A primeira usina elétrica brasileira foi instalada em 1883, na cidade de Campos (RJ). Era uma usina termoelétrica. A primeira usina hidrelétrica brasileira foi construída pouco depois no município de Diamantina (MG), aproveitando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha.
Mas a primeira hidrelétrica do Brasil para serviços de utilidade pública foi a do rio Paraibúna, produzia energia para a cidade de Juiz de Fora (MG). Era muito difícil naquela época construir uma usina elétrica. O Brasil não tinha nenhuma fábrica de máquinas térmicas, nem possuía grandes reservas exploradoras de carvão ou petróleo, que são os combustíveis dessas máquinas. O panorama só começou a mudar realmente à partir da 1.a Guerra Mundial. Pois ficou muito difícil importar, e por isso, muitos bens passaram a ser feitos aqui. Isso fez com que numerosas indústrias viessem para o Brasil, principalmente para São Paulo, todas elas precisando consumir grandes quantidades de energia elétrica. O governo resolveu então dar incentivos para as empresas de energia elétrica que quisessem vir para o Brasil. A mais importante foi a band and Share, norte-americana que organiza dez empresas de energia elétrica, localizada em nove capitais brasileiras e na cidade de Pelotas (RS). Em 1930, o Brasil já possuía 891 usinas, sendo 541 hidrelétricas, 337 térmicas e 13 mistas. Com a 2.a Guerra Mundial voltou o problema de importação e de racionamento de carvão e petróleo. A essa altura a usina elétrica já era utilizada para outras finalidades, além da indústria da iluminação pública e doméstica.
Uma delas era o transporte elétrico no Brasil. Por isso, eles ficaram conhecidos com o nome de "bondes". Mas o crescimento da capacidade instalada continuava pequeno. Em 1940 tínhamos 1.243MW e , em 1945 havíamos aumentado para apenas 1.341MW. O governo decidiu intervir para aumentar a taxa de crescimento e disciplinar melhor a produção e distribuição de energia elétrica que até então estava nas mãos das empresas estrangeiras. Um dos primeiros passos foi a criação da Companhia Hidrelétrica de São Francisco (CHESF) que imediatamente começou a construir a usina de Paulo Afonso. Em 1952 foram organizadas as centrais de Minas Gerais (CEMIG) com cinco empresas regionais e suas subsidiárias. Em 1957, crio-se as centrais elétricas de Furnas, que comandou a construção das usinas de Porto Colômbia, Marimbondo, Estreito, Volta Grande e Água Vermelha. Em 1966, foram reunidas as centrais elétricas do Rio Pardo CHERP as usinas elétricas de Paranapanema (USEIPA) e as centrais elétricas de Urubupunbá (CELUSA), para formar as centrais elétricas de São Paulo (CESPE).
Já em 1954 o presidente Getúlio Vargas sentira necessidade de criar uma grande empresa estatal para planejar e coordenar a construção das usinas produtoras de energia e sistematizar sua distribuição.
No entanto sua idéia só vingou em 1963 no governo de Jânio Quadros. À partir daí, o panorama da energia elétrica brasileira mudou radicalmente. Enquanto entre 1940 1 1945 a capacidade instalada aumentara apenas 1,5%. Entre 1962 1976 ela triplicou passando de 5.729MW para 17.700MW. E de 1976 para 1985 esperava-se que novamente triplique. Para isso era necessário contar com a usina de Itaipú, a maior hidrelétrica do mundo com 14.000MW.
Paralelamente a esse aumento da capacidade instalada, a Eletrobrás estuda outras fontes de energia como a solara e a das marés, e formas de transportar grandes quantidades de energia a longas distâncias.
Quando os rios das regiões Sudeste, Sul e Nordeste estiverem totalmente aproveitados será possível transferir energia entre várias regiões por intermédio de um sistema elétrico integrado de âmbito nacional.
1- Energia Elétrica
A energia elétrica é uma das formas de energia mais úteis para a humanidade. Ela é amplamente empregada em lares, fazendas e indústrias. No Brasil, no lar a eletricidade fornece luz e produz calor para o funcionamento de refrigeradores, rádios, televisores, aspiradores de pó, etc. Nas fazendas são usados em máquinas elétricas, bombeiam água, secam o feno, ordenham vacas. Os edifícios comerciais dependem de eletricidade para o funcionamento de elevadores, escadas rolantes.
A energia elétrica ajuda a mover praticamente todos os equipamentos das indústrias, como grandes tornos mecânicos e imensas fornalhas.
A eletricidade por si mesma não é uma fonte de energia. As centrais termoeléctricas queimam carvão ou outro combustível para produzir vapor. O vapor fornece a energia para acionar os geradores que produzem eletricidade. As centrais hidrelétricas utilizam a energia de queda de água.
2- Produção de Energia Elétrica
Quase toda a nossa energia elétrica é produzida por enormes geradores em centrais elétricas.
Uma típica usina de eletricidade pode ter uma capacidade de mais de um milhão de quilowatts. Um gerador de mil quilowatts pode fornecer eletricidade suficiente para um milhão de lâmpadas de 100W em determinado momento.
A quantidade de energia que uma usina pode produzir é medida em quilowatts hora.
3- Turbina
Os geradores elétricos são acionados por turbinas. Na maioria os dois tipos principais de turbinas são à vapor e à água, algumas usinas usam turbinas a gás.
3.1 Turbinas a gás
As turbinas a gás podem ser postas em movimento mais fácil e rápido que as turbinas a vapor. Algumas usinas elétricas usam geradores com turbinas a gás a fim de fornecer uma potência elétrica extra quando o consumo cresce. Isso pose ocorrer em um dia nublado e escuro, quando as luzes adicionais são ligadas. As turbinas a gás não são usadas regularmente porque seu custo de operação é maior do que o das turbinas à vapor.3.2 Turbinas a água.
As usinas mundiais com turbinas a água são denominadas usinas hidrelétricas. Construem-se uma barragem num determinado trecho do rio. Aí, as águas represadas caem do alto sobre grandes turbinas. As turbinas giram movidas pela força das águas, e esse movimento giratório é que é transformado em energia. O grande mérito dessas usinas é que elas usam um recurso energético gratuito, oferecido pela natureza, que é a água dos rios. Mas em compensação cada usina dessa custa muito dinheiro, devido a grandes obras de engenharia que precisam ser feitas. E, como em geral ficam distantes das cidades, onde há necessidade de muita energia para as indústrias e para iluminar ruas e casas, é preciso construir longas linhas de transmissão para transportar a energia gerada. Por isso, o Brasil tem de procurar também outras fontes de energia. Mesmo porque não é em qualquer lugar que existem rios com potencial hidrelétrico. As hidrelétricas produzem 92,4% da potência hidrelétrica no Brasil, para uma capacidade total instalada de mais 17.700MW.
3- Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
A geração de eletricidade é apenas uma parte do processo de fornecimento de energia elétrica.
A eletricidade deve ser transmitida da usina de energia até a cidade ou área que vai ser consumida. Depois a eletricidade deve ser distribuída para as casas, fazendas, indústrias, e outros consumidores.
4- Outros Métodos
Os motores diesel são amplamente usados acionar geradores, geralmente em usinas de pequenas cidades. Os motores à gasolina podem ser usados para acionar pequenos geradores. As fábricas usam algumas vezes estas unidades geradoras, à fim de fornecerem eletricidade para equipamentos especiais como máquinas de solda. Os moinhos de vento são usados para acionar geradores que fornecem energia elétrica em pequenas quantidades.
Enciclopédia Delta. V. 5 p. 1112 a 1115.
Fonte: www.cdcc.sc.usp.br