A catedral de Nossa Senhora que venceu incêndios e guerras infernais, e até a Revolução Francesa!
A catedral emerge entre os tetos da cidade
A 'coluna dos anjos'.
A Catedral de Estrasburgo ou Catedral de Nossa Senhora de Estrasburgo (em francês Cathédrale Notre-Dame-de-Strasbourg; em alemão Liebfrauenmünster zu Straßburg) é a catedral católica mais importante na região de Alsácia, que faz uma síntese entre a França e a Alemanha.
No tempo do paganismo, no local existiu um templo dedicado ao deus romano Marte.
O bispo Arbogast, no século VII, deitou as bases de um templo dedicado a Nossa Senhora, do qual não se conservam vestígios.
Pois, já no século seguinte, a primeira igrejinha foi substituída por uma catedral assaz mais importante, concluída sob o reinado do imperador Carlos Magno.
Essa catedral carolíngia possuía três naves e três absides que o bispo D. Ratal mandou ornar com ouro e pedras preciosas.
Mas, essa catedral foi atingida por incêndios nos anos 873, 1002 e 1007.
Em 1015, o nobre bispo de Estrasburgo, D. Werner de Habsburgo e o imperador Henrique II assentaram a primeira pedra de uma nova e grandiosa catedral sobre as ruínas da anterior.
Mas, parecia que o inferno se revoltava contra esse templo consagrado à glória da Santíssima Mãe de Deus.
Um novo incêndio em 1176 consumiu-a inteiramente.
Tapeçarias sobre a Vida de Nossa Senhora
Naqueles tempos de fé, a revolta do inferno servia de estímulo a mais cristãos atrevimentos. O novo bispo da cidade D. Henri d'Asuel, dito Hasenbourg, decidiu entre 1180 e 1190 erigir uma quarta catedral ainda maior e mais bela.
Por volta de 1220, um arquiteto francês que havia participado nas grandes obras góticas na região da Île-de-France como Chartres e Reims chegou a Estrasburgo com companhias de engenheiros e artesãos que deram o ?estilo francês? ao edifício.
Na época chamava-se ?estilo francês? ao gótico.
Eles trouxeram esse estilo novo, elevaram os muros e instalaram magníficos vitrais. O arquiteto e seus sucessores que trabalharam ainda durante quarenta anos ficaram anônimos para nós. No costume medieval os operários e os gênios pensavam em dar glória a Deus e esqueciam-se de si próprios.
A construção foi terminada em 1439, tornando-se o mais alto edifício do mundo entre 1625 a 1874.
E permaneceu como a mais elevada do mundo até 1880, quando foi ultrapassada pela catedral de Colônia, na Alemanha.
Rosácea da fachada
Em 1793, os adeptos da Revolução Francesa, pela boca de um ex-seminarista exigiram a demolição da flecha da catedral que subia até 142 metros e era a mais alta da Cristandade.
O estulto sofisma empregado foi que a catedral injuriava o sentimento de igualdade republicano.
Começaram a demolição destruindo numerosas estátuas da fachada. Demolição essa que não fazia parte do acordo. Enquanto os bandidos se encarniçavam com as estátuas, a flecha foi salva por um ferreiro de bom senso que propôs cobri-la com um imenso boné frígio, símbolo dos terroristas ?jacobinos?.
O boné ficou até 1802 sendo objeto da gargalhada dos habitantes da cidade que o apelidaram em dialeto alsaciano de ?kàffeewärmer? (o aquecedor de café).
Já em 1813 começaram grandes trabalhos de restauração. Em 1870 o teto da catedral sofreu graves danos durante os bombardeios da guerra franco-prussiana, prestesmente reparados malgrado sua extensão.
A catedral tem 111 metros de extensão e 51,5 metros de largura. A altura máxima exterior é de 142,11 metros e a interior é de 31 metros. É mais alta que a maior das pirâmides do Egito, a de Quéops que hoje tem 137 metros.
A nave principal se estende até 62,50 metros com 16,60 metros de largura. As naves laterais atingem 15 metros de altura e 9,70 metros de largura.
É a quarta maior igreja do mundo.
Por: Luis Dufaur
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