Dom Carlos I de Portugal

Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança, o Carlos I de Portugal

 

 Penúltimo Rei de Portugal (1889-1908) nascido em Lisboa, que pressionado por dificuldades econômicas e por conflitos ultramarinos, especialmente pela agitação causada pelo ultimato inglês (1890), que veio causar ou pelo menos agravar a crise política, econômica e social, mostrou-se incompetente na hora de apresentar soluções para os problemas do país. Filho de Luís I de Portugal e de Maria Pia de Sabóia, filha de Vítor Emanuel II da Itália, casou-se (1886) com a princesa francesa D. Maria Amália Luísa Helena de Orleães, e assumiu o trono português, depois da morte do pai, (1889). Enfrentou inicialmente uma poderosa oposição integrada por republicanos, maçons e monarquistas descontentes. O ultimato britânico (1890), que exigia a retirada portuguesa de alguns territórios africanos, gerou uma grande revolta republicana no Porto (1891). Após uma incessante sequência de greves e sublevações, nomeou (1906) como primeiro-ministro João Franco, a quem permitiu assumir poderes ditatoriais. Apesar das dificuldades realizou a tarefa da consolidação da soberania portuguesa nas possessões africanas especialmente Angola e Moçambique, com a pacificação das insurreições, desenvolvimento de diversas campanhas e cuidando de criar condições de progresso.

Promoveu o desenvolvimento científico e financiou diversos estudiosos em diferentes setores, contando-se cientistas famosos e eruditos abalizados e deu condições para serem desenvolvidos estudos sistematizados da fauna e flora dos territórios ultramarinos, com resultados surpreendentes e extremamente valiosos. Desenvolveu-se a indústria nacional, instalando diversas atividades, destacando-se algumas fábricas de cimento e afins, incentivando a cerâmica tradicional e dando-lhe mais qualidade ao produto português em nível internacional. Com sua verve de cientista, desenvolveu intensa pesquisa oceanográfica, atuando como verdadeiro sábio, encontrou três espécies novas para as costas de Portugal e uma nova para a História Natural, que recebeu o seu nome, Odontaspis Nasutus Bragança n.sp, e a sua coleção ictiológica, que primeiro esteve no Palácio das Necessidades, foi depois integrada no acervo do Museu da Marinha. Interessou-se também pela exploração agrícola, tornando-a de forma moderna e rentável, conseguindo que as suas terras produzissem em valores economicamente viáveis. Embora se tenham realizado importantes reformas foi considerado pelos contemporâneos como bastante inteligente, mas dado a extravagâncias. O seu reinado foi caracterizado por constantes crises políticas e conseqüente insatisfação popular. Essa oposição popular foi crescente a ponto de ter sido assassinado, junto com o filho Luís Filipe, em uma rua de Lisboa, e foi sucedido por seu filho, Manuel II. Foi cognominado o Diplomata devido às múltiplas visitas que fez a Madrid, Paris e Londres, retribuídas com as visitas a Lisboa dos reis Afonso XIII de Espanha, Eduardo VII do Reino Unido, do Kaiser Guilherme II da Alemanha e do presidente da República Francesa Émile Loubet, o Oceanógrafo pela sua paixão pela oceanografia, partilhada com o pai e com o príncipe do Mônaco, e também como o Martirizado em virtude de ter morrido assassinado por um facínora, em um atentado à bala quando a família real regressava de Vila Viçosa, juntamente com príncipe real D. Luís Filipe. Individualmente também foi pintor de qualidade, tendo tomado parte em importantes exposições de arte, produzindo trabalhos de grande valor expressivo e um bom desportista. D. Maria Amália foi a a última rainha da corte portuguesa e faleceu muitos anos depois (1951), na sua pátria de origem, a França, exilada de Portugal.

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