
Sétimo Sentido (1982)
Elas por Elas (1982)
Final Feliz (1982)
Louco Amor (1983)
Guerra dos Sexos (1983)
Eu Prometo (1983)
Transas e Caretas (1984)
Roque Santeiro (1985) ? diretor e produtor
Roda de Fogo (1986)
Vale Tudo (1988) ? produtor
O Salvador da Pátria (1989)
Tieta (1989)
Meu Bem, Meu Mal (1990)
Felicidade (1991) ? produtor
Pedra sobre Pedra (1992)
Tropicaliente (1994)
A Próxima Vítima (1995) ? produtor
Irmão Coragem (remake, 1995) ? produtor
O Fim do Mundo (1996) ? diretor e produtor
Anjo de Mim (1996)
A Indomada (1997)
Por Amor (1997) ? diretor e produtor
Minisséries
Riacho Doce (1990) ? diretor e produtor

Fonte: Memorial Globo

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