História do Brasil e do Mundo
Expansão Marítima e América Colonial
Prof. Leonardo Castro
A Expansão marítima
O Estado nacional português foi o pioneiro no processo de expansão marítima. A unificação de Portugal esta associada à Guerra de Reconquista, ou seja, o combate entre cristão e árabes, que tencionava conquistar a península ibérica.
Portugal reuniu as condições essenciais para a expansão ultramarina: o surgimento de um grupo mercantil prospero, um governo forte, com unidade e estabilidade, e conhecimentos técnicos necessários. A própria monarquia lusitana, sob a dinastia de Avis, estimulou as atividades mercantis através da expansão marítima.
A expansão marítima lusitana fundiu o interesse mercantilista com a velha mística cruzadista – a procura do lucro com a defesa da fé. As expedições portuguesas seriam empreendimentos comerciais, militares e religiosos, pois eram enviadas também em nome da “missão” ou “destino” do império luso de expandir a cristandade em outras terras.
Caravela. Academia das ciências de Lisboa, Portugal.
A expansão marítima espanhola obteve destaque em
1492, quando o reino espanhol patrocinou a viagem do navegador
Cristovão Colombo, com a finalidade inicial de descobrir uma nova rota marítima para o oriente, a fim de adquirir os produtos orientais.
Partindo em agosto de 1492, Colombo rumou para o oeste, alcançando a ilha de Guaani (San Salvador) nas Bahamas. Acreditou, porém, ter chegado as Índias, e só em 1504, é que o navegador Américo Vespúcio confirmaria que se tratava de um novo continente.
Desembarque de Colombo. gravura do século XIX. Biblioteca do Congresso, Washingtong.
A expansão marítima portuguesa iniciou-se com a tomada de um entreposto comercial árabe no norte africano – Ceuta –, a expansão lusa caracterizou-se pela conquista do litoral da África e das ilhas do Atlântico. A descoberta de uma nova rota para a Índia e a possibilidade de adquirir os produtos orientais por preços mais baratos foram os principais objetivos do Estado português.
A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou conflitos em torno do direito de posso sobre as terras descobertas ou descobrir. Formularam, então, diversos tratados. Em 1493, o papa Alexandre VI editava a Bula Intercoetera, que determinava a partilha do mundo entre espanhóis e portugueses, sendo que as terras pertencentes a Portugal seriam as situadas a 100 léguas a oeste do arquipélago de Cabo verde.
Sentindo-se prejudicados, os portugueses contestaram o tratado e negociaram um novo, o Tratado de Tordesilhas (1494), que substituía a linha divisória por outra, situada a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
A América espanhola
Os espanhóis justificaram a exploração colonial da América com o pretexto de civilizar os povos americanos, por meio da cultura e da fé cristã.
Hernán Cortez, no México, Francisco Pizarro, no Peru, foram os conquistadores espanhóis que desencadearam a violência em suas conquistas americanas.
A exploração do ouro e da prata (metalismo, entesouramento) foi o eixo da colonização espanhola nos séculos XVI e XVII . México, Peru e Bolívia respondiam pela produção de metais preciosos.
A chegada dos espanhois na América. Theodore de Bry, 1594.
A produção colonial foi organizada mediante a exploração da mão-de-obra indígena. Uma das formas do uso do nativo era a mita, pela qual os indígenas era tirados de suas comunidades para trabalhar nas minas por um prazo determinado e sob um pagamento irrisório. Foi muito utilizado nas minas de Potosí.
A encomienda, era o sistema mais usado, consistia na exploração dos nativos como servos nos campos e nas minas. A Coroa encomendava a captura de indígenas a um intermediário – o encomendero – e os distribuía aos colonizadores como servos.
Ataque espanhol comandado por Pizarro contra os incas, em 1532. Bridgemann art library.
Texto e Contexto
O testemunho de Bartolomeu de las Casas
Hoje temos conhecimento das atrocidades cometidas pelos espanhóis contra os povos nativos da América através de relatos como o do frei Bartolomeu de las Casas (1474-1566):
“Podemos dar conta boa e certa que em quarenta anos, pela tirania e diabólicas ações dos espanhóis, morreram injustamente mais de 12 milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças; e verdadeiramente eu creio, e penso não ser absolutamente exagerado, que morreram mais de 15 milhões...
A causa pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade de almas foi unicamente não terem outra finalidade ultima senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo; enfim, não foi senão pela avareza que causou a perda desses povos, que por serem tão dóceis e tão benignos foram tão fáceis de subjugar.”
(LAS CASAS, Bartolomeu de. Brevíssima relação da destruição das Índias: o paraíso destruído, 1552.)
A sociedade colonial espanhola apresentava no topo os chapetones, espanhóis da metrópole que ocupavam altos postos militares e civis. A aristocracia colonial era constituída de espanhóis nascidos na América, os criollos, grandes proprietários e comerciantes, que constituíam a elite colonial.
A estrutura administrativa das colônias espanholas dividia o território em quatro vice-reinados (vice-reinado de nova Espanha, de nova Granada, do Peru, do Prata)– de importância econômica – e algumas capitanias (de Cuba, da Venezuela, da Guatemala, do Chile), que consistiam áreas estratégicas.
A América inglesa
A Inglaterra entrou no processo colonial durante o reinado de Elizabeth I, quando a construção naval, o comércio marítimo e a atividade corsária ganharam estímulo. Outro aspecto estimulador foram os conflitos religiosos dos séculos XVI e XVII, que estimularam a emigração de puritanos e quakers, em direção à América do Norte.
Durante os séculos XVII e XVIII, estruturou-se na América do Norte as treze colônias: ao norte desenvolveu-se uma economia autônoma, mercantil e manufatureira, não-dependente da metrópole, e, ao sul, uma economia agrícola, que produzia exclusivamente para o mercado externo.
No sul, produzia-se por meio do sistema de plantation, caracterizado pela monocultura, em grandes propriedades e com uso da mão-de-obra escrava, e eram destinados ao mercado externo.
O norte (Nova Inglaterra), foi colonizado principalmente por colonos provenientes de perseguição político-religiosa, em uma colônia de povoamento, com a economia baseada na pequena e média propriedade, com diversificação na produção comercial e manufatureira.
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