(270 - 337)
Primeiro imperador cristão romano (306-337) também conhecido como Constantino, o Grande, nascido em Naísso, mais tarde Nis, que passou à história por ter adotado o cristianismo como religião oficial do império, por ter transferido a capital para Constantinopla (Bizâncio), cidade a cuja construção deu início, e reunificado (312), o Império Romano que havia sido desmembrado por Diocleciano, principiando o denominado baixo-império, na sua fase de decadência. Filho de Constâncio I Cloro com sua concubina Helena, passou a juventude na corte de Diocleciano e juntou-se ao pai (305), membro da tetrarquia criada pelo imperador, na campanha da Bretanha e foi nomeado césar do ocidente. Em 25 de julho (306), pouco depois da morte de Constâncio, as legiões comandadas por Constantino aclamaram-no imperador. Em Roma, o título de Constantino não foi reconhecido e após a morte de Galério (310), surgiram novos pretendentes ao império: Maxêncio, Maximino e Licínio. Aliando-se a Licínio, derrotou Maxêncio às margens do Tibre (312) e, com a morte de Maximino, vencido por Licínio (313), dividiu com este o império. Sem ser inicialmente um cristão, contou com o apoio dos mesmos para a estabilidade do seu governo e pelo Edito de Milão (313), aliou-se aos cristãos e concedeu-lhes liberdade de culto e igualdade de direitos, além da devolução dos bens expropriados da igreja cristã. Conseguiram superar suas divergências e estabeleceram um sistema de rodízio, em que se revezavam como cônsules, juntamente com os filhos.
Com as perseguições de Licínio contra os cristãos (313), declarou-se a guerra entre os antigos aliados, logo vencendo-os e, dessa forma, tornou-se imperador único do Império Romano (315). Convocou o Concílio Ecumênico de Nicéia (325) e desde então o paganismo foi apenas tolerado. Reconstruiu e transformou Constantinopla (326-331) sobre a antiga Bizâncio, hoje Istambul, incendiada (673), na capital do império reunificado. Com o passar dos anos, sua adesão ao cristianismo acentuou-se e entre outras medidas proibiu que os senhores matassem seus escravos, coibiu o adultério e o concubinato, extinguiu o suplício da cruz e interditou os combates de gladiadores. Nos trinta anos em que se manteve no poder, realizou substanciais reformas administrativas, monetárias e financeiras. Firmou a monarquia absoluta, unificou o império e reforçou a defesa das fronteiras. Como soldado, nunca perdeu uma batalha. Costumava exortar seus súditos à conversão, embora ele mesmo, adepto de uma religião solar monoteísta, de Mitra, só tenha se deixado batizar pouco antes de morrer, perto da Nicomédia, hoje Izmit, Turquia. O sucesso político do cristianismo deveu-se ao seu poder. A liberdade de consciência promovida pelo Edito de Milão (313) introduzindo a liberdade de culto, integrando desta forma os cristãos ao mesmo nível das religiões tradicionais, foi sem dúvida uma enorme conquista social. Porém essa liberdade religiosa foi logo rompida pela oficialização do cristianismo como religião do Império. Tratou da religião como se fosse chefe da igreja e grande pontífice de todos os demais religiões. Havendo convocado o Concílio Ecumênico de Nicéia (325), deu à igreja cristã a estrutura hierárquica que hoje ainda conserva, a de bispos e arcebispos, estes coordenando a aqueles em cada região ou Província. Consequentemente cresceu a posição dos bispos dentro da Igreja. Por esta e outras inovações surgiu o que veio a ser denominado, por vezes, por Igreja Constantiniana. o Imperador deixou-se batizar apenas no final de sua vida.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/IRCnsti1.html