Castelo de Auzers, Cantal, França.
Com o correr do tempo a família do ?sire? que reina sobre o primeiro esboço do futuro castelinho chamado de ?motte? se multiplica em novos ramos.
Estes continuam unidos ao tronco pelo espírito de solidariedade que os anima, pelo desejo de ver crescer a sua ?pátria?.
Pois ?pátria? significa a ?terra onde estão enterrados os pais? (do latim pater=pai).
Os artesãos e lavradores também permanecem, de geração em geração, ligados à estirpe do seu senhor.
Todos continuam a reconhecer a chefia do filho mais velho do senhor, i. é, o primogênito.
Todos vêem nele o pai comum, sucessor daquele que foi ?pai? e protetor de seus pais. Dão-lhe o nome de barão, título que na origem é bastante largo.
Castelo de Pesteil, Cantal, França.
Esta família maior, oriunda da família básica e conservando os caracteres desta, é a ?mesnada?.
Algumas ?mesnadas? se destacam por sua prosperidade, seu vigor, sua capacidade de resistir a ataques inimigos.
Atraídos por sua fama, muitos que não se sentem em segurança em sua própria terra ingressam em seu seio, com suas famílias, encontrando ali a proteção de que necessitam e contribuindo para o seu fortalecimento e crescimento.
Com a ?mesnada?, a ?motte? evolui para o castelo ainda rudimentar.
Duas linhas de defesa o protegem: a primeira formada por um fosso e por uma paliçada de madeira assente sobre uma escarpa de terra, tendo na entrada um pequeno fortim avançado, a barbaça.
A segunda ? separada da primeira por um fosso chamado liça, no qual havia às vezes hortas e jardins ? é uma robusta muralha de pedra, entremeada de torres e circundada por um caminho de ronda, por sua vez protegido por um parapeito com ameias.
Castelo de Almansa, Albacete, Espanha
Atravessa-se essa muralha por uma porta ladeada por duas torres, dotada de ponte levadiça e de uma grade de ferro que se move no sentido vertical.
Dentro do castelo há duas áreas.
Na primeira estão as habitações dos artesãos e os abrigos dos camponeses ? que já não moram dentro, mas ao redor das fortificações ? onde se refugiam em caso de ataque, com suas famílias, seus bens e seus animais.
Na segunda ficam as acomodações dos companheiros e parentes mais remotos, a pequena capela (em geral sede da paróquia, centro da vida espiritual e alma dessa comunidade) e a torre de mensagem, residência do barão e de sua família mais próxima, que continua sendo o centro da resistência, o último reduto da defesa.
Sobre ela, dominando tudo, a torre de vigia. Enquanto o casario é de madeira, dando ainda a impressão de acampamento, a muralha, as torres e o imponente ?donjon? já são de pedra, robustos e duradouros.
(Fonte: ?Catolicismo?, nº 57, setembro de 1955)
Castelos Medievais